O mesmo símbolo

(In Resistir, 15/05/2022)

No dia 14 de Maio houve um assassinato em massa na cidade de Buffalo, Nova York, EUA.  Um auto-proclamado supremacista branco matou 11 pessoas e feriu três, com o requinte de filmar o seu ataque e divulgar um manifesto racista.  O referido indivíduo usava o símbolo do “Sol Negro”, o mesmo que na Ucrânia é utilizado pelo batalhão nazi Azov.  A peste que o governo estado-unidense promoveu na Ucrânia manifesta-se agora na sua própria casa.


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39 pensamentos sobre “O mesmo símbolo

    • Tu é que devias ter vergonha por duas possíveis razões, não sei qual delas a pior: és alegremente um desinformado que papa a propaganda toda do Ocidente e és negacionista dos FACTOS; ou és informado e como tal sabes perfeitamente que estás a mentir (ou a fazer parte das vozes que tentam dar dimensão à mentira Ocidental).

      Um Nazi é um Nazi.
      Um Nazi bom é um Nazi morto.

      Só nos últimos dias renderam-se incondicionalmente qcerca de 1800 criminosos do Regimento Azov que estiveram nestes 2 meses escondidos no buraco da Azovstal. A Rússia, como país decente que é (a milhas da podridão ocidental mascarada de “democracia liberal” do ponto de vista das relações externas) fez a triagem, mandou os militares normais para serem prisioneiros de guerra de acordo com as melhores práticas legais, mandou uma pequena parte destes para ser usada numa troca de prisioneiros, e a esmagadora maioria será detida e julgada na Rússia, por todos os crimes/assassinatos cometidos no Donbass nestes 8 anos, a começar pelas mensagens/ameaças de ódio de ideologia NeoNazi/Banderista/Supremacista branca. Num país decente, esta ideologia não é “liberdade de expressão”, é crime!

      Afinal, tenho de corrigir, um Nazi bom não é apenas um Nazi morto. Um Nazi bom também pode ser um Nazi a cumprir prisão perpétua na Sibéria.

      Só tenho pena que não haja uma Rússia aqui ao lado, para tratar daqueles que os do pós-25-Abril cometeram o erro histórico de perdoar.

      Outros que também deviam ter vergonha são os Ocidentais que declararam guerra contra a Rússia e contra a humanidade não-ocidental, ao enviarem armas para uma zona de conflito, para irem parar às mãos dos Nazis cujo objetivo é a limpeza étnica no sudeste da ex-Ucrânia.
      Nunca esquecerei que isto aconteceu durante um governo do PS de A.Costa, tal como nunca esquecerei o que aconteceu na Base das Lajes durante um governo do PSD de D.Barroso. Qual deles o pior crime? Só a história julgará, até porque estamos longe de saber o que significará a estupidez de deitar mais gasolina no fogo do Donbass.

      Por falar na Base das Lajes e na podridão Ocidental, este é capaz de ser a frase do ano, da autoria de George W Bush em 19-Maio-2022:
      «The decision of one man to launch a wholly unjustified and brutal invasion of Iraq… I mean, of Ukraine»

      Quantas sanções é que a Europa aplicou aos EUA? Quantos vídeos do Sadam passaram nas nossas TV e Parlamentos? Quantos canais americanos foram censurados? Quantas armas é que a NATO enviou para a heróica resistência do Iraque?
      Pois é…
      Em vez disso os vassalos xenófobos até ajudaram à “festa” do Império das Mentiras. No Iraque, no Afeganistão, na Líbia, etc. E ainda hoje lá estão as tropas em território invadido ilegalmente, e sem qualquer casus belli, e contra a vontade soberana do povo Iraquiano. E a denunciante Chelsea Manning e o jornalista Julien Assange presos por dizerem a verdade sobre os crimes de guerra, dos quais os EUA nunca foram julgados.

      Diz que é a “rules based world order”… Mas lixaram-se! Agora a Rússia decidiu escrever THE END a essa história que nos tinham dito que já tinha tido fim.
      No entanto, mesmo que o Mundo mude e se torne mais decente sem o domínio da podridão Ocidental, e mesmo que a desmilitarização e desnazificação tenha sucesso operacional na Ucrânia, o Mundo terá de estar atento nas próximas décadas, pois a semente lá colocada por Victoria Nuland, os Bidens, e companhia, faz muito lembrar a semente que Reagan e companhia semearam no Afeganistão há umas décadas atrás. E ainda hoje aquele povo está a sofrer por causa da podridão Ocidental.
      Um artigo interessantíssimo sobre isso aqui:

      https://aviagemdosargonautas.net/2022/05/19/espuma-dos-dias-atlantic-council-e-atlas-network-apagando-os-vestigios-da-mao-que-embala-o-berco-por-julian-macias/

        • Aqui está a verdade sobre a Ucrânia, contada por um Ocidental que andou por lá:

          https://poligrafo.sapo.pt/fact-check/sim-ex-militar-frances-garante-que-so-assistiu-a-crimes-de-guerra-perpetrados-por-ucranianos

          Fala doa crimes de guerra ucranianos, do uso de escudos humanos, da colocação de alvos militares em zonas civis, dos assassinatos e tortura de prisioneiros de guerra, dos crimes de ódio contra não-brancos e não-cristãos, da ideologia nazi dos Azov, da farsa de Bucha, e da pouca vergonha do Ocidente cuja “imprensa livre” anda a mentir descaradamente sobre isto tudo.

          O Ocidente que criou e apoia um regime destes, é menos decente do que a Rússia. Ou seja, se a Rússia é má, nós somos muitíssimo piores!
          Isto não é para rir. É para chorar! Porque é factual.

          • O vosso cherry picking é incrível. Agora apareceu um francês qualquer que ninguém conhece de lado nenhum a dizer o que vocês querem ouvir, e é logo elevado a “verdadeiro-mor”. E depois os outros é que engolem tudo. Agora só os ucranianos é que cometem crimes de guerra. Enfim, a falta de noção não tem limites.

            • Comment le Français Adrien Bocquet « blanchit » les crimes russes à Boutcha
              14 May, 2022
              L’une des émissions de la station de radio française Sud Radio du 10 mai était consacrée à l’Ukraine. Pendant une heure, l’invité en studio, Adrien Bocquet, a expliqué aux présentateurs André Berkoff et Augustin Moriaux que les crimes de Boutcha n’étaient pas l’œuvre des occupants russes, mais « les crimes de guerre du régiment Azov ». Il a également déclaré que les journalistes américains qui étaient à Boutcha avec lui tournaient des vidéos mises en scène, tandis que les militaires ukrainiens eux-mêmes utilisaient des cadavres de civils pour mettre en scène un « massacre à Boutcha ». Cela ressemble aux fantasmes des propagandistes russes? En effet.

              Adrien Bocquet, ancien militaire dans l’armée française et auteur de « Lève-toi et marche! Grâce à la science », a déclaré avoir visité Lviv, Boutcha et Kiev en avril de cette année. Il a indiqué qu’il est rentré d’Ukraine à la fin du mois d’avril après y avoir passé 16 jours. En d’autres termes, Adrien Bocquet serait arrivé en Ukraine à la mi-avril. C’est un point important pour évaluer la crédibilité de son témoignage, puisque Boutcha a été occupé par les troupes russes de la fin février au 1er avril. Donc, bien avant que Adrien Bocquet ait pu, éventuellement, se rendre sur place. Nous verrons plus tard qu’il a pu se trouver en Ukraine un peu plus tôt, car les gardes frontières disent qu’il a passé la frontière polonaise le 4 avril (StopFake a obtenu cette information de l’Ambassade d’Ukraine en France). Mais en tout cas, c’était après la libération de Boutcha et la découverte des massacres qui y ont été commis.

              Selon lui, il est allé en Ukraine dans le cadre d’une mission humanitaire pour aider les femmes, les enfants et les réfugiés ukrainiens (15:28). Il n’y a aucune publication confirmant son séjour à Boutcha sur ses pages officielles Twitter, Facebook et Instagram, bien qu’il les ait abondamment utilisées auparavant. Malgré cela, lors des émissions auxquelles il participe, Adrien Bocquet déclare qu’il possède « des centaines de vidéos de crimes de guerre de l’armée ukrainienne ». Pas une seule vidéo ou photo n’a encore été publiée ou remise aux forces de l’ordre en France, qui sont directement impliquées dans des enquêtes sur les crimes de guerre comis en Ukraine.

              Nous avons contacté Adrien Bocquet pour un commentaire via son compte Instagram. Mais nous n’avions reçu aucune réponse au moment de la publication de cet article.

              La chaîne française BFM.TV a diffusé plusieurs photos qui confirment le séjour d’Adrien Bocquet en Ukraine dans le cadre d’une mission humanitaire. Ces photos ont été prises à l’arrière d’une camionnette portant le marquage de la Fondation caritative «Shpital Sheptytskogo», qui est basée à Lviv. Afin de comprendre depuis combien de temps Adrien travaille avec la Fondation et ce qu’il y fait exactement, nous avons demandé un commentaire au directeur de la Fondation Andriy Login.

              Andriy Login a déclaré à StopFake qu’Adrien Bocquet a visité le bureau de la Fondation à Lviv uniquement deux fois et qu’il n’a jamais travaillé réellement avec eux. Lors de ces deux visites, Adrien est arrivé à l’improviste dans un véhicule privé et il a apporté des colis d’aide humanitaire. Les visites privées d’Adrien, avec plusieurs personnes l’accompagnant, ont eu lieu à l’heure du déjeuner le 4 avril et à minuit le 6 avril. Selon Andriy Login, il n’était pas possible de parler avec Adrien et ses compagnons puisqu’ils ne parlaient que le français. Dans ses interviews, Adrien Bocquet affirme pourtant comprendre un peu de russe et d’ukrainien. Cette maigre connaissance, selon lui, était suffisante pour comprendre de quoi parlaient entre eux les « nazis ukrainiens du régiment Azov à Boutcha ».

              Son histoire, qu’il a raconté longuement dans les studios de Sud Radio, réunis tous les clichés de la propagande russe. Les détails de l’histoire sont également confus et ils contredisent la chronologie connue des évènements qui se sont passé dans la ville ukrainienne de Boutcha au mois d’avril. Mais les présentateurs, sans poser aucune question détaillée, l’ont écouté avec intérêt. Ainsi, sur l’antenne de Sud Radio le 10 mai, Adrien Bocquet affirme que pendant son séjour en Ukraine, il a aidé les militaires ukrainiens (qu’il qualifiera plus tard de « nazis ») en leur fournissant des médicaments et les premiers soins (alors que le but initial de sa visite était soi-disant d’aider les réfugiés et les civils en Ukraine). Plus tard, ayant établi des contacts amicaux avec le régiment Azov, Adrien aurait été témoin de nombreux crimes commis par les militaires ukrainiens.

              Or en avril 2022, date à laquelle il a pu se rendre en Ukraine, il n’y a plus eu d’actions militaires à Boutcha. Également, il n’y a pas eu de blessés et encore moins de militaires russes faits prisonniers. Boutcha avait été occupé par les troupes russes de la fin février au 1er avril. Le 1er avril, la première vidéo montrant des cadavres dans les rues de la ville a été publiée dans la soirée. En d’autres termes, il est impossible qu’Adrien Bocquet ait pu se trouver à Boutcha et observer des « néo-nazis commettant des crimes de guerre ».

              Adrien Bocquet raconte plusieurs histoires sur les « crimes » de l’armée ukrainienne. Tout d’abord, il affirme que les combattants du bataillon Azov sont littéralement partout en Ukraine, même en Ukraine occidentale (où l’on sait qu’il n’y a pas de combats au sol) (19:00). Selon lui, les militaires d’Azov portent des « patchs néo-nazis, qui ne gênent personne ». « J’ai travaillé avec ces gars, je leur ai donné des médicaments. Savez-vous à quoi ressemblaient leurs conversations ? Parce que je comprends un peu l’ukrainien et le russe – ils riaient en disant que s’ils rencontraient des Juifs ou des Noirs, ils les tueraient. » À la remarque de l’animateur selon laquelle le bataillon Azov est toujours une petite partie des forces armées ukrainiennes (le régiment Azov est en fait une unité de la Garde nationale – ndlr), Adrien Bocquet répond « qu’ils sont 5 000 officiellement, mais il y a des volontaires qui les ont rejoints, donc ce chiffre devrait être multiplié par 4 ou 5. Il y en a au moins 20 000. 20.000 pour l’Ukraine, c’est un énorme bataillon » (27:00).

              L’Ukraine a une population estimée de 42 millions d’habitants, donc 20 000 de ces soldats pour l’ensemble du pays ne serait pas, même hypothétiquement, un grand nombre. Début 2022, l’armée comptait plus de 246 000 personnes, dont 195 000 soldats. En supposant que le bataillon Azov puisse compter jusqu’à 5 000 hommes, comme Adrien Bocquet lui-même en convient, cela représente 2,5 % de l’ensemble de l’AFU. Par conséquent, l’affirmation selon laquelle les combattants d’Azov étaient « partout » où Adrien Bocquet pouvait être présent ne peut pas être vraie. Le régiment Azov dispose également d’un système de recrutement officiel. L’information selon laquelle le nombre de volontaires est quatre fois supérieur au nombre de combattants d’Azov ne peut donc pas être véridique.

              « Alors pourquoi l’Europe les aide-t-elle en leur fournissant des armes ? Des nazis avec des galons SS ? », demande Adrien à plusieurs reprises dans toutes les émissions sur l’Ukraine (27:00). Le commandement du régiment Azov a déclaré à plusieurs reprises qu’il n’adhère pas à l’idéologie nazie. « Il n’est pas question d’inviter dans nos rangs des organisations d’extrême droite ou des personnes qui soutiennent cette vision du monde (nazie, – ndlr) », a expliqué le commandant du régiment Denis Prokopenko. Andriy Biletskiy, le fondateur et premier commandant du régiment Azov, a également noté dans une interview récente que « pour qualifier quelqu’un de fasciste, il faut d’abord regarder non pas des images, mais des faits réels. Le fascisme, c’est le génocide, le meurtre de civils, la destruction des traces de ces meurtres et les guerres d’agression contre des pays tiers. Seule la Russie répond à tous ces critères ».

              Vous pouvez en apprendre davantage sur les opinions et les convictions d’Azov grâce à une vidéo diffusée le 8 mai pour les journalistes étrangers depuis les sous-sols de l’usine Azovstal, où les combattants d’Azov se battent désormais pour leur pays. Mais pour la propagande russe, le régiment Azov est nazi. Maintenant que les combattants d’Azov constituent le dernier bastion de résistance à Mariupol, il est important pour la Russie d’en convaincre le monde entier.

              Les membres du bataillon Azov ne sont pas tous politisés. C’est une structure très hétéroclite. « Azov est porteur d’idées ultranationalistes, mais en 2014-2015, beaucoup de combattants se sont retrouvés dans Azov sans motivations idéologiques», dit la chercheuse français réputée Anna Colin-Lebedev dans un des ses tweets. Anna Colin Lebedev est l’auteur d’un rapport sur «Les combattants et les anciens combattants de Donbass: profil social, poids militaire et influence politique». (https://www.irsem.fr/data/files/irsem/documents/document/file/2439/Etude_IRSEM_n53_2017.pdf)

              Adrien Bocquet passe ensuite à son histoire principale, à savoir comment les combattants du régiment Azov auraient tué des prisonniers de guerre russes sous ses yeux. « J’ai vu des prisonniers de guerre russes qui étaient attachés et battus. Nous étions dans un hangar et ils arrivaient dans de petites camionnettes transportant 3-4 personnes. « Les gens d’Azov leur demandaient : « Qui est officier ici ? ». Tous ceux qui sont sortis de cette camionnette ont reçu une balle dans le genou avec un fusil d’assaut Kalashnikov. Et ceux qui ont dit « Je suis un officier » ont reçu une balle dans la tête. C’est ce qui se passe à Boutcha. J’ai tout vu. J’ai des vidéos qui le prouvent. » (21:00)

              Dans une autre interview sur sa chaîne YouTube VA Plus, Adrien Bocquet complète son histoire.Il affirme d’avoir vu des soldats d’Azov qui auraient interdit d’aider les soldats russes blessés qui se trouvaient le long de la route à Boutcha. Selon lui, ils les auraient achevés avec une Kalachnikov. « Ceux qui n’ont pas pu être achevés ont été abattus d’une balle dans la tête », a déclaré Adrien (14:00).

              L’absurdité de cette déclaration consiste dans le fait qu’à Boutcha, entre la mi-avril et la fin avril, il n’y a plus eu de combats entre les troupes ukrainiennes et russes. Par conséquent, il n’a pas été possible de fournir une assistance médicale aux militaires ou aux civils. Ainsi, les « informations précieuses » partagées par Adrien Bocquet dans les médias français sont un mensonge.

              Le Français semble avoir inventé cette histoire de meurtres en présence de l’armée russe, car sa trame coïncide parfaitement avec une vidéo qui a été activement diffusée sur les chaînes russes fin mars afin de discréditer l’armée ukrainienne. Elle montre un groupe de militaires tirant sur les jambes de prisonniers sortis d’un fourgon. La vidéo montre les militaires demandant aux captifs lequel d’entre eux est un officier. On peut comprendre, d’après leur conversation, que les événements se déroulent près de Kharkiv. En d’autres termes, Adrien Bocquet ne fait que relater le contenu de la vidéo et non la scène réelle qu’il a pu observer à Boutcha. En outre, un groupe de gendarmes français est arrivé en Ukraine le 11 avril pour enquêter sur les crimes de guerre commis autour de Kiev. Ceci a été rapporté par l’ambassadeur français en Ukraine, Etienne de Poncins. Aucun des témoins interrogés n’a fourni de témoignage qui ressemble, même de loin, aux histoires partagées par Adrien Bocquet.

              À Boutcha, Adrien aurait également observé des journalistes américains en train de tourner de fausses vidéos et photos, les faisant passer pour des preuves de bombardements russes. « J’ai également vu des journalistes américains regarder des bombes tomber dans un petit parc près de Boutcha, à l’est de Boutcha. Les Américains faisaient une vidéo et disaient que c’était les Russes qui bombardaient. Ils ont dit ‘ce sera une jolie photo’ » (22:00). Inutile de dire qu’il était tout simplement impossible d’observer de telles scènes à Boutcha à la mi-avril. Aucun obus tiré par les militaires russes ou ukrainiens n’a pu y être vu. En même temps, Adrien Bocquet soutient que le massacre de Boutcha a été mis en scène. Sa version du « massacre de Boutcha » coïncide parfaitement avec l’une des versions de la propagande russe, qui, entre autres, est diffusée pour les médias étrangers. Elle affirme que les cadavres de Boutcha étaient réels, mais ont été déplacés là par les militaires ukrainiens (25:00).

              Mais, même après tout ce qu’il a vu, Adrien Bocquet a quand même réussi à rentrer en France. Même si, selon lui, les combattants d’Azov l’auraient retenu pendant 10 heures, tout en vérifiant son téléphone (apparemment sans remarquer des centaines de vidéos et de photos de crimes de guerre, que le Français affirme avoir encore) (28:23). Adrien est très probablement mal informé de la manière dont se déroulent les « vraies » inspections – comme celles menées par l’armée russe dans les « camps de filtration » des oblasts de Donetsk et de Louhansk. Les gens sont contraints de rester pendant des jours ou des semaines avant d’être emmenés pour être interrogés et de voir leurs téléphones et le contenu de leurs profils de médias sociaux entièrement vérifiés.

              Adrien Bocquet tente de convaincre les Français avec son histoire selon laquelle la Russie a été contrainte de déclencher la guerre uniquement en raison de la menace réelle que représentaient pour le Donbas les nazis ukrainiens et les autorités ukrainiennes, qui auraient « anéantit la population pro-russe de la région pendant 8 ans ». Cette version des événements est très familière à quiconque a déjà rencontré la propagande russe. À la fin de l’émission, Adrien Bocquet amène les auditeurs de Sud Radio à la conclusion que « si Macron avait été confronté à une situation où 14 000 Français avaient été tués hors de France, il aurait probablement fait la même chose (procéder à une invasion militaire d’un État voisin – ndlr) ». (42:00). Il s’avère donc qu’Adrien Bocquet partage l’opinion selon laquelle la Russie a déclenché la guerre de manière préventive, car l’Ukraine « rassemblait un grand nombre de militaires ukrainiens aux frontières de Donbas, prêts à lancer une invasion » (44:00).

              Rappelons que l’un des arguments pour lancer une guerre totale avec l’Ukraine était l’existence d’un « génocide dans le Donbas », au cours duquel des civils auraient été tués et les droits de la population russophone auraient été violés. Ce récit a été réfuté à de nombreuses reprises par des organisations internationales telles que l’ONU et l’OSCE, qui n’ont pas constaté de tels faits. Selon l’ONU, quelque 14 500 personnes ont en effet été tuées dans le Donbas pendant l’action militaire de la Russie contre l’Ukraine de 2014 à 2021. Parmi eux, 3 500 étaient des civils, 4 500 étaient des militaires ukrainiens et 6 500 étaient des membres de bandes armées russes. C’est-à-dire que le chiffre employé par Poutine est le nombre total de morts militaires et civils des deux côtés, comme StopFake l’a écrit à plusieurs reprises.

              Les propos d’Adrien Bocquet sont en train de devenir une arme pour la propagande russe en Occident. Cependant, des citations sont également largement diffusées dans les médias russes. Par exemple, des déclarations faites sur l’antenne française Sud Radio ont été publiées sur les comptes de réseaux sociaux du porte-parole du ministère russe des Affaires étrangères, Maria Zakharova. Les prétendus « témoignages » d’Adrien Bocquet ont également servi de base à des publications dans les médias de propagande russes Gazeta.ru, Izvestia, Lenta.ru, Komsomolskaya Pravda et d’autres médias russes. Dans l’article de Perviy Kanal visant à montrer « des preuves vidéo de crimes de guerre commis par l’armée ukrainienne », la même vidéo anonyme tournée près de Kharkiv, apparue pour la première fois en ligne fin mars, a été utilisée et n’a rien à voir avec Adrien Bocquet. À ce jour, aucune preuve vidéo prétendument en possession d’Adrien Bocquet n’a été publiée ou partagée avec les autorités compétentes.

              Adrien Bocquet, à travers son récit fictif, sert à l’opinion publique française les mêmes arguments que la Russie utilise pour justifier l’agression contre l’Ukraine.

              StopFake insiste auprès des responsables des médias européens pour qu’ils examinent les antécédents des experts qui sont invités en studio pour discuter de la guerre russo-ukrainienne. Donner la parole à des propagandistes pro-russes qui livrent des informations plutôt confuses est inacceptable.

              MAJ: Nous avons modifié cette histoire après avoir reçu des informations supplémentaires sur les contacts d’Adrien Bocquet avec la Fondation caritative «Shpital Sheptytskogo».

              https://www.stopfake.org/fr/comment-le-francais-adrien-bocquet-blanchit-les-crimes-russes-a-boutcha/

            • Eu defendo a Liberdade de Expressão incondicionalmente, mas há coisas que são verdadeiramente desumanas e que deveriam envergonhar quem as pronuncia sem qualquer tipo de pudor.

              Compararem-se criminosos de guerra e seguidores de nazis, que mereciam execuções (com julgamento) há 77 anos atrás, com comentadores de Internet que, em face de indivíduos que cometem crimes hediondos há 8 anos, exige para eles o mínimo que a senhora deve proclamar para qualquer russo, independentemente de classe ou função no seu país, é simplesmente indigno e demonstra uma falta de humanidade básica.

              Houvesse outras palavras…

      • Aqui o senhor estátua só deixa passar o que lhe interessa, está visto. Informação que vá em sentido contrário é mandada para trás.

        • Peço desculpa, mas não resisti a comentar.
          Tendo em conta que o Sr. “Estátua”, como refere, permite que o senhor publique um tal comentário, tal como ao Sr. José Lúcio juntamente com um texto que pretende explicar a origem do símbolo Sonnenrad, creio que o seu comentário perde razão ou legitimidade.
          Por outro lado, o senhor até tem liberdade de se expressar como entende, manifesto no facto de nenhum dos seus comentários ser apagado.
          Assim sendo, quem é que não gosta de variedade e diversidade de opiniões?
          De facto, o senhor não acusa a TVI ou a SIC de não fazerem menção a este tipo de artigos, opiniões ou visões relativas a política atual.
          Tendo isto em conta, quem é que não permite as visões contrárias ou alternativas ?

          • Exatamente, “Não Chomsky”.

            E vou dizer aqui mais uma que não será censurada, independentemente da Estátua concordar ou discordar: é mais decente Cuba e mais livre o povo Cubano, do que o regime oligárquico dos EUA que deixa milhões sem acesso à saúde, ou o regime Francês que manda a polícia tirar olhos a quem se manifesta contra o sufoco do NeoLiberalismo (aka Capital-Fascismo).

            Isto é dizer que Cuba é um exemplo? Claro que não. Mas é ter a noção de que a “democracia liberal” está longe (e cada vez mais) de poder ter legitimidade para dad lições de moral a quem quer que seja.

            O fim completo da réstia de decência que existe (nos regimes Nórdicos) pode acontecef já nos próximos tempos. É que ou a Suécia e Finlândia têm princípios e continuam a criticar a Turquia e a defender os Curdos (e o PKK em particular) ou então vão abdicad destes princípios só para poderem aderir ao clube de fâs dos genocidas americanos: NATO.
            Com a agravante, no caso da Finlândia, de isso ser em violação de 2 tratados com a Rússia que lhe garantiram 77 anos de paz.

            Perante uma Rússia que só queria que a NATO não se expandisse mais, que os EUA não rasgassem acordos de controlo de armamento, que o Ocidente cumprisse as regras da ONU, e que a Ucrânia respeitasse os acordos de PAZ de Minsk e deixasse de matad no Donbass, quem é que é o mais indecente nesta comparação?

            E falta ainda dizer que o Putin faz parte dos diplomatas moderados e com paciência. No dia em que a Rússia tenha um lunático tipo Trump, um impreparado tipo Bush, um imperialista tipo Obama, ou um cheché completamenfe manipulado pela oligarquia tipo Biden, aí é que vão ser elas para a Europa.

            E quanto à Venezuela, mudei também de posição. Mais vale um Nicolás Maduro, do que mil movimentos “pró democracia”. Já sabemos o que esse paleio Ocidental significa: golpe de estado, e capital-fascista no poder a dare as jóias do país de mão beijada à oligarquia nojenta do Ocidente. Nunca mais esquecerei o que Elon Musk disse sobre a Bolívia em 2019: “fazemos golpes de estado e invadimos quem muito bem entendermos” – neste caso significou deitar abaixo uma democracia, colocar uma fascista xenófoba no poder, e andar um ano a ver paramilitares fascistas a assassinar indígenas. Tudo em nome do lítio para Musk/Tesla e companhia…

            Mais vale um ditador soberano que governa para o seu povo, que um “democrata liberal” que governa para os oligarcas de Davos.
            O ideal era todos podermos viver em regimes Sociais-Democratas como os Nórdicos que estão fora do Euro. Mas está visto que enquanto os EUA forem o “farol da democracia liberal”, e a UE continuar a existir nestes moldes quase Soviéticos do ponto de vista da falta de legitimidade democrática da burocracia central que dá ordens à periferia, isto só vai continuar a andar para trás, aqui nos 13% do Mundo a que se chama o Ocidente.

            Leitura recomendada: o livro sobre os coletes amarelos e sobre este regime que nos esmaga, com capítulos publicados no thesaker.is

          • Infelizmente, está equivocado. Fique a saber que tentei colocar um link para informação não alinhada com o “saleiro”, e bateu na trave. Foi por isso que fiz o comentário que fiz. Mas não faz mal, google “sonnenrad azov buffalo” e vai lá dar. Cumprimentos.

        • Realmente, não ia dizer mais nada.
          Mas, em antecipação de uma resposta que será tudo menos isso, digo o seguinte: o facto da Estátua de Sal não publicar artigos ou notícias da dita Comunicação Social Mainstream não é indicativo de que “a informação que vá em sentido contrário é mandada para trás”.
          Efetivamente, não teria muito sentido estar a republicar artigos ou notícias que já são de tal ordem preponderantes no quotidiano, ao ponto de uma pessoa, graças aos divinos algoritmos e inteligências artificiais, acordar de manhã e até se deitar estar constantemente bombardeado com todo o tipo de artigos.
          Neste sentido, a Estátua de Sal não tem qualquer tipo de obrigação de republicar o que já é sobejamente conhecido por todos até à exaustão e limita-se a publicar o que entende que deve divulgar aos seus leitores.
          E mais: ao fazê-lo, e ao oferecer as referências para cada artigo, deixa ainda a capacidade e a possibilidade do leitor se dirigir a outros blogues que apresentam ainda outras visões e providenciam as pessoas com informação adicional àquela que é aqui publicada! Coisa que nunca se vê na Comunicação Social, que nos envia sempre para becos jornalísticos que estão na posse de chulos como Jeff Bezos (Washington Post) ou o seu colega Elon Musk (que agora apropriou-se do Twitter e será, indubitavelmente, um facho na Liberdade de Imprensa Mundial).
          Contudo, nada disto significa que venham ou estejam a limitar a informação de qualquer forma, tipo ou género. Pois o facto de permitirem a divulgação de opiniões da Mídia Mainstream nos comentários é, sem dúvida, indicativo da “benevolência” (emprego as aspas porque nada tem de benevolência, mas sim o reconhecimento de direitos humanos básicos) do blogue, em comparação, por exemplo, com aquilo que as autoridades europeias e ocidentais decidiram ao encetar um nível inédito de censura e proibição de canais de informação que não sejam exclusivamente ocidentais e que não propaguem a informação que eles entendam que deve circular.
          E esta limitação conduziu a situações que conhecemos muito bem, ao ponto de proibirem gatos russos no Ocidente (que, digamos honestamente, é um nível intelectual e de ausência de mínima seriedade requerida ao qual não se esperaria que as direções e as populações ocidentais descessem).
          Assim sendo, encorajo o Sr. Vergonha a comentar e a dialogar com os frequentadores deste blogue, que deverão estar na ordem de uma centena ou duas, em comparação com aqueles que frequentam aos milhões os mesmos canais (propriedade de um punhado de indivíduos ávidos de ganhar mais uns quantos trocos para irem comprar super iates na Holanda) e que vêm as mesmas notícias com os mesmos títulos e os mesmos corpos de notícias acompanhados pelas mesmas imagens repetidas e que, em muitas situações, nem sequer correspondem à situação atual a que se referem, como é o caso de imagens retiradas do conflito Sírio, cujos vídeos e fotografias de zonas desoladas pela artilharia e armamento ocidentais foram atribuídos ou dados a entender como sendo cidades ucranianas sob o bombardeamento de tropas e armamento russas…
          Aqui dialoga-se e debate-se, porque as pessoas são consistentes com as suas opiniões acerca de direitos humanos consagrados há muito em Constituições por esse mundo fora que alguns inteligentes “visionários” espaciais, que montaram os negócios com a herança dos milhões do negócio das minas de diamante da África do Sul do pai, procuram varrer para debaixo do tapete, em nome de Mega Corporações que precisam de fogueira para a lenha do seu crescimento financeiro infinito, que não lhes é providenciado pelo eterno imprimir de dinheiro (enquanto limitam o direito dos outros a 3% do PIB de uma zona económica) que leva ao aumento da inflação do seu país, mas que lhes permite ainda assim mandar 40 mil milhões de dólares para o outro lado do mundo, enquanto a sua própria população passa fome com pensões e salários estagnados há anos, e que, portanto, à falta de melhor, recorrem à ingerência nos assuntos internos de outros países, derrube de governos legítimos, à exploração dos seus recursos naturais, assim como à chacina paulatina de populações indígenas.
          Mas nós não gostamos da opinião contrária e censuramo-la… E tudo o que é contrário é mandado para trás.
          Para reproduzir as palavras que alguém disse acerca deste tipo de situações: enquanto os srs. criticam, ao menos estão a ler e pode ser que aprendam alguma coisa.

          • Realmente, tanta conversa para dizer “bola”. Eu não pretendo que a Estátua publique seja o que for. Apenas incluí no meu comentário um link (como outros já fizeram antes), e porque a informação nesse link não agradava à estória da carochinha que aqui se conta, não se publicou. Simples. O Goebbles não faria melhor (wink, wink). E não, não era o link para o telejornal do orelhas, nem para o da SIC ou do Guardian ou outro “mainstream”. Era uma opinião divergente, que foi calada. Não há mal nenhum em ouvir opiniões diferentes de várias fontes, o mal existe quando apenas se ouve um dos lados e automaticamente se classifica o que vem de outros lados como fake, ou tendencioso ou o que seja. E é isso que acontece aqui, ainda que vocês não se apercebam disso . Como dizia alguém há uns tempos, isto por aqui está ao nível dos negacionistas da Covid. E o senhor Carlos Marques (agente infiltrado) muito contribuiu para isso. É pena.

        • Olá.
          Após ter visto o que recomendou que pesquisasse apercebi-me de algo: o que acusam os canais de desinformação pró-russa ou pró-Kremlin de fazer é o de identificar o terrorista como sendo “irmão ideológico” do Batalhão Azov Ucraniano.
          Até aqui, não vejo qualquer problema, uma vez que está comprovado que o Batalhão Azov é constituído por membros nazis e que o terrorista era nazi. Assim sendo, não me deparo com algo que possa ser considerado como tentar imputar aleivosamente seja o que for ao Batalhão Azov.
          De facto, relatórios da Amnistia Internacional, Human Rights Watch ou até uma reportagem da Reuters (que anexava uma vídeo reportagem da NBC, creio eu, espero não me enganar…) confirmam que Azov é uma organização com membros nazis implicados em desaparecimentos, torturas e execuções sumárias…
          Onde podemos introduzir uma dose de ceticismo que envie as nossas inquirições mais longe é no ponto que mencionam acerca do número de efetivos deste batalhão que integram as forças armadas e de segurança ucranianas. Maior ou menor, nem eu o sei dizer. Mas não é a censurar e a dizer que é assim que chegamos a uma conclusão ou a uma averiguação correta das coisas.
          Ainda assim, tendo em conta a situação que se prolongava morosamente há oito anos no Donbass, assim como o número de vítimas desse conflito, estou inclinado a considerar a existência de um grande aparelho nazi no meio das forças ucranianas. Tal não é necessariamente inconcebível.
          Tal não significa também que a população ucraniana seja toda ela nazi… Mas é precisar chamar as coisas pelos nomes quando elas se nos apresentam.
          E o facto é que há anos que se procurava resolver de forma pacífica e pelos meios adequados a questão do conflito no Donbass, para desânimo contínuo de Putin e das populações que habitavam estas zonas…
          Contudo, respeito a sua visão se não quiser aderir cabalmente ou não estiver devidamente persuadido com estes argumentos.
          Devo admitir que ainda não li na totalidade o que recomendou, mas que, quando tiver ocasião para tal, fá-lo-ei.
          Cumprimentos.

        • Não faço censura como a União Europeia. Só o primeiro comentário de alguém que aqui venha tem que ser aprovado por mim. Os seguintes entram automaticamente desde que não contenham mais que 3 links para sites externos. Percebeu ou quer um desenho? Ou acha que o software também é pró-Putin?

          • Ora, o meu comentário tinha 1 (um) link, logo, não foi aprovado por si. Chame-lhe o que quiser e faça os desenhos que entender. O software não será pró-Putin, mas você está claramente programado.

          • Sr. Vergonha, tenha atenção que a estátua referiu claramente que só o primeiro comentário precisa de ser aprovado!

  1. Toma lá, para aprenderes o que é o Sonnenrad, inicialmente um símbolo indiano:
    Sonnenrad
    General Hate Symbols Neo-Nazi Symbols
    Sonnenrad
    ALTERNATE NAMES: Sunwheel, Black Sun
    The sonnenrad or sunwheel is one of a number of ancient European symbols appropriated by the Nazis in their attempt to invent an idealized “Aryan/Norse” heritage. The sonnenrad appears in the traditional symbology of many countries and cultures, including Old Norse and Celtic cultures. It has countless variations; the swastika and similar rounded variants are actually sonnenrad forms, as are certain versions of the Celtic Cross. In Nazi Germany, the Nazi Party, the SA and the SS all used sonnenrad symbology at times, which has led neo-Nazis and other modern white supremacists to adopt such images. One sonnenrad version in particular is popular among white supremacists: two concentric circles with crooked rays emanating from the inner circle to the outer circle. Often white supremacists will put another hate symbol such as a swastika in the center of the inner circle.

    Because sonnenrad imagery is used by many cultures around the world, one should not assume that most sonnenrad-like images necessarily denote racism or white supremacy; rather, they should be analyzed carefully in the context in which they appear.

    https://www.adl.org/education/references/hate-symbols/sonnenrad

    • Boa noite, Sr. José Lúcio.
      No que diz respeito ao seu comentário gostaria, se possível, de anotar alguns pontos.
      Em primeiro lugar, é curioso que um símbolo que, presumidamente, seja partilhado e esteja difundido em várias culturas europeias tenha o nome “Sonnenrad”, palavra alemã que designa (literalmente) “Roda de Sóis”. Todavia, admito que um tal reparo inicial baseado numa singela tradução de uma palavra não seja argumento suficiente para estabelecer uma relação entre um dado símbolo e uma ideologia retrógrada, como a é decididamente a Nacional-Socialista.
      Em segundo lugar, não obstante, gostaria de fazer notar que no texto publicado pelo senhor é claramente afirmado que uma versão (!) do símbolo da Sonnenrad foi amplamente utilizado pelas tropas nazis durante a Segunda Guerra Mundial (mais concretamente as SS, SA…), consistindo essa versão, como explicado no texto, em dois círculos concêntricos, sendo que, do círculo interior, emanam raios de sol em direção ao exterior. Por vezes, o círculo interior seria substituído por uma Swastika.
      Ora, tendo em conta o que foi mencionado (no artigo que o senhor partilhou), seria difícil imaginar que essa versão concreta do círculo pudesse ser associada a qualquer cultura europeia, seja ela qual for, visto tratar-se de um criação específica para uso das tropas nazis no decorrer da Segunda Guerra Mundial (evento histórico relativamente recente, que deixou marcas profundas de asco e que, presumivelmente, impossibilitaria que qualquer cultura desde então adotasse um tal símbolo, fosse em que circunstâncias fosse). Neste sentido, ao vermos, claramente, um assumido nazi que perpetrou um ataque terrorista, exibindo esse símbolo que sabemos ser uma versão específica (!!) que emanou do dito símbolo que, presumivelmente, pertence a culturas europeias (embora nunca tenha ouvido falar de tal…), podemos associar, penso eu (logicamente) esse símbolo à ideologia nazi.
      Tendo em consideração o que foi mencionado, devo apontar o seguinte: o símbolo nazi que vemos a ser utilizado por um terrorista nazi encontra-se em exposição no peito de um soldado que (admito, é apenas uma foto da qual desconhecemos a proveniência, e uma série de fatores entram aqui em jogo: a farda, a identidade do soldado, a arma utilizada, etc…) presumimos ser um soldado ucraniano. Isso levanta questões, não crê ? Admito: trata-se apenas de uma foto, mas creio que, se formos conduzir um debate sério sobre assuntos sérios, devemos analisar o que publicamos.
      Cumprimentos.
      P.S. É o primeiro comentário neste blog e pretendo que seja o último. Sou espectador (ou espetador, sei lá), mas não me meto em lutas de gatos assanhados. Achei apenas que o comentário merecia um reparo.
      Novamente, cumprimentos e desejos de saúde em tempos de Covid.

    • Boa noite, Sr. José Lúcio.
      No que diz respeito ao seu comentário acerca da Sonnenrad, gostava de apontar algumas coisas.
      Em primeiro lugar, é curioso que a um símbolo que se encontra difundido e pertence ao espólio cultural de diversos povos europeus tenha sido atribuído o nome de “Sonnenrad”, palavra alemã que significa (literalmente) “Roda de Sóis”. Contudo, posso conceder que tal facto não seja um argumento crível para competir com as ideias enunciadas no resto do texto publicado.
      Em segundo lugar, e não obstante o que foi escrito acima, é preciso analisar o que se encontra escrito no texto que publicou. Efetivamente, o texto menciona que o símbolo, para além de pertencer a várias culturas europeias, é uma Versão (!) criada especificamente para uso heróico das tropas alemãs das divisões das SS e SA. O símbolo consiste, então, de dois círculos concêntricos, sendo que raios de sol emanam do círculo interior em direção ao exterior. O círculo interior poderia ser substituído por uma Swastika (tudo isto segundo o que publicou).
      Seguidamente, este símbolo nazi, que é uma variação de um putativo símbolo pertencente a povos europeus do qual nunca ouvi falar, mas que certamente não foi adotado por nenhuma destas no rescaldo da Segunda Guerra Mundial em seguimento das óbvias conotações histórias que este possui, é exibido por um terrorista (melhor, um supremacista branco, um Nazi Americano, autor de um manifesto racista) que perpetrou um ataque terrorista munido de uma arma de assalto automática.
      Ora, tendo tudo isto em conta, é surpreendente que um símbolo deliberadamente criado para uso de tropas nazis, que seja exibido por um nazi no decorrer de um ataque terrorista, seja utilizado ao peito de um soldado ucraniano.
      Admito o seguinte: desconhecemos a proveniência da foto, desconhecemos a identidade do soldado (se é ou não ucraniano, se foi tirada no decorrer da guerra atual, assim como uma série de outras considerações), a farda, além de pertencente às forças armadas ucranianas, poderia ter sido apropriada e usada para fins propagandísticos, etc… Contudo, a evidência permanece: um símbolo nazi, utilizado por um nazi, encontrou o seu caminho para o peito de alguém. Ora, a suposição lógica e natural será de que a pessoa que o utiliza será simpatizante nazi, senão que outra razão teria para usar uma versão, repito, especificamente desenhada para as SS e SA alemãs?
      Não tenho resposta.
      Cumprimentos.
      P.S. Este é o primeiro comentário que faço neste blogue e será o último.
      Novamente, cumprimentos e votos de saúde nestes tempos de Covid.

  2. Boa noite, Sr. José Lúcio.
    Em relação ao seu comentário, gostaria de apontar algumas coisas.
    Em primeiro lugar, é curioso que o tão debatido símbolo tenha o nome “Sonnenrad”, palavra alemã que significa, literalmente, “Roda de Sóis”. Admito que, este facto por si só, não indica nada de extraordinário, mas o suficiente…
    Em segundo lugar, acerca do símbolo que é partilhado por várias culturas europeias, acerca do qual nunca ouvi falar, e que teve uma versão (importante notar isto!) criada especificamente para uso das tropas das SS e SA alemãs. Tal símbolo, como explicado no texto que publicou, é constituído por dois círculos concêntricos, sendo que raios de sol negro emanam do círculo interior em direção ao exterior. Este círculo interior pode ser substituído por uma Swastika.
    Seguidamente, este símbolo, propositadamente criado durante a Segunda Guerra Mundial para as tropas nazis, é usado por um terrorista perpetrador de um ato atroz em solo americano com uma arma de assalto automática (após o qual publica um manifesto de supremacia branca, no qual estão evidentes simpatias pela ideologia nazi). Ora, é curioso ver um símbolo nazi (recorde-se de que estamos a falar da versão, segundo o texto que publicou, específica do símbolo, derivado de um outro suposto que pertence às culturas europeias…), que é usado por um terrorista nazi no peito de um soldado ucraniano.
    Admito-lhe o seguinte: desconhece-se a proveniência da fotografia, a identidade do soldado, se a farda terá sido apropriada para uso propagandístico, se a arma que vemos é uma arma utilizada pelas tropas ucranianas, etc… Todavia, se admito tudo isto, o senhor bem podia admitir um ceticismo saudável (tão bem defendido por David Hume, em contraste com o ceticismo estólido de Descartes que diz que devemos duvidar da razão e usar a razão para determinar se a razão é fiável) quanto à verdadeira e concreta possibilidade de se tratar realmente de um soldado ucraniano.
    Compreendo, todavia, que, não obstante esta reflexão, ainda possa ripostar que nada disto explica, argumenta contra ou justifica uma invasão e que as tropas ucranianas podem ter nazis no seu meio à vontade. Tudo bem.
    A mim cheira-me a branqueamento de ideologias extremistas numa “vocação” que deveria privilegiar ao máximo pessoas sensatas, uma vez que a guerra é tudo menos sensata, correndo o risco de soldados “corajosos” e temerários cometerem idiotices no meio de um conflito armado, no qual, imagino, o que não se deve fazer é andar em busca de “hits” de adrenalina ou satisfazer taras bélicas pessoais, consequência do alinhamento com ideologias que fazem o culto da guerra e da violência acima de tudo.
    Ainda assim, compreendo se nada disto for suficiente para o convencer seja do que for.
    Cumprimentos.
    P.S. É o meu primeiro comentário neste blogue e será o último.
    Novamente, cumprimentos e votos de saúde em tempos de Covid.

  3. Boa noite, Sr. José Lúcio.
    Tendo em conta o texto que publicou, esse afirma que uma versão da Sonnenrad (aquela que consiste em dois círculos concêntricos com raios de sol negros a emanar do círculo interior para o círculo exterior), na qual os supremacistas brancos, por vezes, juntam um outro símbolo de ódio (a Swastika), que quem usa um tal símbolo é nazi, pois esse é favorecido por supremacistas brancos.
    Outra questão é o símbolo de que derivam os descendentes retorcidos e achavascados de culturas milenares e que tem legitimidade de existir. Mas ESTE é usado por e preferido de nazis.
    Efetivamente, o terrorista que cometeu um ato atroz munido de uma arma de assalto automática (após a publicação de um manifesto racista e de supremacia branca) usava esse símbolo.
    Ora, se o texto que publicou afirma indubitavelmente que este símbolo é favorecido por supremacistas brancos e nós vemos esse símbolo em duas fotografias, eu diria que estamos perante a presença de dois nazis.
    Pode referir-se ao último parágrafo, no qual o texto procura, inteligentemente, branquear a utilização de símbolos supremacistas sob a desculpa de pertencerem a outras culturas e contextos, mas o facto é que o texto afirma que este símbolo e esta versão (importante reforçar esta palavra!!) são apanágio de nazis.
    Assim sendo, o senhor perde a razão, pois o texto desmente-o.
    Como tal, o seu comentário não é mais do que branqueamento de crimes e símbolos de ódio, por mais que queira usar a desculpa da diversificação e do multiculturalismo.
    De facto, noutras épocas, outros símbolos semelhantes poderiam ter um significado bem diferente. E ainda hoje podem tê-lo!
    Mas note que nem é isso o que aqui está em causa.
    Uma versão específica de um símbolo, que se sabe ser amplamente utilizada por nazis, é utilizada por um nazi nunlm atentado e encontra-se no peito de um soldado identificado como sendo ucraniano.
    Poderá duvidar da proveniência da fotografia, poderá duvidar da identidade do soldado, poderá duvidar da veracidade da fotografia e do símbolo que vemos ao peito de alguém que luta por uma suposta Liberdade e poderá duvidar de muitos outros fatores. Respeitaria todas estas dúvidas e mais algumas.
    Todavia isto é de frisar: aquele símbolo É (!) nazi e não é o seu comentário ou o seu texto com as explicações baratas que virão branquear ou disfarçar seja o que for.
    Cumprimentos e votos de saúde em tempos de Covid.

  4. Bom dia, Sr. José Lúcio.
    Devo corrigir algo acerca de um comentário meu recente nesta página, que se provou ser uma falha tremenda. Por um lado, como os comentários não carregavam na página, acabei por escrever vários e, pelos vistos, foram todos publicados. A questão não é essa.
    Menciono num comentário que um símbolo “tem legitimidade de existir”. No contexto em que se encontra, ficamos com a impressão de que o símbolo nazi é que tem legitimidade de existir. Na verdade, trata-se de um erro do corretor automático. O que quis dizer é que “tÊm (!) legitimidade de existir”, ou seja, os símbolos celtas e de culturas nórdicas.
    O que, contudo, é uma demonstração de tabidez é a a apropriação de tais símbolos por ideologias nazi-fascistas de supremacia branca, achavascando, assim, o sentido e o significado dos símbolos fora das suas culturas originais.
    Mas deve ser acrescentado algo acerca de tudo isto, que é: os raios de sol que vemos representados no designado “Sonnenrad” são, também eles, um símbolo muito especificamente utilizado pelas tropas SS no decorrer da Segunda Guerra, nomeadamente, a sua insígnia.
    Afirmarmos que um conjunto de símbolos pertence a uma cultura é legítimo. Reconhecer que esse símbolo foi apropriado e deformado é correto e deve ser denunciado. Compreender que pode haver pessoas que ainda façam o culto de tais símbolos antigos também e deve existir um esforço no sentido de recuperar o seu significado profundo original e de os afastar do seu significado atual torpe e soez!!
    Não obstante, o Facto Real e Concreto do nosso momento histórico é este: estes símbolos perderam, graças a um grupo de tresloucados, o seu sentido original.
    Da mesma forma que um martelo e uma foice o perderam (não faço aqui nenhum juízo de valor contra ou a favor de comunistas, pretendo afirmar que os símbolos têm significados concretos nas suas épocas históricas), também uma cruz Celta ou uma “Sonnenrad” (antiga, em oposição à atual) o perderam, no Âmbito da cultura popular mundial… Claro que em círculos restritos não o perdeu… Mas duvido que essas pessoas viessem a público usar tais símbolos que sabem ter uma conotação extremamente negativa, correndo o risco de se verem ostracizadas e verberadas no local em que se encontram…
    O facto é que tais símbolos são usados por nazis, e acho curioso que, num universo tão amplo de imagética cultural e mística, os prosélitos de tais culturas fossem escolher os símbolos que, por acaso, correspondem na totalidade com aqueles que são usados por supremacistas brancos e ideólogos nazistas.
    Neste sentido, parece-me, acima de tudo, uma forma de “desculpar” e introduzir falsamente ambiguidade e nuance numa discussão, por forma a aliar os símbolos a nazis quando dá jeito e não o fazer quando não…
    Novamente, cumprimentos e votos de saúde!

  5. Sr. José Lúcio, último comentário, prometo!
    Em relação ao último comentário que aqui fiz, acrescento o seguinte: embora haja pessoas que façam o culto de símbolos celtas e nórdicos, refiro que tal culto só se verifica em círculos restritos (possivelmente, nem disto tenho a certeza, uma vez que desconhecia até a existência de tais símbolos), pois, se tal acontecesse em público, as pessoas que o fizessem seriam ostracizadas por serem associadas a grupos nazis ou de supremacia branca.
    Todavia, deve ser dito o seguinte: este tempo todo estamos a confundir (ou talvez seja eu, de modo que peço desculpa) duas questões: por um lado, os símbolos celtas e nórdicos e, por outro, os símbolos nazis. De facto, os símbolos nazis são uma derivação dos nórdicos. Mas são claramente nazis, enquanto os nórdicos são nórdicos.
    Na verdade, nós nem conhecemos tais símbolos nórdicos ou celtas! Conhecemos as suas ignóbeis versões com as quais ideólogos se pavoneiam. De facto, é nisso que incide o texto que publicou.
    Assim sendo, talvez haja pessoas que façam culto de símbolos nórdicos e celtas (desconhecidos para nós) em plena vista e nós nem nos apercebemos! Mas o facto é que a dita Cruz Celta ou a “Sonnenrad” são criações tardias (Sonnenrad) ou foram apropriadas (Cruz Celta) e, na maioria dos casos, são associadas a grupos nazis.
    Concluindo: num universo que, imagino e talvez com causa para tal, engloba e integra um conjunto inumerável de símbolos, os únicos que hoje são conhecidos são aqueles que encontram o caminho para peitos de nazis e estão sempre associados a ataques ou manifestações nazis.
    Assim sendo, os símbolos que vêm a público são apenas nazis, por mais que sejam derivados de outras coisas. A sua derivação de algo é apropriação cultural, mas o que os símbolos são e representam é bem claro: deturpações imundas e ideologias retrógradas.
    Cumprimentos!

  6. Antes de responder ao seu simpático comentário, aqui lhe deixo informação sobre a credibilidade daqueles que vêm nazis por baixo da cama. Melhores cumprimentos e votos de bom fim de semana, José Lúcio Almeida, não nazi, não de direita, não PSD mas também não PCP ( principalmente esta gentalha que se diz ser do PCP ):

    Comment le Français Adrien Bocquet « blanchit » les crimes russes à Boutcha
    14 May, 2022
    L’une des émissions de la station de radio française Sud Radio du 10 mai était consacrée à l’Ukraine. Pendant une heure, l’invité en studio, Adrien Bocquet, a expliqué aux présentateurs André Berkoff et Augustin Moriaux que les crimes de Boutcha n’étaient pas l’œuvre des occupants russes, mais « les crimes de guerre du régiment Azov ». Il a également déclaré que les journalistes américains qui étaient à Boutcha avec lui tournaient des vidéos mises en scène, tandis que les militaires ukrainiens eux-mêmes utilisaient des cadavres de civils pour mettre en scène un « massacre à Boutcha ». Cela ressemble aux fantasmes des propagandistes russes? En effet.

    Adrien Bocquet, ancien militaire dans l’armée française et auteur de « Lève-toi et marche! Grâce à la science », a déclaré avoir visité Lviv, Boutcha et Kiev en avril de cette année. Il a indiqué qu’il est rentré d’Ukraine à la fin du mois d’avril après y avoir passé 16 jours. En d’autres termes, Adrien Bocquet serait arrivé en Ukraine à la mi-avril. C’est un point important pour évaluer la crédibilité de son témoignage, puisque Boutcha a été occupé par les troupes russes de la fin février au 1er avril. Donc, bien avant que Adrien Bocquet ait pu, éventuellement, se rendre sur place. Nous verrons plus tard qu’il a pu se trouver en Ukraine un peu plus tôt, car les gardes frontières disent qu’il a passé la frontière polonaise le 4 avril (StopFake a obtenu cette information de l’Ambassade d’Ukraine en France). Mais en tout cas, c’était après la libération de Boutcha et la découverte des massacres qui y ont été commis.

    Selon lui, il est allé en Ukraine dans le cadre d’une mission humanitaire pour aider les femmes, les enfants et les réfugiés ukrainiens (15:28). Il n’y a aucune publication confirmant son séjour à Boutcha sur ses pages officielles Twitter, Facebook et Instagram, bien qu’il les ait abondamment utilisées auparavant. Malgré cela, lors des émissions auxquelles il participe, Adrien Bocquet déclare qu’il possède « des centaines de vidéos de crimes de guerre de l’armée ukrainienne ». Pas une seule vidéo ou photo n’a encore été publiée ou remise aux forces de l’ordre en France, qui sont directement impliquées dans des enquêtes sur les crimes de guerre comis en Ukraine.

    Nous avons contacté Adrien Bocquet pour un commentaire via son compte Instagram. Mais nous n’avions reçu aucune réponse au moment de la publication de cet article.

    La chaîne française BFM.TV a diffusé plusieurs photos qui confirment le séjour d’Adrien Bocquet en Ukraine dans le cadre d’une mission humanitaire. Ces photos ont été prises à l’arrière d’une camionnette portant le marquage de la Fondation caritative «Shpital Sheptytskogo», qui est basée à Lviv. Afin de comprendre depuis combien de temps Adrien travaille avec la Fondation et ce qu’il y fait exactement, nous avons demandé un commentaire au directeur de la Fondation Andriy Login.

    Andriy Login a déclaré à StopFake qu’Adrien Bocquet a visité le bureau de la Fondation à Lviv uniquement deux fois et qu’il n’a jamais travaillé réellement avec eux. Lors de ces deux visites, Adrien est arrivé à l’improviste dans un véhicule privé et il a apporté des colis d’aide humanitaire. Les visites privées d’Adrien, avec plusieurs personnes l’accompagnant, ont eu lieu à l’heure du déjeuner le 4 avril et à minuit le 6 avril. Selon Andriy Login, il n’était pas possible de parler avec Adrien et ses compagnons puisqu’ils ne parlaient que le français. Dans ses interviews, Adrien Bocquet affirme pourtant comprendre un peu de russe et d’ukrainien. Cette maigre connaissance, selon lui, était suffisante pour comprendre de quoi parlaient entre eux les « nazis ukrainiens du régiment Azov à Boutcha ».

    Son histoire, qu’il a raconté longuement dans les studios de Sud Radio, réunis tous les clichés de la propagande russe. Les détails de l’histoire sont également confus et ils contredisent la chronologie connue des évènements qui se sont passé dans la ville ukrainienne de Boutcha au mois d’avril. Mais les présentateurs, sans poser aucune question détaillée, l’ont écouté avec intérêt. Ainsi, sur l’antenne de Sud Radio le 10 mai, Adrien Bocquet affirme que pendant son séjour en Ukraine, il a aidé les militaires ukrainiens (qu’il qualifiera plus tard de « nazis ») en leur fournissant des médicaments et les premiers soins (alors que le but initial de sa visite était soi-disant d’aider les réfugiés et les civils en Ukraine). Plus tard, ayant établi des contacts amicaux avec le régiment Azov, Adrien aurait été témoin de nombreux crimes commis par les militaires ukrainiens.

    Or en avril 2022, date à laquelle il a pu se rendre en Ukraine, il n’y a plus eu d’actions militaires à Boutcha. Également, il n’y a pas eu de blessés et encore moins de militaires russes faits prisonniers. Boutcha avait été occupé par les troupes russes de la fin février au 1er avril. Le 1er avril, la première vidéo montrant des cadavres dans les rues de la ville a été publiée dans la soirée. En d’autres termes, il est impossible qu’Adrien Bocquet ait pu se trouver à Boutcha et observer des « néo-nazis commettant des crimes de guerre ».

    Adrien Bocquet raconte plusieurs histoires sur les « crimes » de l’armée ukrainienne. Tout d’abord, il affirme que les combattants du bataillon Azov sont littéralement partout en Ukraine, même en Ukraine occidentale (où l’on sait qu’il n’y a pas de combats au sol) (19:00). Selon lui, les militaires d’Azov portent des « patchs néo-nazis, qui ne gênent personne ». « J’ai travaillé avec ces gars, je leur ai donné des médicaments. Savez-vous à quoi ressemblaient leurs conversations ? Parce que je comprends un peu l’ukrainien et le russe – ils riaient en disant que s’ils rencontraient des Juifs ou des Noirs, ils les tueraient. » À la remarque de l’animateur selon laquelle le bataillon Azov est toujours une petite partie des forces armées ukrainiennes (le régiment Azov est en fait une unité de la Garde nationale – ndlr), Adrien Bocquet répond « qu’ils sont 5 000 officiellement, mais il y a des volontaires qui les ont rejoints, donc ce chiffre devrait être multiplié par 4 ou 5. Il y en a au moins 20 000. 20.000 pour l’Ukraine, c’est un énorme bataillon » (27:00).

    L’Ukraine a une population estimée de 42 millions d’habitants, donc 20 000 de ces soldats pour l’ensemble du pays ne serait pas, même hypothétiquement, un grand nombre. Début 2022, l’armée comptait plus de 246 000 personnes, dont 195 000 soldats. En supposant que le bataillon Azov puisse compter jusqu’à 5 000 hommes, comme Adrien Bocquet lui-même en convient, cela représente 2,5 % de l’ensemble de l’AFU. Par conséquent, l’affirmation selon laquelle les combattants d’Azov étaient « partout » où Adrien Bocquet pouvait être présent ne peut pas être vraie. Le régiment Azov dispose également d’un système de recrutement officiel. L’information selon laquelle le nombre de volontaires est quatre fois supérieur au nombre de combattants d’Azov ne peut donc pas être véridique.

    « Alors pourquoi l’Europe les aide-t-elle en leur fournissant des armes ? Des nazis avec des galons SS ? », demande Adrien à plusieurs reprises dans toutes les émissions sur l’Ukraine (27:00). Le commandement du régiment Azov a déclaré à plusieurs reprises qu’il n’adhère pas à l’idéologie nazie. « Il n’est pas question d’inviter dans nos rangs des organisations d’extrême droite ou des personnes qui soutiennent cette vision du monde (nazie, – ndlr) », a expliqué le commandant du régiment Denis Prokopenko. Andriy Biletskiy, le fondateur et premier commandant du régiment Azov, a également noté dans une interview récente que « pour qualifier quelqu’un de fasciste, il faut d’abord regarder non pas des images, mais des faits réels. Le fascisme, c’est le génocide, le meurtre de civils, la destruction des traces de ces meurtres et les guerres d’agression contre des pays tiers. Seule la Russie répond à tous ces critères ».

    Vous pouvez en apprendre davantage sur les opinions et les convictions d’Azov grâce à une vidéo diffusée le 8 mai pour les journalistes étrangers depuis les sous-sols de l’usine Azovstal, où les combattants d’Azov se battent désormais pour leur pays. Mais pour la propagande russe, le régiment Azov est nazi. Maintenant que les combattants d’Azov constituent le dernier bastion de résistance à Mariupol, il est important pour la Russie d’en convaincre le monde entier.

    Les membres du bataillon Azov ne sont pas tous politisés. C’est une structure très hétéroclite. « Azov est porteur d’idées ultranationalistes, mais en 2014-2015, beaucoup de combattants se sont retrouvés dans Azov sans motivations idéologiques», dit la chercheuse français réputée Anna Colin-Lebedev dans un des ses tweets. Anna Colin Lebedev est l’auteur d’un rapport sur «Les combattants et les anciens combattants de Donbass: profil social, poids militaire et influence politique». (https://www.irsem.fr/data/files/irsem/documents/document/file/2439/Etude_IRSEM_n53_2017.pdf)

    Adrien Bocquet passe ensuite à son histoire principale, à savoir comment les combattants du régiment Azov auraient tué des prisonniers de guerre russes sous ses yeux. « J’ai vu des prisonniers de guerre russes qui étaient attachés et battus. Nous étions dans un hangar et ils arrivaient dans de petites camionnettes transportant 3-4 personnes. « Les gens d’Azov leur demandaient : « Qui est officier ici ? ». Tous ceux qui sont sortis de cette camionnette ont reçu une balle dans le genou avec un fusil d’assaut Kalashnikov. Et ceux qui ont dit « Je suis un officier » ont reçu une balle dans la tête. C’est ce qui se passe à Boutcha. J’ai tout vu. J’ai des vidéos qui le prouvent. » (21:00)

    Dans une autre interview sur sa chaîne YouTube VA Plus, Adrien Bocquet complète son histoire.Il affirme d’avoir vu des soldats d’Azov qui auraient interdit d’aider les soldats russes blessés qui se trouvaient le long de la route à Boutcha. Selon lui, ils les auraient achevés avec une Kalachnikov. « Ceux qui n’ont pas pu être achevés ont été abattus d’une balle dans la tête », a déclaré Adrien (14:00).

    L’absurdité de cette déclaration consiste dans le fait qu’à Boutcha, entre la mi-avril et la fin avril, il n’y a plus eu de combats entre les troupes ukrainiennes et russes. Par conséquent, il n’a pas été possible de fournir une assistance médicale aux militaires ou aux civils. Ainsi, les « informations précieuses » partagées par Adrien Bocquet dans les médias français sont un mensonge.

    Le Français semble avoir inventé cette histoire de meurtres en présence de l’armée russe, car sa trame coïncide parfaitement avec une vidéo qui a été activement diffusée sur les chaînes russes fin mars afin de discréditer l’armée ukrainienne. Elle montre un groupe de militaires tirant sur les jambes de prisonniers sortis d’un fourgon. La vidéo montre les militaires demandant aux captifs lequel d’entre eux est un officier. On peut comprendre, d’après leur conversation, que les événements se déroulent près de Kharkiv. En d’autres termes, Adrien Bocquet ne fait que relater le contenu de la vidéo et non la scène réelle qu’il a pu observer à Boutcha. En outre, un groupe de gendarmes français est arrivé en Ukraine le 11 avril pour enquêter sur les crimes de guerre commis autour de Kiev. Ceci a été rapporté par l’ambassadeur français en Ukraine, Etienne de Poncins. Aucun des témoins interrogés n’a fourni de témoignage qui ressemble, même de loin, aux histoires partagées par Adrien Bocquet.

    À Boutcha, Adrien aurait également observé des journalistes américains en train de tourner de fausses vidéos et photos, les faisant passer pour des preuves de bombardements russes. « J’ai également vu des journalistes américains regarder des bombes tomber dans un petit parc près de Boutcha, à l’est de Boutcha. Les Américains faisaient une vidéo et disaient que c’était les Russes qui bombardaient. Ils ont dit ‘ce sera une jolie photo’ » (22:00). Inutile de dire qu’il était tout simplement impossible d’observer de telles scènes à Boutcha à la mi-avril. Aucun obus tiré par les militaires russes ou ukrainiens n’a pu y être vu. En même temps, Adrien Bocquet soutient que le massacre de Boutcha a été mis en scène. Sa version du « massacre de Boutcha » coïncide parfaitement avec l’une des versions de la propagande russe, qui, entre autres, est diffusée pour les médias étrangers. Elle affirme que les cadavres de Boutcha étaient réels, mais ont été déplacés là par les militaires ukrainiens (25:00).

    Mais, même après tout ce qu’il a vu, Adrien Bocquet a quand même réussi à rentrer en France. Même si, selon lui, les combattants d’Azov l’auraient retenu pendant 10 heures, tout en vérifiant son téléphone (apparemment sans remarquer des centaines de vidéos et de photos de crimes de guerre, que le Français affirme avoir encore) (28:23). Adrien est très probablement mal informé de la manière dont se déroulent les « vraies » inspections – comme celles menées par l’armée russe dans les « camps de filtration » des oblasts de Donetsk et de Louhansk. Les gens sont contraints de rester pendant des jours ou des semaines avant d’être emmenés pour être interrogés et de voir leurs téléphones et le contenu de leurs profils de médias sociaux entièrement vérifiés.

    Adrien Bocquet tente de convaincre les Français avec son histoire selon laquelle la Russie a été contrainte de déclencher la guerre uniquement en raison de la menace réelle que représentaient pour le Donbas les nazis ukrainiens et les autorités ukrainiennes, qui auraient « anéantit la population pro-russe de la région pendant 8 ans ». Cette version des événements est très familière à quiconque a déjà rencontré la propagande russe. À la fin de l’émission, Adrien Bocquet amène les auditeurs de Sud Radio à la conclusion que « si Macron avait été confronté à une situation où 14 000 Français avaient été tués hors de France, il aurait probablement fait la même chose (procéder à une invasion militaire d’un État voisin – ndlr) ». (42:00). Il s’avère donc qu’Adrien Bocquet partage l’opinion selon laquelle la Russie a déclenché la guerre de manière préventive, car l’Ukraine « rassemblait un grand nombre de militaires ukrainiens aux frontières de Donbas, prêts à lancer une invasion » (44:00).

    Rappelons que l’un des arguments pour lancer une guerre totale avec l’Ukraine était l’existence d’un « génocide dans le Donbas », au cours duquel des civils auraient été tués et les droits de la population russophone auraient été violés. Ce récit a été réfuté à de nombreuses reprises par des organisations internationales telles que l’ONU et l’OSCE, qui n’ont pas constaté de tels faits. Selon l’ONU, quelque 14 500 personnes ont en effet été tuées dans le Donbas pendant l’action militaire de la Russie contre l’Ukraine de 2014 à 2021. Parmi eux, 3 500 étaient des civils, 4 500 étaient des militaires ukrainiens et 6 500 étaient des membres de bandes armées russes. C’est-à-dire que le chiffre employé par Poutine est le nombre total de morts militaires et civils des deux côtés, comme StopFake l’a écrit à plusieurs reprises.

    Les propos d’Adrien Bocquet sont en train de devenir une arme pour la propagande russe en Occident. Cependant, des citations sont également largement diffusées dans les médias russes. Par exemple, des déclarations faites sur l’antenne française Sud Radio ont été publiées sur les comptes de réseaux sociaux du porte-parole du ministère russe des Affaires étrangères, Maria Zakharova. Les prétendus « témoignages » d’Adrien Bocquet ont également servi de base à des publications dans les médias de propagande russes Gazeta.ru, Izvestia, Lenta.ru, Komsomolskaya Pravda et d’autres médias russes. Dans l’article de Perviy Kanal visant à montrer « des preuves vidéo de crimes de guerre commis par l’armée ukrainienne », la même vidéo anonyme tournée près de Kharkiv, apparue pour la première fois en ligne fin mars, a été utilisée et n’a rien à voir avec Adrien Bocquet. À ce jour, aucune preuve vidéo prétendument en possession d’Adrien Bocquet n’a été publiée ou partagée avec les autorités compétentes.

    Adrien Bocquet, à travers son récit fictif, sert à l’opinion publique française les mêmes arguments que la Russie utilise pour justifier l’agression contre l’Ukraine.

    StopFake insiste auprès des responsables des médias européens pour qu’ils examinent les antécédents des experts qui sont invités en studio pour discuter de la guerre russo-ukrainienne. Donner la parole à des propagandistes pro-russes qui livrent des informations plutôt confuses est inacceptable.

    MAJ: Nous avons modifié cette histoire après avoir reçu des informations supplémentaires sur les contacts d’Adrien Bocquet avec la Fondation caritative «Shpital Sheptytskogo».

    https://www.stopfake.org/fr/comment-le-francais-adrien-bocquet-blanchit-les-crimes-russes-a-boutcha/

    • Olá, Sr. Lúcio!
      Agradeço a sua resposta.
      Felizmente, arranho francês e comecei a leitura do que publicou. Contudo, ainda antes de acabar deparei-me com algo que, a meu ver e tendo em conta o que já foi aqui publicado, choca com uma determinada informação.
      O artigo refere que o jornalista chegou à Ucrânia, vindo da Polónia, no dia 4 de Abril deste ano e que, dessa forma, havia uma anacronia que o impedia de ter presenciado o que quer tenha alegado que presenciou (não contesto nada aqui, faço simplesmente um apanhado para conduzir o raciocínio). Todavia, refere-se outra coisa: o facto das tropas russas terem deixado a cidade de Bucha no dia de 1 de Abril!
      Ora, tendo em conta algumas das informações colocadas aqui no blog e noutros, as tropas russas abandonaram Bucha no dia 30 ou 31 (não me recordo honestamente qual dos dois) de Março, sendo que o Presidente da Câmara de Bucha gravou um vídeo a 1 de Abril, tendo-o publicado no mesmo dia nas redes sociais e nos quais não havia menção à descoberta de corpos.
      Eu vou acabar de ler o que enviou, mas isto, logo à partida, oferece uma contradição e ficamos sem saber exatamente, então, quando é que as tropas russas saíram de Bucha…
      Todavia, tal não explica de qualquer forma o porquê de as equipas forenses não terem tido acesso ao local e o facto do pedido da parte da Rússia na ONU de que fosse conduzida uma investigação independente, de maneira a determinar o que sucedeu na localidade, ter sido recusado pelo Reino Unido.
      Como disse, vou acabar de ler o que publicou e depois poderei comentar.
      Bom fim de semana!

      • Acrescento, rapidamente, apenas o seguinte: para se determinar o que verdadeiramente aconteceu em Bucha, devia ser conduzida uma investigação verdadeiramente independente e permitir que, por exemplo, oficiais ou equipas sob a égide de uma ONU Irrepreensível (!) fossem ou tivessem sido permitidas imediatamente no local.
        Tal seria importante para evitar uma situação como aquela que se verificou, por exemplo, na Jugoslávia em que o próprio FBI, ao chegar ao local das alegadas campas em massa, não encontrou nada, assim como as próprias equipes forenses espanholas que marcaram presença no local. Aliás, ontem comecei a ler um artigo acerca dessa questão num blog chamado Consortium News, se tiver curiosidade para o “folhear”. Pesquisando Milosevic e o nome do blogue, encontrá-lo, creio.
        De facto, para evitar os erros do passado, que resultaram no desmembramento total da Jugoslávia e na disrupção do relacionamento de comunidades, deveríamos pressionar os governos e a União Europeia neste sentido.
        A procuradora Carla del Ponte do Tribunal Penal Internacional acabou por admitir, anos mais tarde, que tinha sido pressionada para deliberar relativamente a Milosevic num determinado sentido.
        E Milosevic não era nenhum terrorista, aliás, sob o prejuízo de ser considerado esquerdalha ou ser imputado como seguidor de geringonça (que não tem nada de errado, diga-se de passagem), era presidente de um país que tinha um sistema político vigente socialista!
        Bom, é tudo. Bom fim de semana!

      • Traduzido com a versão gratuita do tradutor – http://www.DeepL.com/Translator ( em 4 passagens visto que não estou para pagar o DeepL Premium ).

        Como o francês Adrien Bocquet ‘branquela’ os crimes russos em Boutcha
        14 de Maio, 2022
        Um dos programas da estação de rádio francesa Sud Radio, a 10 de Maio, foi dedicado à Ucrânia. Durante uma hora, o convidado de estúdio Adrien Bocquet explicou aos apresentadores André Berkoff e Augustin Moriaux que os crimes em Boutcha não foram obra dos ocupantes russos, mas “os crimes de guerra do regimento Azov”. Também disse que os jornalistas americanos que estavam no Butcha com ele estavam a filmar vídeos encenados, enquanto os próprios militares ucranianos estavam a utilizar cadáveres civis para encenar um “massacre no Butcha”. Soa como as fantasias dos propagandistas russos? Sim, é verdade.

        Adrien Bocquet, ex-soldado do exército francês e autor de “Levanta-te e anda! Graças à Ciência”, disse ter visitado Lviv, Boutcha e Kiev em Abril deste ano. Disse que regressou da Ucrânia no final de Abril, depois de lá ter passado 16 dias. Por outras palavras, Adrien Bocquet teria chegado à Ucrânia em meados de Abril. Este é um ponto importante na avaliação da credibilidade do seu testemunho, uma vez que Boutcha foi ocupada por tropas russas de finais de Fevereiro a 1 de Abril. Assim, muito antes de Adrien Bocquet ter podido lá ir. Veremos mais tarde que ele poderá ter estado na Ucrânia um pouco mais cedo, pois os guardas de fronteira dizem que ele atravessou a fronteira polaca a 4 de Abril (StopFake obteve esta informação da Embaixada da Ucrânia em França). Mas em todo o caso, foi após a libertação de Butcha e a descoberta dos massacres aí cometidos.

        Segundo ele, deslocou-se à Ucrânia numa missão humanitária para ajudar mulheres, crianças e refugiados ucranianos (15:28). Não existem posts confirmando a sua estadia em Butcha nas suas páginas oficiais no Twitter, Facebook e Instagram, embora ele já as tenha usado extensivamente antes. Apesar disso, Adrien Bocquet afirma ter “centenas de vídeos de crimes de guerra do exército ucraniano” nos programas em que aparece. Nem um único vídeo ou fotografia foi ainda publicado ou entregue a agências de aplicação da lei em França, que estão directamente envolvidas em investigações sobre crimes de guerra na Ucrânia.

        Contactámos Adrien Bocquet para um comentário através da sua conta Instagram. Mas não tínhamos recebido qualquer resposta até à altura em que este artigo foi publicado.

        O canal francês BFM.TV publicou várias fotografias que confirmam a estadia de Adrien Bocquet na Ucrânia como parte de uma missão humanitária. As fotografias foram tiradas da parte de trás de uma carrinha marcada “Shpital Sheptytskogo”, uma fundação de caridade com sede em Lviv. A fim de compreender há quanto tempo Adrien trabalha com a Fundação e o que faz lá exactamente, pedimos ao director da Fundação Andriy Login para comentar.

        Andriy Login disse à StopFake que Adrien Bocquet visitou o escritório da Fundação em Lviv apenas duas vezes e que nunca trabalhou realmente com eles. Em ambas as visitas, Adrien chegou sem aviso prévio num veículo privado e trouxe pacotes de ajuda humanitária. As visitas privadas de Adrien, com várias pessoas a acompanhá-lo, tiveram lugar à hora do almoço, a 4 de Abril, e à meia-noite, a 6 de Abril. De acordo com Andriy Login, não era possível falar com Adrien e os seus companheiros, pois eles só falavam francês. Nas suas entrevistas, no entanto, Adrien Bocquet afirma compreender alguns russos e ucranianos. Este magro conhecimento, segundo ele, era suficiente para compreender o que os “nazis ucranianos do regimento Azov em Butcha” estavam a falar.

        A sua história, que ele contou longamente nos estúdios da Sud Radio, combina todos os clichés da propaganda russa. Os detalhes da história também são confusos e contradizem a cronologia conhecida dos acontecimentos na cidade ucraniana de Butcha, em Abril. Mas os apresentadores, sem fazer perguntas detalhadas, escutaram com interesse. Assim, na Sud Radio de 10 de Maio, Adrien Bocquet afirmou que durante a sua estadia na Ucrânia tinha ajudado os militares ucranianos (que mais tarde descreveria como “nazis”), fornecendo-lhes medicamentos e primeiros socorros (embora o objectivo inicial da sua visita fosse supostamente ajudar refugiados e civis na Ucrânia). Mais tarde, tendo estabelecido contactos amigáveis com o regimento Azov, Adrien terá testemunhado muitos crimes cometidos pelos militares ucranianos.

        No entanto, em Abril de 2022, quando pôde visitar a Ucrânia, não houve mais acções militares em Butcha. Além disso, não houve baixas e ainda menos soldados russos foram feitos prisioneiros. Butcha tinha sido ocupada por tropas russas de finais de Fevereiro a 1 de Abril. A 1 de Abril, foi publicado à noite o primeiro vídeo mostrando cadáveres nas ruas da cidade. Por outras palavras, é impossível para Adrien Bocquet ter estado em Boutcha e ter observado “neonazis cometendo crimes de guerra”.

        Adrien Bocquet conta várias histórias sobre os “crimes” do exército ucraniano. Primeiro, ele afirma que os combatentes do batalhão Azov estão literalmente em toda a Ucrânia, mesmo na Ucrânia Ocidental (onde se sabe que não há combate terrestre) (19:00). Segundo ele, os militares Azov usam “remendos neo-nazis, que não incomodam ninguém”. “Trabalhei com estes tipos, dei-lhes medicamentos. Sabe como eram as suas conversas? Porque compreendo um pouco de ucraniano e russo – eles riam-se e diziam que se encontrassem judeus ou negros, matá-los-iam”. À observação do anfitrião de que o batalhão Azov ainda é uma pequena parte das forças armadas ucranianas (o regimento Azov é de facto uma unidade da Guarda Nacional – ed.), Adrien Bocquet respondeu “existem 5.000 oficialmente, mas há voluntários que se juntaram a eles, pelo que este número deve ser multiplicado por 4 ou 5. Há pelo menos 20.000. 20.000 para a Ucrânia é um enorme batalhão” (27:00).

        A Ucrânia tem uma população estimada de 42 milhões, pelo que 20.000 destes soldados para todo o país não seriam, mesmo hipoteticamente, um grande número. No início de 2022, o exército tinha mais de 246.000 pessoas, incluindo 195.000 soldados. Assumindo que o Batalhão de Azov poderia chegar a 5.000, como o próprio Adrien Bocquet concorda, isto representa 2,5% de toda a AFU. Portanto, a alegação de que os combatentes de Azov estavam “em toda a parte” que Adrien Bocquet podia estar presente não pode ser verdadeira. O regimento Azov também tinha um sistema de recrutamento formal. A informação de que o número de voluntários é quatro vezes superior ao número de combatentes de Azov não pode, portanto, ser verdadeira.

        “Então porque é que a Europa os ajuda, fornecendo-lhes armas? Nazis com listras SS?”, pergunta Adrien repetidamente em todos os programas da Ucrânia (27:00). O comando do regimento Azov declarou repetidamente que não adere à ideologia nazi. “Não se trata de convidar organizações de extrema-direita ou pessoas que apoiam esta visão do mundo para as nossas fileiras”, explicou o comandante do regimento, Denis Prokopenko. Andriy Biletskiy, o fundador e primeiro comandante do regimento Azov, também observou numa entrevista recente que “para chamar alguém de fascista, é preciso olhar não para fotografias, mas para factos reais. O fascismo é genocídio, assassinato de civis, destruição dos vestígios destes assassinatos e guerras de agressão contra países terceiros. Apenas a Rússia preenche todos estes critérios.

        Pode saber mais sobre as opiniões e crenças de Azov num vídeo transmitido a 8 de Maio para jornalistas estrangeiros a partir da cave da fábrica Azovstal, onde os combatentes de Azov estão agora a lutar pelo seu país. Mas para a propaganda russa, o regimento Azov é nazi. Agora que os combatentes Azov são o último bastião da resistência em Mariupol, é importante para a Rússia convencer o mundo inteiro disto.

        Os membros do batalhão Azov não são todos politizados. É uma estrutura muito heterogénea. “Azov transporta ideias ultranacionalistas, mas em 2014-2015, muitos lutadores encontraram-se em Azov sem motivações ideológicas”, diz a célebre investigadora francesa Anna Colin-Lebedev num dos seus tweets. Anna Colin Lebedev é autora de um relatório sobre “Combatentes e veteranos em Donbass: perfil social, peso militar e influência política”. (https://www.irsem.fr/data/files/irsem/documents/document/file/2439/Etude_IRSEM_n53_2017.pdf)

        Adrien Bocquet passa então à sua história principal, nomeadamente como os combatentes do regimento Azov alegadamente mataram prisioneiros de guerra russos diante dos seus olhos. “Vi prisioneiros de guerra russos que foram amarrados e espancados. Estávamos num barracão e eles vinham em pequenas carrinhas que transportavam 3-4 pessoas. “As pessoas de Azov perguntavam-lhes: ‘Quem é um oficial aqui? Todos os que saíram daquela carrinha foram alvejados no joelho com uma espingarda de assalto Kalashnikov. E aqueles que disseram “Eu sou um oficial” foram alvejados na cabeça. Isto é o que acontece em Boutcha. Já vi de tudo. Tenho vídeos que o comprovam. (21:00)

        Em outra entrevista no seu canal VA Plus YouTube, Adrien Bocquet acrescenta à sua história, dizendo que viu soldados Azov que alegadamente proibiram ajudar os soldados russos feridos ao longo da estrada em Boutcha. De acordo com ele, acabaram-nas com uma Kalashnikov. “Aqueles que não puderam ser acabados foram baleados na cabeça”, disse Adrien (14:00).

        O absurdo desta afirmação é que em Butcha, entre meados e finais de Abril, não houve mais combates entre as tropas ucranianas e russas. Por conseguinte, não foi possível prestar assistência médica aos militares ou civis. Assim, a “informação valiosa” partilhada por Adrien Bocquet nos meios de comunicação social franceses é uma mentira.

        O francês parece ter inventado esta história de assassinatos na presença do exército russo, pois a sua trama coincide perfeitamente com um vídeo que foi activamente transmitido nos canais russos no final de Março para desacreditar o exército ucraniano. Mostra um grupo de soldados a disparar contra as pernas dos prisioneiros que estão a ser retirados de uma carrinha. O vídeo mostra os soldados a perguntar aos prisioneiros qual deles é um oficial. Da sua conversa resulta claro que os eventos estão a ter lugar perto de Kharkiv. Por outras palavras, Adrien Bocquet está apenas a relatar o conteúdo do vídeo e não a cena real que observou em Boutcha. Além disso, um grupo de gendarmes franceses chegou à Ucrânia a 11 de Abril para investigar os crimes de guerra cometidos nos arredores de Kiev. Isto foi relatado pelo embaixador francês na Ucrânia, Etienne de Poncins. Nenhuma das testemunhas entrevistadas forneceu um testemunho que se assemelhasse mesmo remotamente às histórias partilhadas por Adrien Bocquet.

        Em Boutcha, Adrien também terá observado jornalistas norte-americanos a filmar vídeos e fotografias falsas, passando-as como provas de bombardeamentos russos. “Vi também jornalistas americanos a assistir à queda de bombas num pequeno parque perto de Boutcha, a leste de Boutcha. Os americanos estavam a fazer um vídeo e a dizer que foram os russos a bombardear. Disseram ‘isto será uma bela imagem'” (22:00). Escusado será dizer que foi simplesmente impossível observar tais cenas em Boutcha em meados de Abril. Nenhum projéctil disparado pelos militares russos ou ucranianos podia ser visto ali. Ao mesmo tempo, Adrien Bocquet sustenta que o massacre de Boutcha foi encenado. A sua versão do “massacre de Boutcha” coincide perfeitamente com uma das versões da propaganda russa, que, entre outras coisas, é divulgada para os meios de comunicação social estrangeiros. Afirma que os cadáveres em Butcha eram reais, mas que foram deslocados para lá pelos militares ucranianos (25:00).

        Mas mesmo depois de tudo o que viu, Adrien Bocquet ainda conseguiu regressar a França. Embora, segundo ele, os caças Azov o tenham detido durante 10 horas, enquanto verificavam o seu telefone (aparentemente sem repararem em centenas de vídeos e fotografias de crimes de guerra, que o francês diz que ainda tem) (28:23). Adrien está muito provavelmente mal informado sobre como as inspecções “reais” – tais como as realizadas pelo exército russo em “campos de filtração” em Donetsk e nos oblastos de Luhansk – são levadas a cabo. As pessoas são obrigadas a permanecer durante dias ou semanas antes de serem levadas para serem interrogadas e têm os seus telefones e perfis nas redes sociais totalmente verificados.

        Adrien Bocquet tenta convencer os franceses com a sua história de que a Rússia foi forçada a iniciar a guerra apenas devido à ameaça real aos Donbas por parte dos nazis ucranianos e das autoridades ucranianas, que alegadamente “dizimaram a população pró-russa na região durante 8 anos”. Esta versão dos eventos é muito familiar a qualquer pessoa que já tenha encontrado propaganda russa. No final do programa, Adrien Bocquet conduz os ouvintes da Sud Radio à conclusão de que “se Macron tivesse sido confrontado com uma situação em que 14.000 franceses tivessem sido mortos fora de França, provavelmente teria feito a mesma coisa (prosseguindo com uma invasão militar de um Estado vizinho – ed. note)”. (42:00). Acontece que Adrien Bocquet partilha a opinião de que a Rússia iniciou a guerra preventivamente, porque a Ucrânia estava “a reunir um grande número de militares ucranianos nas fronteiras de Donbas, prontos para lançar uma invasão” (44:00).

        Deve recordar-se que um dos argumentos para lançar uma guerra total com a Ucrânia foi a existência de um “genocídio nos Donbas”, durante o qual os civis foram alegadamente mortos e os direitos da população de língua russa foram violados. Esta história tem sido repetidamente refutada por organizações internacionais tais como a ONU e a OSCE, que não encontraram qualquer prova desse tipo. Segundo a ONU, cerca de 14.500 pessoas foram efectivamente mortas nas Donbas durante a acção militar da Rússia contra a Ucrânia de 2014 a 2021. Destes, 3.500 eram civis, 4.500 eram militares ucranianos e 6.500 eram membros de bandos armados russos. Ou seja, o número utilizado por Putin é o número total de mortes militares e civis de ambos os lados, como a StopFake tem escrito repetidamente.

        As palavras de Adrien Bocquet estão a tornar-se uma arma para a propaganda russa no Ocidente. No entanto, as citações são também amplamente divulgadas nos meios de comunicação social russos. Por exemplo, as declarações feitas na estação de rádio francesa Sud Radio foram publicadas nas contas das redes sociais da porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova. Os chamados “testemunhos” de Adrien Bocquet foram também utilizados como base para publicações na Gazeta.ru, Izvestia, Lenta.ru, Komsomolskaya Pravda e outros meios de comunicação social russos. No artigo do Perviy Kanal com o objectivo de mostrar “provas em vídeo de crimes de guerra cometidos pelo exército ucraniano”, foi utilizado o mesmo vídeo anónimo filmado perto de Kharkiv, que apareceu pela primeira vez online no final de Março, e nada tem a ver com Adrien Bocquet. Até à data, nenhuma prova vídeo alegadamente na posse de Adrien Bocquet foi publicada ou partilhada com as autoridades competentes.

        Adrien Bocquet, através da sua história fictícia, está a servir a opinião pública francesa com os mesmos argumentos que a Rússia utiliza para justificar a agressão contra a Ucrânia.

        StopFake insta os gestores dos media europeus a examinarem os antecedentes dos peritos que são convidados a entrar no estúdio para discutir a guerra russo-ucraniana. Dar a palavra a propagandistas pró-russos que fornecem informações bastante confusas é inaceitável.

        ACTUALIZAÇÃO: Alterámos esta história após termos recebido informações adicionais sobre os contactos de Adrien Bocquet com a fundação de caridade “Shpital Sheptytskogo”.

    • Sr. José Lúcio, acabei de ler o que publicou e tenho algumas coisas a apontar, para além do pequeno comentário que já fiz acerca da questão das datas.
      Ora, sem ter possibilidade de comentar o artigo na totalidade, apresento-lhe a minha impressão geral acerca do mesmo: embora me pareça que apresentam questões pertinentes acerca do que é alegado pelo “jornalista” francês (coloco entre aspas, porque pareceu-me que se trata mais de um autêntico influencer de Instagram do que um jornalista sério), creio que tal não será impeditivo de contra-argumentar ou de refutar algumas informações dadas pelo artigo.
      Em primeiro lugar, reforço a noção de que este jornalista francês me parece estranho. O facto de dizer que o Batalhão é constituído por 4 a 5 vezes mais gente do que os seus 5000 homens, e achar que isso é muito, destoou logo à partida. Claro que 20000 pessoas é manada, mas não se aproxima dos números alegados até agora que poderiam integrar as fileiras das forças (na ordem das centenas de milhares).
      Seguidamente, há um segundo ponto que a mim me incomodou bastante: o facto de mencionar os 14500 mortos no Donbass e de fazerem menção a dados da ONU e da OSCE para afirmarem que isto são manipulações do Kremlin, com a intenção de incluir aqui todos os vitimados (incluindo ucranianos) no conflito. Por outro lado, referem como manipulação a dita “invasão” que estava a ser preparada pelos ucranianos.
      De facto, o relatório da OSCE que comprova um incremento no número de explosões na zona de cessar-fogo desde o dia 15 de Fevereiro (nas Repúblicas de Donbass) é, parece-me, causa provável para admitir que alguma coisa estava em preparação. Pelo menos, é estranho que tenha havido um tão grande número de explosões a partir dessa altura. Isto, aliás, é coincidente com o facto de (mesmo que não necessariamente tropas ucranianas, embora haja dados para tal) pelos menos grandes concentrações e exercícios militares na fronteira com tropas da NATO seja verídico. Desde há um ano que a NATO intensificou o seu posicionamento de contingentes militares nas fronteiras russas e conduzia exercícios militares regularmente.
      Em relação ainda à manipulação russa dos dados da ONU e da OSCE que pretendem dizer que o número de civis refere-se ao conjunto da Ucrânia desde o golpe Maidan de 2014: eu li o relatório agora mesmo. Provém do OHCHR (Gabinete do Alto Comissário para os Direitos Humanos), datado de 27 de Janeiro de 2022 e refere, logo no início, o número de baixas civis nos últimos dias do ano de 2021 (incluindo 31 de Dezembro), sendo que as baixas referidas são mulheres e homens, vítimas de armas ligeiras e de ERW (não sei o que é isto) e ocorreram todas sem exceção nas Auto-Proclamadas Repúblicas do Donetsk e de Lugansk!
      No final do relatório referem realmente os números como o artigo que publicou o fez (3404 de civis, 4400 de forças armadas Ucranianas e 6500 estimadas de membros de grupos armados), sem contar com os feridos.
      Todavia, chamo à atenção para o seguinte: repare que dizem “membros de grupos armados”. Ora, eu deduzo que, ao fazerem a distinção com as forças armadas ucranianas (sendo que o Batalhão Azov está incluído nestas), estes grupos armados são, precisamente, os voluntários (civis) que combatiam nas milícias das Repúblicas do Donbass.
      E convém referir que os civis mortos, à falta de clarificação, devem ser entendidos como os que habitam estas Repúblicas, onde se tem concentrado a maioria dos combates e não na zona ocidental da Ucrânia.
      Mesmo que, observando estes números, possamos dizer que não estão perto dos 14000 mortos no Donbass, convém ter em conta que tal relatório era relativo até 31 de Dezembro de 2021!! Até ao dia 24 de Fevereiro, subsistiram os combates! E foi neste intervalo de 2 meses que se processou um incremento na violência, que tinha sido regular ao longo dos últimos anos. Como tal, não seria improvável conceber a possibilidade de este número ter atingido ou chegado perto dos 14000 mortos nas referidas Repúblicas!
      Quanto a Bucha, não sei que lhe diga. O facto de mencionarem investigadores Franceses não me tranquiliza, honestamente. Não são independentes.
      Repito o que já mencionei: a ONU deveria ter tido acesso ao local e devia ter sido esta organização a colocar tudo em pratos limpos. Não os russos, não os ucranianos e muito menos os franceses (deus me livre!)!!
      Só desta forma poderia haver hipóteses de uma averiguação clara e correta do sucedido!
      Mas numa coisa concordamos: o francês pareceu-me pouco confiável.
      Tal não invalida, contudo, que não se possa argumentar na direção pela qual ele enveredou, mas o caminho tinha de ser outro.
      Alegações têm de ser fundadas em dados concretos, mas tal aplica-se a ambos os lados!
      Bom, espero que seja satisfatório!
      Bom fim de semana!

      • Meu caro, não se deixe enrolar pela conversa da irmã Lúcia, essas patranhas em francês vêm de um site de propaganda ucraniano com tradução automática em várias línguas, curioso não ter em português, a irmã Lúcia escolheu o francês só para parecer mais credível… é um site bastante tosco com sede em Kiev, basta ver os outros posts que lá estão, provavelmente é o próprio Zelenski que escreve essas tretas, o homem não faz mais nada se não teclar, falar para a webcam e atender as ordens do NATOstão.
        https://who.is/whois/stopfake.org

        • Obrigado, Sr. Fernando Garrido e Estátua de Sal.
          Na verdade, devo, em nome da honestidade intelectual e de modo a evitar invetivas de qualquer género, emendar uma informação dada no comentário em resposta ao artigo do Sr. José Lúcio.
          Afirmo na resposta que, de acordo com o relatório do OHCHR, as fatalidades registadas durante o mês de dezembro de 2021 (até dia 31) ocorreram todas sem exceção nas Auto-Proclamadas Repúblicas de Lugansk e Donetsk. Aqui há um erro devido a falta de atenção da minha parte.
          Na verdade, houve vítimas igualmente na zona controlada pelo Governo Ucraniano!
          Todavia, na segunda página do relatório há uma tabela que reúne os dados das vítimas civis entre os anos de 2018 e 2021 (cada ano encontra-se representado individualmente), na qual se observa que, em 2021, o número de vítimas totais nas Repúblicas foram 36 (devido, provavelmente, ao cessar fogo que foi instaurado a 27 de Julho de 2020 e que é mencionado no relatório) e, na zona controlada pelo Governo, totalizaram 8.
          Não obstante este facto, ao compararmos os números de baixas civis entre as duas áreas (as Repúblicas e a zona controlada pelo Governo) descobrimos que existe uma grande discrepância entre os números de um lado e do outro.
          Como exemplo, em 2018 as vítimas totais do conflito nas Repúblicas foram 128, enquanto que na zona controlada pelo Governo foram 27. Refiro ainda que no conjunto deste espaço temporal (2018 a 2021) o total de vítimas nas Repúblicas foi 310 contra 62 na zona controlada pelo Governo.
          Obviamente que quaisquer vítimas, pertençam a que lado for, são sempre trágicas. Mas convém ter presente que tudo isto teria sido facilmente evitável se os Acordos de Paz de Minsk, negociados em 2015, – sob os auspícios de uma França e uma Alemanha ditas democráticas, mas que não mexeram um dedo para ajudar à resolução do conflito (exceto o Sr. Macron nas vésperas do começo da operação militar russa, como bom aluno que estuda para o exame na noite anterior para dizer que fez alguma coisa) – tivessem sido efetivamente implantados.
          De facto, ter presente em mente os vitimados de ambos os lados (recorde-se que falamos de civis) deveria impulsionar todos os seres humanos que ainda se consideram como tal a impelir os respectivos governos na direção de uma solução efetiva de Paz, ao invés de alimentar um conflito desnecessário que recorda (para quem quiser ter tal coisa presente na memória) um conflito Palestino-Israelita, que se prolonga há muito mais tempo do que este conflito particular e que, ironicamente, serve como a ignomínia que paira sobre todas as nossas cabeças e que permite que, pela restrição dos poderes de decisão de uma ONU (que se vê constantemente ignorada e às suas decisões por potências que se assumem como líderes auto-proclamadas deste mundo e dos outros), seja impossível uma implantação de resoluções e uma intervenção clara e decisiva no que a este género de conflitos diz respeito.
          Embora eu admita as minhas inclinações e possa arranjar argumentos que, na minha visão, justifiquem a operação militar russa, o facto é que não é assim que se deveriam resolver tais situações.
          E é uma pena que, desde ’45, uma instituição que deveria funcionar como regulamentadora das relações entre países e povos se veja constantemente vexada e enxovalhada por políticos imberbes.
          Este comentário, como é óbvio, não se refere tanto à apresentação de dados ou factos relativos ao conflito, mas representa um “desabafo” pessoal, se me é permitida a impertinência.
          Cumprimentos a todos!

          • 100 % de acordo no que toca ao infame genocídio dos Palestinianos pelos Israelitas. Meio a brincar, meio a sério, costumo dizer que a culpa foi do Hitler, porque não acabou aquilo que tinha começado 🙁 . Tal como, com a invasão da Ucrânia pela Federação Russa, me tornei anti-russo, com as infames atitudes de Israel, o meu anti-sionismo floresceu. E não tenho nada de Nazi mas, visto de hoje, a criação do Estado de Israel, em 1948, foi ignominiosa. Se queriam um sítio para pôr os judeus, que os pusessem no deserto do Sinai, já que Moisés andou lá com eles durante 10 anos, cacho que é o que diz a Bíblia.

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