Zero debates

(Joseph Praetorius, in Facebook, 20/01/2022)

Joseph Praetorius

Não vi até agora um único debate da campanha. Registei os raros ecos.

Não creio que seja o momento de varrer o PS. Porque ninguém está preparado para – se tal ocorresse – fazer face à rapacidade que se abateria sobre o SNS e sobre o que resta do sector empresarial do Estado, compreendendo a TAP que, evidentemente, não dispondo já o país de marinha mercante que se veja, vem minorando esta crua circunstância por modo útil e eficaz, apesar das ineficiências da gestão.

Quanto a tudo o mais, parece que se não discute nada que seja atributo de um Estado. Nem sequer de um Estado federado, porque a Educação, a rede hospitalar, o sistema judiciário e a política social também não se mostram discutidas.

Os liberais vieram discutir ideias gerais sobre a política fiscal e os direitos individuais (sempre em décifit nesta terra). A gente de Jerónimo de Sousa está cada vez mais parecida com a Acção Católica, se bem vejo. À direita terá havido uns desempenhos inconsistentes – da inconsistência que a caracteriza.

Mas todos convergiram no silêncio sobre a Política Externa, a Política de Defesa, a Política de Desenvolvimento.

O PS – assegurando um governo onde o nepotismo nunca foi tão alarmante – ostenta a segurança de quem sabe que a população tem muito provavelmente mais medo dos outros que dele. E assim devia ser, mas nem isso é seguro.

A ICAR vai tremendo, em coincidência feliz, quanto aos resultados antevistos do inquérito à sua pedoclastia, pela “comissão independente” por si própria nomeada (por parecer que não há Ministério Público, nem Ministro da Justiça).

Tudo maduro. É preciso preparar a ceifa.

De iure constituendo, o Estado (quando voltar a existir ) deve assegurar, por ser do seu mais estricto interesse, a formação filosófica, literária, histórica e jurídica dos seus dirigentes políticos e do alto funcionalismo.

Porque o “economismo” deu paspalhos que nem articular uma frase sem esforço conseguem ( como concordarão se quiserem lembrar-se de Cavaco, Ferreira Leite – esta, nem Sócrates conseguia dizer – ou, ainda, daquele senhor muito simpático, mas aparentemente oligofrénico e Gaspar de sua graça).

A tara juridista – agravadissima pelos – deve ser alvo de simples razia, cortando-se os textículos aos minuteiros, remetendo-os ao teatro popular como personagens cómicas que são.


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