José Miguel Júdice, “criptofascista”, advogado de Rendeiro (e seu representante em ‘off shores’), comentador da SIC…

(Alfredo Barroso, in Facebook, 09/12/2021)

José Miguel Júdice

Convém lembrar que o ‘avocat d’affaires’ José Miguel Júdice, que é também comentador na SIC, foi um dos mais activos membros do Movimento Federalista Português (MFP), criado após a revolução de 25 de Abril de 1974. O MFP procurou mobilizar o apoio daqueles que pretendiam a continuação de uma união de Portugal com o Ultramar colonial através de uma federação. Este movimento de extrema-direita converter-se-ia em partido político, designado Partido do Progresso, presidido por Fernando Pacheco de Amorim (1920-1999), (monárquico e “integracionista”, que presidiria ao Gabinete Político do MDLP, outro movimento de extrema-direita)…

De facto, com a extinção do Partido do Progresso, durante o chamado PREC (Processo Revolucionário em Curso), em 1975, José Miguel Júdice seguiu Fernando Pacheco de Amorim, juntando-se a António de Spínola e a Alpoim Calvão, entre outros, na fundação do MDLP. Esta organização (política e militar) contra-revolucionária tinha por objectivo fragilizar o poder das forças de esquerda, realizando ações subversivas em território nacional através do seu braço armado bombista, o ELP (Exército de Libertação de Portugal) como resposta à atividade do COPCON, de Otelo Saraiva de Carvalho…

Com a estabilização democrática do país, e já no final da década de 1970, início da década de 1980, José Miguel Júdice resolveu aderir ao Partido Social-Democrata (PPD-PSD) influenciado pela liderança de Francisco Sá Carneiro. Na primeira metade da década de 1980, ao lado de Marcelo Rebelo de Sousa, José Manuel Durão Barroso e Pedro Santana Lopes, ‘conspirou’ contra a liderança de Francisco Pinto Balsemão (na AD e no PPD-PSD) e depois contra o governo do ‘Bloco Central’ (aliança PS-PPD) como membro da ‘Ala Nova Esperança’, numa acção que viria a abrir portas à subida ao poder de Aníbal Cavaco Silva… Júdice viria a presidir à Comissão Política Distrital de Lisboa do PPD-PSD, entre 1985 e 1986…

Afastando-se progressivamente da estrutura social-democrata, Júdice resolveu, em 2005, apoiar a candidatura de Maria José Nogueira Pinto, pelo CDS-PP, à Câmara Municipal de Lisboa. Em 2006 desfiliou-se do PSD, era líder Luís Marques Mendes, não obstante ter apoiado nesse mesmo ano a candidatura de Cavaco Silva a PR… Em 2007, aceitou ser o mandatário da candidatura do PS, encabeçada por António Costa, à Câmara Municipal de Lisboa. Após a vitória eleitoral dos socialistas, foi nomeado, em 2008, para presidir ao Conselho de Administração da “Frente Tejo”, sociedade para a reabilitação da frente ribeirinha de Lisboa, mas acabaria por rejeitar o cargo antes de tomar posse…

Em 2016, apoiou publicamente a candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa a PR. Perante as declarações de José Manuel Rodrigues Berardo (‘Joe’ Berardo) na Assembleia da República – em que este afirmou que não tinha que pagar qualquer dívida aos bancos que lhe emprestaram dinheiro – José Miguel Júdice ameaçou devolver a sua condecoração de Grande Oficial da Ordem do Infante Dom Henrique (que lhe foi atribuída pelo Presidente Jorge Sampaio) se o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa não retirasse a ‘Joe’ Berardo as condecorações de Comendador e Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique. A desfaçatez deste oportunista não tem limites…


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Um pensamento sobre “José Miguel Júdice, “criptofascista”, advogado de Rendeiro (e seu representante em ‘off shores’), comentador da SIC…

  1. Apetece perguntar: E?!…
    quais foram e/ou são os ‘crimes’ cometidos por Júdice?! Comparam-se aos de Otelo , por exemplo ?! e qual era o problema de contrariar ou atrasar a descolonização?! considera o autor que o que se passou à época foi um sucesso?!
    Cripto inveja de A. Barroso?! ou pura estultícia?! …

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