(Bernardo Ferrão, in Expresso Diário, 06/11/2019)
A hipótese de Fernando Medina suceder a Mário Centeno à frente das Finanças vem carregada de picante. O cenário avançado por Marques Mendes traz recados em diferentes direções e permite leituras. Passadas as legislativas, e com o Governo empossado, as autárquicas tornaram-se prioridade absoluta. Para continuar a governar, o PS não pode perder essas eleições. Mas há outro aviso: o braço de ferro entre Medina e Pedro Nuno Santos é agora mais do que evidente.
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Nas últimas autárquicas, em 2017, as coisas não correram bem a Fernando Medina. Tinha herdado de António Costa a maioria no Executivo mas perdeu-a. Apesar da vitória com 42%, conseguiu menos 3 vereadores do que em 2013. O delfim de Costa não fez uma grande campanha, e teve uma concorrente feroz: Assunção Cristas. Foi na sequência desse resultado que Medina chegou a acordo com o movimento Cidadãos por Lisboa, que agora ocupa, entre outros, a vice-presidência da autarquia. E aqui está a primeira estranheza deste cenário: que sentido faria Medina sair para o Governo e entregar o poder a uma não socialista do Cidadãos por Lisboa? O cenário até poderia fazer sentido, se na CML ainda estivesse Duarte Cordeiro, líder da poderosa federação socialista de Lisboa, mas Cordeiro deixou a vice-presidência da câmara para ocupar os Assuntos Parlamentares.
O que seria pior para Medina: refugiar-se nas Finanças para estar protegido de uma hipotética derrota ou assumir o combate e o resultado, na primeira pessoa, até ao último dia do mandato?
Nos bastidores socialistas já se diz que esta hipótese foi posta a correr porque Costa teme perder Lisboa e a substituição de Centeno por Medina era a forma de “salvar” o delfim. Boas intenções, portanto! Mas o que seria pior para Medina: refugiar-se nas Finanças para estar protegido de uma hipotética derrota ou assumir o combate e o resultado, na primeira pessoa, até ao último dia do mandato?
A imagem de políticos demasiado calculistas é fatal e Medina não ignora a fatura que teria de pagar se fugisse para salvar a pele. Aliás, ciente de que o mandato é para levar até ao fim, dizia ao Expresso no ano passado – curiosamente quando o seu nome era avançado para outros cargos disponíveis: “vim para Lisboa para ficar, com o mandato que assumi e com o desejo de que ele se prolongue no próximo mandato.”
Mas há outra premissa neste cenário que me parece pouco lógica, pelo menos a esta distância. Bem sei que o calendário eleitoral favorece o PSD, os governos são normalmente castigados nas autárquicas e o PS terá tendência para cair depois dos bons resultados de 2017, mas daí a concluir pela derrota de Medina em Lisboa vai um enorme passo. É certo que não é um peso pesado em campanha, nem um mobilizador nato, mas se até às autárquicas continuar a apostar em áreas chave como a habitação e os transportes – e Costa deu-lhe uma enorme ajuda com os passes sociais – é ousado dizer que pode perder as eleições. Sobretudo quando a direita está em tão mau estado na cidade.
Toda esta história transpira a jogos de poder e cria danos ao partido. Não é novidade que este combate é feito sobretudo de duas caras: Pedro Nuno Santos e Fernando Medina. Escolher este momento para atirar Medina para as Finanças é tentar retirá-lo de cena, é reduzi-lo a coisa pouca. Como reparava e bem José Miguel Júdice, liderar a ala direita do PS terá muito pouca importância neste segundo mandato. Como se depreende, o day after de António Costa já se desenha. Por este andar, e dadas as personalidades em causa, o combate será a doer. Parece-me que Medina não começa mal. Arranca no centro da história, falam dele, outra vez. E se, ao contrário de Costa, cumprir o “palavra dada é palavra honrada”, é já um ganhador. Ficou até ao fim, deu a cara e sem precisar de mandar recados por ninguém. E acima de tudo, não está obrigado a ser candidato à liderança do PS. Ao contrário do ministro Pedro Nuno, que surge cada vez mais amarrado ao objetivo que traçou.
não esquecer que FM foi um dos convidados portugueses na reunião anual do Clube de Bilderberg. Pode ser ainda cedo mas é para estar atento.
Não há dúvida o Ganda Nóia tem muita influência no “Expresso” atirou com a “caraminhola”
para o ar e, logo o diligente Bernardo Ferrão que, ainda há-de vir a ser analista de política,
partiu para um exercício de “guerra” no interior do PS sobre uma sucessão a quatro anos de
vista … numa insustentável prosa de suponhamos!!!
Estamos tramados.
O Medina vai nomear o gajo da familia Espirito santo como “estratega” e pôr o país a saque.
Quem é o Medina? Estamos a falar do arrivista novo rico? Do peneirento sem ideias? Do interesseiro político e social?
Marques Mendes devia ter algum decoro. Infelizmente não tem.
É isto que agora se faz aqui no burgo? Dar voz a quem comenta as profecias da Maya? Era anedotico quando tentava advinhar o que iria acontecer na geringonça e por isso mesmo ignorado ou no maximo ridicularizado por estas bandas, mas agora querem ver que é visto como sendo serio e que os comentarios sao cheios de conhecimento?
A Direita e as intrigas.
Em 2016, duvidavam da competência de Mário Centeno.
Nunca esquecerei o ar solene e doutoral da “eminente” prof.ª Miquelina Albuquerque, a assegurar que era impossível as contas de Centeno estarem certas.
Ela sabia, ela tinha sido ministra das Finanças.
E o mesmo se passou com o ex-PM Passos Coelho: embalado pelas contas de Miquelina Albuquerque, jurava que se estivesse errado, votaria PS.
Como sabemos, nem Passos Coelho passou a votar no PS, nem a dona Miquelina reconheceu que se enganou uma vez mais.
Hoje, a Direita constatando que Centeno sabe muito mais de Finanças Públicas do que eles algum dia souberam, vêm intrigar sobre um hipotético mal estar entre o PM Costa e o ministro Centeno.
Resta-lhe isto, resta-lhes tentar criar um clima de intriga para ver se abalam o governo Costa.
E a fazer este triste e patético papel já vi o mini Mendes e o melífluo José Miguel Júdice.
Faltava o Bernardo Ferrão.
Uma pobreza, esta Direita.
Em competência, deixa muito a desejar.
Esta Direita só é boa na chamada “baixa política”, a política que vive de boatos e mentiras.
O país merecia mais. Precisa de mais.
O país merecia ter partidos à Direita que fossem sérios e construtivos.
E deixavam este papel, o papel de intriguistas, para os recém-chegados CHEGA e Iniciativa liberal.