Ainda a propósito da menina Greta Thunberg

(Guilherme da Fonseca Statter, 07/09/2019)

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No que diz respeito a haver relatórios, estudos ou investigações chamando a atenção para «coisas» menos abonatórias a propósito da menina Greta Thunberg – (Ver aqui) -, e a possibilidade desses «estudos» ou relatórios serem encomendados, direi apenas – para resumir – que «cada um puxa a brasa à sua sardinha». Quem puxa os cordelinhos de todas estas encenações, sabe muito bem o que está a fazer.
A ENERGIA, sob as suas múltiplas formas, é o elemento crucial de toda e qualquer civilização.

Não há desenvolvimento económico sem energia abundante e, por conseguinte, mais barata.
Ponto final, parágrafo.
E o facto é que, por enquanto – e quando se somam todos os insumos necessários para levar electricidade ou calor a nossas casas e fábricas ou aos nossos transportes – as mais baratas fontes de energia são ainda o carvão e o petróleo.
Por detrás das encenações mediáticas sobre o clima e as alterações climáticas, está-se a desenrolar uma batalha de titãs, pelo controle da «produção» (transformação eficiente) de energia.
São vários os «actores envolvidos» e todos eles procuram influenciar os governos de todos os países.
A excepção aqui será a China, governada por um comité central onde a esmagadora maioria são cientistas e engenheiros, em contraste flagrante com os governos e parlamentos de países como os EUA ou o Reino (des)Unido, onde predominam advogados e MBA’s.
Esses «actores», na referida batalha de titãs, são de vários tipos: fornecedores de turbinas, fabricantes de eólicas, companhia mineiras de carvão e petrolíferas, fabricantes de painéis solares (dos mais diversos tipos), exploradores de minérios como o lítio, fabricantes de baterias.
Depois há os vendedores da banha da cobra como será o caso de Al Gore que anda a anunciar o cataclismo desde há uns 20 anos a esta parte.
As formas como esses «actores» vão esgrimindo as suas armas, são muitas e variadas. No caso das chamadas «democracias parlamentares», a «coisa» passa pelo barulho mediático, o alarmismo (em todas as tonalidades), a promoção de «estudos» e «teses de mestrado e doutoramento», assim como o financiamento de «convénios» e «conferências» (sobre o clima!… Que é uma coisa que «toda a gente entende»…)
Entretanto, para que conste.
1. É impossível «travar» «de um dia para o outro» toda a logística mundial de transportes, assim como determinar (impor) aos países «em desenvolvimento» que não se desenvolvam «porque estão a dar cabo do planeta» (com as suas novas centrais a carvão)…
2. Claro que devemos preservar as nossas florestas (e até nem é por «sugarem» CO2 da atmosfera, é por serem habitat de milhentas formas de vida…)
3. Claro que devemos combater todas as formas de poluição, desde os plásticos às microfibras e gases tóxicos emitidos por motores de combustão interna…
4. Enquanto não desenvolvem as novas tecnologias da energia nuclear «mais barata do que o carvão», é imperativo lutar pela aplicação «imediata» dos aperfeiçoamentos tecnológicos – já existentes – que permitem produzir electricidade a partir do carvão eliminando à partida todos os poluentes.
Para concluir…

Suspeito, com uma «certeza» crescente, que todas estas encenações em volta das «alterações climáticas» são manobras de diversão («red herring», dizem os anglófonos) para distrair as diversas classes trabalhadoras dos países industrializados, de modo a não pensarem demasiado na natureza predadora do sistema capitalista…

Assim a culpa é só de uns capitalistas (os fabricantes de automóveis a diesel, por exemplo) e os «salvadores» do planeta são outros capitalistas (os fabricantes de painéis solares e eólicas, por exemplo…).
No meio dos «pingos da chuva mediática» o Capitalismo, esse, espera continuar sem julgamento histórico…

6 pensamentos sobre “Ainda a propósito da menina Greta Thunberg

  1. «a promoção de «estudos» e «teses de mestrado e doutoramento», assim como o financiamento de «convénios» e «conferências»»

    Que horror, cientistas? Que gente tão pouco formada para falar nalguma coisa!

    «é imperativo lutar pela aplicação «imediata» dos aperfeiçoamentos tecnológicos – já existentes – que permitem produzir electricidade a partir do carvão eliminando à partida todos os poluentes.»

    Isso e rezar, só é pena que a segunda seja mais real.

    «os «salvadores» do planeta são outros capitalistas»

    Mais um que nunca ouviu falar do Green New Deal.

    • O que é que isto acrescenta ao conhecimento do mundo?
      «A Resolução 109 da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos começa por se basear no relatório especial do IPCC (ou Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) publicado em 2018 para estudar os impactos de um aquecimento global de 1,5 ºC, na Quarta Avaliação Nacional do Clima, para ai reconhecer a acção do Homem sobre as alterações climáticas, fazendo uma série de referências às consequências das mesmas nos próximos anos, como o actual declínio da biodiversidade mundial, a elevação do nível dos mares, o “stress” ambiental e as migrações em massa, como também referir algumas das soluções preconizadas nesses relatórios, como a redução até 2030 das emissões de gases com efeito de estufa provenientes de fontes humanas de 40 a 60%, a partir dos níveis de 2010, reconhecendo também a contribuição dos Estados Unidos para a emissão de gases de efeito estufa. A Resolução também refere as consequências da Crise económica de 2007–2008».
      A este respeito direi apenas que arrogância da espécie humana e a pesporrência de alguns dos seus elementos – não cessa de me espantar…

  2. O ecologismo mediático sempre foi uma coisa pouco credível. Cá na paróquia há dezenas de anos que há um PEV cuja ação nunca ninguém viu e conhecido pelo partido melancia; e mais recentemente surgiu o PAN que aproveitam a moda da ecologia. Recordam-se do ecologista Joshka Fisher que, como agente da penetração do capital alemão nos Balcãs apoiou a guerra movida pelo Clinton?

    O capitalismo precisa de sair do marasmo e não pode viver só da volúpia financeira. E portanto gera uma nova dinâmica, um capitalismo verde onde cabem todos, das direitas ou das ditas esquerdas.

    Na manif pelo clima de maio, alguém colocou os pobres meninos a cantar o hino do “às armas”… imaginem

    É mesmo mais complicado do que substituir frango de aviário por soja transgénica; de não manter acesas as luzes de natal quando se sai de casa; ou levar o cão, o gato ou o periquito para junto da mesa do restaurante e… não boicotar as touradas, porque os aficionados são brutos.

    A coisa é mais séria do que introduzir uma nova estirpe de automóveis (elétricos), descurando a estupidez do transporte individual nas grandes áreas urbanas e esquecendo que mais de 85% da energia consumida no mundo provém de fontes fósseis, sendo essa que está na base do consumo dos veículos elétricos e, para além dos reais desastres ecológicos e humanos na extração do lítio das entranhas do planeta. Na verdade, a indústria automóvel terá encontrado mais uma área de mercado, com as vendas subsidiadas pelos governos

    Porém, o autor desta linhas, há uns quatro anos pagou IVA a 23% sobre os painéis solares e sem subsídio algum, claro. É assim que se faz o entrosamento entre a política ambiental e a fiscal, cá na paróquia

    Há poucos meses escrevi sobre este tema em “O delírio capitalista e a deriva climática” – 1 e 2… para ler ao serão

    https://grazia-tanta.blogspot.com/2019/01/o-delirio-capitalista-e-deriva.html

    https://grazia-tanta.blogspot.com/2019/02/o-delirio-capitalista-e-deriva.html

    Não há soluções ecológicas dentro do capitalismo!

    VL

  3. De acordo com todas as observações e é realmente a politica capitalista que está em jogo. No entanto um grãozinho pode transformar-se numa bola de neve. Em Setúbal já havia jovens a contestar o capitalismo e a assegurar que o capitalismo não é verde. Há mais de 50 anos que vejo esta sociedade capitalista destruir o mundo e as pessoas e vejo até o modo como se adapta a algumas reinvidicações apenas para com isso lucrar. E a partir de hoje continuamos esta luta sabendo de todos os aproveitamentos que dela podem ser feitos. Agradeço

  4. Eu não desconfio tenho a certeza que o meu velho tacho de alumínio que tantos prazeres cozinhados no fogão a gás me deu caducou se quero continuar a ter prazeres na placa de indução vou ter que arranjar um novo tacho. porque é que os que chumbando o planeta todo puderam acumular fortunas e os que querem repará-lo e regenerá-lo tem que o fazer à borliu. santissima paciencia…..

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