Os camionistas a defender a nossa democracia

(Raquel Varela, in Público, 15/08/2019)

Raquel Varela

O perigo da extrema-direita não vem de um sindicato a lutar por 900 euros. Vem do desenho autoritário que o Governo está a querer impor.


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O Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas exige – numa greve que rompe com a maioria das greves relativamente inócuas até aqui realizadas – ser pago em salário base e não em subsídios e que o valor real total seja descontado para a Segurança Social e contado para a reforma. Novecentos euros é o que exigem. Um valor baixo. Porque no ISEG calcula-se o valor real de um salário mínimo em Portugal em pelo menos 1000 euros. Ou seja, 900 euros é um salário abaixo da reprodução biológica do trabalhador. Só para se alimentar, pagar casa e sustentar os filhos, e ir trabalhar no dia a seguir, são necessários pelo menos 1000 euros em Portugal.

Esta greve começa em 2018. A Fectrans, dirigida maioritariamente pela CGTP, está eleitoralmente comprometida com o apoio ao Governo actual. Ao romperem uma regra de ouro do sindicalismo – manter a independência face a qualquer Governo –, os dirigentes da Fectrans abriram a porta a uma ruptura com a sua base. Assinaram em 2018 um acordo em que os motoristas ficam pior do que estavam. Este acordo prevê isenção de horário por um valor fixo de 280 euros. Antes, os motoristas ganhavam 630 em salário base e mais outros 400 a 800 em horas extraordinárias (“ajudas de custo”, em grande parte). Agora, no acordo assinado pela Antram com a Fectrans, passam a receber 700 euros de base e 280 de isenção de horário. Isto é, vão trabalhar as mesmas 15 horas diárias por menos 300 euros.

A questão chave da isenção de horário foi demonstrada pelos serviços mínimos. Os trabalhadores limitaram-se a cumprir a lei, trabalhando oito horas. Ora, as empresas têm escalas de abastecimento que pressupõem o uso regular de horas extra. Este modus operandi destrói a vida e a saúde destes trabalhadores pela exaustão. Estudos provam que após quatro horas contínuas de condução o risco de acidentes é o dobro, e após oito horas é até dez vezes maior. O tacógrafo tem um limite de nove horas de condução, mas podem e trabalham mais outras cinco a seis horas por dia em cargas e descargas, tempos de espera, facturação, etc. Estas empresas dependem de 14 e 15 horas diárias de cada um dos seus motoristas para o “regular abastecimento dos postos”. Sim, jornadas de trabalho do século do XIX – absolutamente desumano.

O que se verificou nestes serviços mínimos já tinha tido lugar na greve dos enfermeiros – durante a greve havia mais enfermeiros a trabalhar do que em dias regulares, onde por escassez de força de trabalho nem se cumprem os mínimos. O caos piorou nos hospitais paulatinamente, demonstrando que a greve não foi a razão da decadência dos serviços. Acusá-los de “matar os portugueses” preparou, porém, o Governo para medidas musculadas sobre outros sectores, medidas que põem em causa a democracia e impedem o exercício do direito à greve, obrigando os trabalhadores a violarem a lei ou a deixar de exercer direitos fundamentais. O paradoxo é este – para defender a democracia eles arriscam penas de prisão por desobediência.

Esta requisição civil soma-se à tentativa – malograda depois em tribunal – de impor serviços mínimos na educação; aos “fura greves” de Setúbal patrocinados pelo Governo; à sindicância à Ordem dos Enfermeiros e requisição civil. Estas medidas avizinham o pior, um Governo com um forte pendor autoritário face ao mundo laboral, que abre as portas a medida mais duras da Direita, que tem agora o Estado-força legitimado por uma “geringonça” de esquerda no poder, e sempre apoiado pelo Presidente da República. Isto é tanto mais grave quanto vivemos tempos autoritários em muitos países.

O mais crítico deste conflito é que o direito à greve foi totalmente posto em causa com serviços máximos e militarização dos protestos sociais. Perante a própria contestação dentro das Forças Armadas, Costa respondeu que… só fala com comandantes. Sim, o perigo da extrema-direita não vem, ao contrário do que aqui escreveu Boaventura Sousa Santos, de um sindicato democrático de base não alinhado à CGTP ou à UGT a lutar por 900 euros. Vem do desenho autoritário que o Governo está a querer impor.

A leitura de um parecer da PGR pelo ministro em directo, confessadamente feito em tempo recorde e usado para impedir o exercício da greve, sem ter tido contraditório, é um traço da bonapartização do regime. Com base neste parecer, desconhecido de nós, o ministro explicou que greve é quando o Governo quiser, como quiser. Greve é permitida se não puser em causa a produção… Como?! As greves são feitas para parar a produção! Essa é a razão de ser de uma greve. Os serviços mínimos só podem ser aplicados a emergências, e aí devem ser escrupulosamente respeitados. Mas nada além disso.

Há duas décadas, estes trabalhadores trabalhavam numa empresa pública chamada Galp, oito horas por dia e ganhavam o equivalente hoje a 1400 euros, dois salários mínimos e meio. Agora trabalham para PMEs que são subcontratadas das petrolíferas, que fixam um preço por quilómetro abaixo do custo real (alegadamente cartelizado). A Galp anunciou para este ano 109 milhões de euros de lucro.

O silêncio das Associações Petrolíferas é explicado pela “empresa enxuta”. A casa mãe tem no topo da pirâmide 5% de trabalhadores mediamente pagos, e as subcontratadas recorrem ao trabalho à jorna, à peça, e mal pago. Na EDP, os custos com Segurança Social são 4%, nas subcontratadas são perto de 30%. Como será na Galp e na Antram? Estas PMEs, normalmente nascidas a partir do desmembramento de uma grande empresa, às vezes até fazem outsourcing em que os próprios trabalhadores são “empresários”. Mas são as grandes empresas que fixam todos os preços de produção. A Galp e outros gigantes da energia elevam os custos de toda a economia, prejudicando um país inteiro.

O Estado considera tabu nacionalizar a Galp, mas normal contribuir para este caos empresarial flexibilizando a lei laboral. Mas faz mais – substitui as políticas de pleno emprego pelas políticas de desemprego. E é aqui que os sindicatos em geral e os partidos de esquerda são complacentes. Porque ninguém vive com 600 nem com 700 euros.

Ao baixo salário junta-se a electricidade subsidiada, a renda social, o subsídio social de desemprego, a cantina gratuita para os filhos, a isenção de taxas moderadoras, enfim, uma panóplia assistencial focalizada (e não universal), onde os sectores médios pagam cada vez mais impostos, e as grandes empresas cada vez menos. Em vez de um Estado social universal (para todos) baseado em impostos progressivos, temos um Estado assistencial focalizado (para trabalhadores pobres) sustentado por impostos regressivos. Ou seja, os sectores médios financiam as empresas pagando a assistência dos trabalhadores mal pagos. Para além da injustiça fiscal, as consequências mais graves do assistencialismo são outras, são políticas: a infantilização da população dependente desta assistência que não conhece os seus direitos, mas vive de mão estendida ao Estado, de forma passiva, submissa, a provar a sua “pobreza”. A extrema-direita cavalga estes sentimentos.

Os motoristas começaram a sua greve com o grito dos estivadores de Setúbal, “nem um passo atrás”, estivadores que ao fim de 39 dias de greve total conseguiram um salário base de 978,47€ mais subsídio de turno de 175,32€, isto é, 1153,79€. Tudo na folha de recibo com todos os descontos legais inerentes.

Os motoristas estão a defender a democracia porque estão a defender o emprego com direitos. Estão a defender a democracia porque estão a defender o direito à greve. É uma tarefa colossal para um punhado de homens, mesmo que determinados. A sociedade portuguesa, e à cabeça todos os sindicatos democráticos, não os devem deixar sós. Não estamos a debater o carro de um advogado, mas os destinos de um país.

27 pensamentos sobre “Os camionistas a defender a nossa democracia

  1. Ontem divulguei este texto sobre o tema:

    Sobre a luta dos motoristas

    Menos de 1000 trabalhadores colocam em causa o ordenamento político e social da paróquia lusa

    1 – Trata-se de pessoas que exercem uma profissão desgastante com jornadas de trabalho muito extensas, subordinados a um patronato de treta, com os preços do serviço de transporte impostos pelas grandes petrolíferas;

    2 – É verdade que há muito pagamento de trabalho além do salário tabelado mas isso é algo extensivo a muitas profissões, num país onde os governos fecham os olhos para não molestarem os patrões, mais que habituados à fuga fiscal;

    3 – Os trabalhadores, desunidos, safam-se como podem arrecadando também rendimentos informais, o que compõe os orçamentos domésticos mas que irá conduzir, futuramente, a reformas baixas, calculadas sobre o salário formal. Só que desta vez experimentam a força da sua união e fazem abalar a ANTRAM que teve de chamar o governo, que logo acudiu para os apoiar;

    4 – As chamadas centrais sindicais parece estarem fechadas para férias, não se ouvindo os gritos esganiçados do Arménio, nem se vendo o bigode engordurado do Silva. Eles gostam mais de sesentirem importantes ao lado do governo e dos patrões naquela coisa corporativa chamada concertação social;

    5 – Em plena silly season e com uma romaria eleitoral à porta, os gangs partidários cumprem os serviços mínimos de propaganda. É mais importante o aumento do número de deputados e dos subsídios ao partido do que a vida de um milhar de trabalhadores sem licenciaturas ou doutoramentos;

    6 – Na governança, para além das aparições do chefe Costa, surge nas suas ausências o tenente Augusto SS; o plasmódio Vieira da Silva que ficará para a História como o introdutor do fator de sustentabilidade, para prejuízo de toda a gente que trabalha; e mais um outro ente cujo nome não ocorre mas que também é membro do gang governamental;

    7 – Sem querer molestar as petrolíferas, o governo recorre à vasta panóplia de fórmulas jurídicas de criminalização dos trabalhadores e impõe-lhes um trabalho forçado – serviços mínimos, requisição civil e, supletivamente, o recurso a militares. Estes, demonstram assim que servem para mais qualquer coisa do que preencherem pelotões às ordens da NATO.

    A podridão reinante cheira pior do que o gasóleo

    PS (post-scriptum, entenda-se…)

    Em terra saloia verberam o exagero de uns trabalhadores pretenderem salários de 900 euros. Um exagero… que por acaso, coincide com o SALARIO MÍNIMO EM ESPANHA. Em terra saloia, tudo é parco excepto a corrupção em que Portugal está no terceiro posto da Europa Ocidental… com direito a uma merecida medalha de bronze !

    • “As chamadas centrais sindicais parece estarem fechadas para férias, não se ouvindo os gritos esganiçados do Arménio, nem se vendo o bigode engordurado do Silva.”
      Se fossem a favor da greve, eram radicais que queriam fechar o país. Se fossem contra, estavam a trair os trabalhadores. Se fossem pragmáticos, eram as duas coisas ao mesmo tempo.
      Não quero defender o silêncio, não é para isso que são pagos, mas não é fácil.

      • Não é fácil, não, coitados dos dirigentes sindicais que para defenderem os interesses instalados nos seus centros de poder sindical até se voltam contra os trabalhadores.

        • Existem, claro. Mas quem quer mudanças alargadas não pode só dizer que sim a todas as reivindicações, pelo menos enquanto quiser toda a gente ter o mercado único e uma vida decente ao mesmo tempo.

    • Nota. Ah, grande camarada Viktor sempe a delirar com as suas cenas (CV+JN=Pandilha Revolucionária, Unidos)! Ainda pensei que, como estamos em Agosto e quê, estavas ao leme do antigo iate do teu amigo filantropo Ricardo Salgado, e que tinhas virado a tua barca do inferno…

      _____

      RFC diz:
      Agosto 15, 2019 às 5:18 pm

      Nota. Olha para mim a copiar a parte mais interessante de um artigo da Raquel Varela (uma moça da Acampada do Rossio), ó da Estátua de Sal! Eu não tinha dito que, do trio-maravilha Raquel-Renato-Viktor, só o camarada Viktor é que ainda não tinha visto a luz? 🙂 É o PS/Galp-pois-é, pás.

      […]

      estatuadesal diz:
      Agosto 15, 2019 às 5:40 pm

      Vou buscar a Varela inteira para a Estátua… 🙂 Obrigado RFC.

      • À atenção da Estátua de Sal: “Vou buscar a Varela inteira para a Estátua…” ?! Espero bem que não! Os escritos desta menininha vão fazer baixar o nível dos textos normalmente publicados pela estátuadesal (sou leitor assíduo). O presente texto, embora referindo coisas importantes, também avança com “cenas” à la taxista, tipo “Perante a própria contestação dentro das Forças Armadas, Costa respondeu que… só fala com comandantes.” achando portanto que o PM devia ignorar a cadeia de comando das FA… não lembra ao diabo! Notável o sentido de estado desta articulista! E, infelizmente não é este o único disparate
        , mas, como disse acima, também contém coisas certas (aquela da fuga aos impostos e segurança social com o compadrio dos trabalhadores é uma verdade insofismável e que receio não se reduzir setor de transporte de matérias perigosas… nada de estranho, até os relógios parados “dão” horas certas duas vezes por dia… A. Esteves Jr

  2. Não basta defender os trabalhadores, é preciso apontar soluções. Os camiões são o sangue que circula no país; sem eles acaba por morrer, pelo que esta greve não devia ter acontecido pura e simplesmente.
    Todos sabemos onde os camiões pararam as consequências foram funestas, mas apesar disto, os camionistas fizeram greve, não sabiam dos efeitos? penso que sim, sabiam, não sabem é como vão sair desta situação. Todos, com raras excepções ganhamos pouco, sendo a greve um meio legítimo de luta para melhorar o salário, só que esta greve não é como outras porque pode levar o país para uma crise económica sem precedentes.
    O governo está a deitar mão a tudo o que pode para evitar que esta crise faça o menos estrago possível, acreditem, não há outro meio a não ser este posto em prática que, até agora, parece estar a dar frutos.

    • «O governo está a deitar mão a tudo o que pode para evitar que esta crise faça o menos estrago possível, acreditem.,etc.», …?!

      Nota. O António tem algum problema na sua box da MEO/ZON/NOS, ou tem estado nalgum “retiro espiritual” patrocinado pela FAUL do PS? Ou anda divertidamente a gozar os prazeres das Pousadas de Portugal, sem se preocupar com os pecados terrenos?

  3. PARA O EUROPEU DO STATUS-QUO A MÃO-DE-OBRA SERVIL É CARNE PARA CANHÃO
    .
    .
    O trabalho do status-quo anti-racista europeu (do presente) é a continuação do trabalho do status-quo racista europeu (do passado):
    1- garantir o acesso a mão-de-obra servil ao desbarato;
    2- eliminar intenções autóctones que prejudicam investimentos.
    .
    O criticado pelo anti-racista europeu (a elite financeira que no passado explorou a escravatura… e que… hoje em dia pretende fazer negociatas com mão-de-obra servil ao desbarato) É SIMULTANEAMENTE O ALIADO do anti-racista europeu:
    – ambos destilam ódio/intolerância para com intenções identitárias que prejudicam investimentos.
    .
    Obs 1: Povos autóctones da América do Norte, da América do Sul, etc, já foram alvo de holocaustos massivos.
    Obs 2: Os governantes que procuram impedir que povos autóctones possam prosperar ao seu ritmo… devem ser considerados CRIMINOSOS CONTRA A HUMANIDADE.
    .
    .
    Mais: o europeu do status-quo não está interessado em negociações laborais que ENVOLVAM TODA a sociedade (um exemplo: discutir a introdução de tecnologia, mais incentivos necessários, para que não exista falta de mão-de-obra servil), em vez disso:
    1- o status quo europeu procura implementar um sentimento de culpa no mais pacato dos cidadãos… tendo em vista a implementação da seguinte doutrina: a ajuda aos pobres deve ser efectuada por meio da degradação das condições da mão-de-obra servil… e não… por meio da introdução da Taxa-Tobin;
    2- o status-quo procura negociações laborais SECTORIAIS… nomeadamente fazer greves ande os mais prejudicados vão ser precisamente os mais pobres (mão-de-obra servil carne para canhão).
    .
    .
    .
    .
    URGE A MOBILIZAÇÃO DE IDENTITÁRIOS PARA O SEPARATISMO-50-50:
    1- por um planeta aonde sejam Todos Diferentes, Todos Iguais… isto é: todas as Identidades Autóctones devem possuir o Direito de ter o seu espaço no planeta -» inclusive as de rendimento demográfico mais baixo, inclusive as economicamente menos rentáveis.
    2- os ‘globalization-lovers’, UE-lovers. smartphone-lovers (i.e., os indiferentes para com as questões políticas), etc, que fiquem na sua… desde que respeitem os Direitos dos outros… e vice-versa.
    —» blog http://separatismo–50–50.blogspot.com/

  4. > O Estado considera tabu nacionalizar a Galp, mas normal contribuir para este caos empresarial flexibilizando a lei laboral. Mas faz mais – substitui as políticas de pleno emprego pelas políticas de desemprego. E é aqui que os sindicatos em geral e os partidos de esquerda são complacentes. Porque ninguém vive com 600 nem com 700 euros.

    A chamada não-intervenção do estado na economia surpreendentemente depende de uma intervenção musculada do mesmo. A direita populista já percebeu a popularidade de um estado forte, a esquerda faz de conta que é preciso parecer responsável ao circo financeiro para mudar alguma coisa.
    Tempos interessantes, como lhe chamam quem ganha com isto tudo.

    • Da mesma forma que o Ricardo Mano Costa (RMC) conseguiu transformar o jornal de referencia Expresso num jornal vulgar, com pouco interesse e poucos leitores, o Ricardo Fatuo Costa (RFC), a fazer desta pagina o prolongamento do jornal Expresso (com despudorados e permanentes copy past das suas piores noticias), tambem conseguiu transformar a estátua de sal, que no inicio chegou a ter algum interesse, num pasquim ordinario que como aqui disseram Natalia Nuno e Lucio Ferro ficou quase sem leitores e os que restam quase todos direitolas! A estátua acabou por assumir aqui ser essencialmente anti PS, ser essa a razao de ser da pagina e essa sua declaracao foi lhe fatal: -votou a ao desprezo, ao abandono e ao isolamento.

      • Ui-bis-bis-bis?

        Toma lá, pázinho, a tal minuta que eu fiz com tanto carinho dedicada a tu.

        RFC diz:
        Abril 3, 2019 às 4:12 pm

        [Vá, que hoje também é dia.]

        Nota, única.

        Pázinho, olha. Devo dizer-te que me é relativamente incómodo ser regular, ordinária às vezes e [sempre] parvamente interpelado num blogue qualquer por um tipo que, aparentemente, não faz mais nada e mais nada tem a fazer ou a dizer. Como te assinas por um nick, o que é pior, devo alertar-te que, para além de fazeres figura de urso (e, no caso, o problema é teu), deixas no ar um rasto, digamos, estranho para os tempos que vão correndo. E digo-te assim porque há uma série de maus exemplos sobre a utilização de perfis falsos na blogosfera, nas redes sociais, nas caixas de comentários das edições online dos jornais, &etc. Trolls russos, sejam eles gajos do KGB, da CIA ou da Mossad, predadores sexuais que andam à caça de meninas ou de rapazinhos e outras, tantas, taras do estilo.

        Portanto, no meu caso que até sou crescidinho, ganha mas é juízo nos ditos e desopila… ‘stá?

        [Juízo nos cornos, e!]

        • Nota. Epá, não faças isso que é umas das principais infantilidades que a Estrela Serrano faz no #Twitter. com os seu KKKKKKKKK. Sinal de preocupação para o médico de família, acho.

  5. Este escrevinhado é uma apologia ao apedeutismo, nem para limpar … a babuínos serve.
    O governo actual é composto por ministros de esquerda, muitos deles até foram militantes do pcp na juventude. Qualquer papagaia sabe que esquerda caracteriza-se por um Estado maior, interveniente em todos os sectores do País/sociedade/taxas/impostos/conluio/corrupção-tudo PÚBLICO e nada privado. Qualquer néscia num Portugal a quo NÃO EXISTE DIREITA, basta não consultar apenas autores de esquerdas que produzem os manuscritos adulterados e ardilosos sobre a história da política (doutrinação) para alcançar esta simplória conclusão. A direita não usa a sociedade para fazer experiências como se fossem um rato de laboratório, a ação da direita é baseada no que foi já testado e comprovado no passado/conservadores, a esquerda arroga-se a autoridade do futuro e esta autoridade é por definição absoluta, id est, exatamente o que este atual governo socialista (força partidária de esquerda) fez em relação aos motoristas. Até a dialéctica de esquerda é autoritária, exige a autoridade absoluta sobre um futuro hipotético e age através de um espírito revolucionário que só miséria registou na história da civilização – non nova, sed nove.

    • Idem, mas o seu caso de cegueira é mais grave.

      RFC diz:
      Agosto 16, 2019 às 11:48 am

      «O governo está a deitar mão a tudo o que pode para evitar que esta crise faça o menos estrago possível, acreditem.,etc.», …?!

      Nota. O António tem algum problema na sua box da MEO/ZON/NOS, ou tem estado nalgum “retiro espiritual” patrocinado pela FAUL do PS? Ou anda divertidamente a gozar os prazeres das Pousadas de Portugal, sem se preocupar com os pecados terrenos?

    • Evidentemente, as políticas económicas já foram testadas no século XIX, com tanto sucesso como agora. E, claro, Coelho a ordenar cargas policiais e a Troika a invalidar eleições também nada tinham de autoritários.

  6. Acho errada a referência a esquerda e direita e, portanto de centro. Numa amálgama domina a homogeneidade e não a heterogeneidade

    Há esquerda na Europa? Ou apenas uns partidos menos à direita que os outros? Se o poder real está no sistema financeiro, nas multinacionais e no capital do crime, os partidos são um género das antigas máquinas de discos; tocam a música escolhida por quem meteu a moedinha

    A grande proximidade ideológica, o afunilamento num discurso e numa prática política única e e internamente consensual, só difere para efeitos eleitorais, para entreter a plebe; para levar esta última a mais uma romaria de votos que terminam todos numa urna – um termo pleno de significado, que reflete a ausência de democracia, um enterro
    Vejamos. Que diferença há entre PS e PSD? Apenas a cor das gravatas do Costa e do Rio? PS/PSD é um partido-estado que entoa sempre o seu hino de estimação, “ora agora viras tu, ora agora viro eu”;

    Há apenas mudança do gang no poder para convencer o povinho de que são alternativos; mas na realidade, o povinho vota mais por clubismo do que por convencimento de qualquer mudança. Quando Sócrates perdeu as eleições, sucedeu-lhe aquele símbolo de vacuidade chamado Passos (o que lhe valia era a expertize do Portas, naquele naipe de ministros culturalmente indigentes); e entretanto no PS o turno ficou a cargo do pobre Seguro que, quando pairou no ar o cheiro de eleições foi despedido, sem um agradecimento por ter aguentado a barca “socialista” durante o turno

    Essa coisa chamada CDS não difere muito; é um grupinho de advogados a que a imprensa dá ouvidos para ter alguma coisa para dizer. O BE é um género de PS alínea a) que esconde a sua vacuidade no frenesi com que usa as questões de género, de orientação sexual e mais recentemente as alterações climáticas, porque é a moda criada pela Greta. E o PC é uma empresa que precisa de faturar para manter postos de trabalho para umas quantas famílias. E não falo do PAN porque de uma vacuidade nada há a dizer.

    A Constituição bem marcou as regras que vincam a menoridade de um povo, tido como constituído por eunucos políticos, valendo-lhe a elevada sapiência da classe política, como consta no seu artº 10º nº 2.

    “Os partidos políticos concorrem para a organização e para a expressão da vontade popular, no respeito pelos princípios da independência nacional, da unidade do Estado e da democracia política.”

    (Claro que a segunda parte da fatwa constitucional é apenas um vazio adereço)

    Dizia Sartre há uns 50 anos “Les elections sont une piège à cons”

    • […]

      «Essa coisa chamada CDS não difere muito; é um grupinho de advogados a que a imprensa dá ouvidos para ter alguma coisa para dizer. O BE é um género de PS alínea a) que esconde a sua vacuidade no frenesi com que usa as questões de género, de orientação sexual e mais recentemente as alterações climáticas, porque é a moda criada pela Greta. E o PC é uma empresa que precisa de faturar para manter postos de trabalho para umas quantas famílias. E não falo do PAN porque de uma vacuidade nada há a dizer.», ui?

      Nota. Camarada Viktor, olha aqui: com esse nível nem para aspirares o gabinete da tua amiga Raquel Varela serves, devo avisar-te. Talvez, se pedires aos teus amigos passados, presentes (?) e futuros, te safes a servir uns copos numa das nights dos debates político-piolhosos no RDA 69, em Lisboa.

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