Ganda moca, RAP

(Por Valupi, in Aspirina B, 13/04/2019)

No país minúsculo que somos, há famosos mas quase nenhuma estrela. À escala internacional, temos uma celebridade (Guterres) e duas estrelas (Cristiano e Mourinho). Por cá, só existem três estrelas: Marcelo Rebelo de Sousa, Cristina Ferreira e Ricardo Araújo Pereira.

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O Ricardo já foi de esquerda. Actualmente, é um alegado e displicente votante na CDU que dedica o seu talento artístico a atacar o PS. No Governo Sombra e no Gente Que Não Sabe Estar está rodeado de caluniadores profissionais em cuja companhia faz desses programas contínuos tempos de antena de uma campanha negra. Um levantamento quantitativo e qualitativo do que o Sr. Araújo tem dito enquanto profissional do espectáculo desde que lhe foram ao bolso no BES mostraria que Sócrates e o PS se tornaram para ele os temas obsessivos para imparáveis variações da cantilena “os socialistas é só ladroagem”. Ora, um fanático não tem graça nenhuma. O atrofio da inteligência e a pulhice não têm, não podem ter, graça alguma.

Depois de ter achincalhado pessoas que foram condenados a penas de prisão, depois de ter envolvido crianças no simulacro da violação anal de um juiz, depois de andar a parasitar e deturpar gravações de cidadãos que prestaram declarações juramentadas sem poderem defender-se do uso humilhante a que ficaria sujeita a sua imagem e palavras, chegou a vez de Cavaco. Nunca saberemos quão longe se poderia ir na gozação desta sinistra figura pela simples razão de não haver quem goze com ele. O que se viu no passado domingo na TVI confirma e consolida essa blindagem. Em vez de apontar ao responsável político, à intencionalidade da sua intervenção no espaço público, o Pereira das piadolas resolveu satirizar os sinais de senectude. O Cavaco-múmia foi usado para arrancar risos boçais da plateia, com isso conseguindo-se esconder o que pretende, e o tanto e tão grave que fez, o Cavaco-chefe-mor da direita decadente. Mas talvez o mais degradante tenha sido ver a nossa estrela a usar o território da velhice, e seu rol de desgraças corporais e mentais, como alvo de humor persecutório e estigmatizante.

A postura do RAP está fundamentalmente marcada pela pulsão da violência. O humor que actualmente cria não passa de um sistemático exercício de agressão, sem qualquer ligação com o estilo inicial dos “Gato Fedorento” – onde se celebrava um património comunitário e se acarinhavam as caricaturas e sua humanidade. Agora, cada rábula, cada boca, procura ofender, procura ferir. Há um inimigo e tem de ser desumanizado. Ofereceu porrada ao Neto de Moura e, simetricamente, teme reacções violentas ao que vai apresentando. Pelo meio, sabe-se protegido pelo seu estatuto mediático e pelo próprio regime. Sente que vale tudo, que se pode vingar, que a audiência papa a gargalhar qualquer cocó que ele faça em palco. Deixou de ser comediante, transformou-se numa moca de Rio Maior com pernas.


Fonte aqui


10 pensamentos sobre “Ganda moca, RAP

  1. Nota, única.

    Este texto é uma vergonha, que apenas se compreende numa sanha persecutória sob anonimato de quem, sabe-se, tem pouca vergonha mas muita cobardia para exibir. É assinada pelo Valulupi, claro, mas o que lhes dói é aquilo ali em baixo. Que a Estátua de Sal lhes dê trela, a sério qu’eu acho giro, mas é mais um flash para a turminha se expor ao ridículo.

    A história completa está aqui, é entrar (sugiro o link da Bárbara Bulhosa, por exemplo).
    https://observador.pt/2017/11/19/ricardo-araujo-pereira-responde-a-fernanda-cancio-nao-e-conhecida-pela-perspicacia/

    […]

    Leia aqui a resposta, na íntegra, de Ricardo Araújo Pereira ao Observador:

    “Não creio que valha a pena fazer muito mais do que convidar os leitores a lerem o texto no qual terei cometido o duplo pecado de sujar o nome de Fernanda Câncio e de não mencionar o nome de Fernanda Câncio. A reacção que me enviou, sendo de certo modo surpreendente, é, apesar de tudo, típica: para Fernanda Câncio, tudo é sobre Fernanda Câncio, e todas as ocasiões são boas para que ela nos recorde a sua impecável superioridade moral. Desta vez, a virtude escolhida para nossa edificação é a coragem: ela “escreve os nomes das pessoas que refere”.

    Quem não gostaria de ser como Fernanda Câncio? Toda a gente, suponho, incluindo Fernanda Câncio – que, infelizmente, não consegue viver à altura dos seus elevados padrões. De facto, não escrever os nomes das pessoas que refere é um procedimento habitual em Fernanda Câncio. Para dar apenas os dois exemplos que ficaram mais célebres, cito o texto “Promiscuidade e perversão”, no qual, sem nunca escrever o nome do jornalista do Público, critica violentamente José António Cerejo pelo modo como investigou o caso Freeport; e o pertinente aggiornamento do artigo de Zola, “J’accuse”, em que prefere omitir o nome do seu Dreyfus: um pobre injustiçado pelo sistema judicial, pela comunicação social, e muito provavelmente vítima de anti-semitismo, chamado José Sócrates.

    No caso do meu texto, há uma boa razão para o nome de Fernanda Câncio não ser referido: é que eu não estava a falar dela, como me parece óbvio. Sucede que Fernanda Câncio não é conhecida pela perspicácia. Depois de ter passado anos a não ver o que parecia evidente, dedica-se agora a ver claramente o que não existe. É preciso ter azar. Não faço a mínima ideia se Fernanda Câncio foi a única pessoa a dizer publicamente que Miguel Abrantes existia e a considerar cómica a ideia de pagar a um blogger para dizer bem do governo, nem tenho presentes as datas em que considerava a ideia cómica e o momento em que passou a achá-la plausível, e muito menos o modo como essa oscilação de estados de alma se conjuga com o que vem referido na acusação. Não mencionei declarações públicas porque estava a referir-me àquela insignificante parte do mundo que decorre fora dos blogues e do twitter de Fernanda Câncio. Pelos vistos fui o único, mas desde 2005 assisti a muitas discussões inflamadas, vi amizades esfriarem ou até terminarem por causa de José Sócrates. O Capitão Roby, que partilha com o ex-primeiro-ministro alguns talentos, não foi tema de tantas conversas. Mas Sócrates, que foi eleito PM duas vezes, uma das quais com maioria absoluta, excitou ódios e paixões, e boa parte do país que não profere declarações públicas dividiu-se entre os que não podiam ou não queriam acreditar e os que viam motivos mais do que justificados para desconfiar. Infelizmente, Fernanda Câncio estava muito longe de ser a única a pensar como pensava. Muita gente fez figura de parva. Acontece. E, como calcula, eu sei, por experiência própria, quanto isso embaraça. Percebo que seja ainda mais doloroso nos casos em que a pessoa que faz figura de parva se notabiliza por fazer carreira a chamar parvos aos outros. Mas nem sempre que descrevo gente que se deixa enganar facilmente e defende o indefensável estou a falar especificamente de Fernanda Câncio. Há mais marias na terra.

    Repare que não sou o primeiro nem hei-de ser o último a ser acusado por Fernanda Câncio de me pronunciar sobre este caso com o único propósito de a amesquinhar. Há quem diga que a Operação Marquês envolve um total de 164 crimes, praticados por 28 arguidos, entre os quais se incluem um ex-primeiro-ministro, o ex-presidente do maior banco privado português, e o antigo presidente executivo da maior empresa portuguesa. Mas, lendo Fernanda Câncio, percebemos que, na verdade, estamos perante uma pérfida cabala do Ministério Público para lhe dar cabo do sossego.”

  2. Não existe humorista de jeito neste país desde que morreu António Feio … e o Herman , ´estancou` . Agora RAP(s) ? Bons velhos tempos em que se dizia algo espontaneamente sem sequer reflectir nas repercusões políticas , ´é tudo por encomenda hoje em dia …` – ouvi no outro dia ,já nem sei a que propósito .

  3. uma moca , levavas tu , meu caro , ressabiado socretino , assumido cretino e básico invejoso . mas não terei esse privilégio de te dar nos dentes ou esmagar esse cérebro de amiba armada em intelectual , intelectual dos esgotos desta vida , analista obscuro e doente. abraço,apertado

  4. Quando falam de humoristas celebres normalmente esquecem se do marques mendes. Tem muito mais piada do que o RAP. Ambos propagandistas pagos, o marques mendes tem a vantagem de me fazer rir. O outro ja nao consegue fazer rir ninguem!

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