Silvanices

(In Blog O Jumento, 09/11/2018)

silvano

Não sei o que mais incómoda, se a indignação por ver um deputado a ganhar uns cobres de forma indevida ou a vergonha de ter um representante que recorre  a truques, digamos de um bordel, para ganhar mais uns trocos.

Como se tudo isto fosse pouco ainda temos um deputado que, de dia para dia, arranja novas desculpas e um dirigente que nos quis baptizar num banho de ética, armado em parolo a dar respostas em alemão.

O cargo de secretário-geral não é assim tão importante no PSD, está entre a secretária pessoal do líder e o mestre de cerimónias na sede do partido. Ainda assim, e apesar de ser modesto, ao longo dos anos este cargo foi desempenhado por gente com alguma qualidade e merecia mais cuidado por parte do PSD.

Convenhamos que, ter um secretário-geral que rouba fruta na casa do vizinho, não é uma boa ideia. Compreende-se que o senhor precise de ajeitar o ordenado, que uma deslocação para Lisboa tem custos, que provavelmente não são devidamente cobertos pelo que recebe no parlamento. Ma quem não quer ser urso não lhe veste a pele e se José Silvano acha que o cargo não tem compensação financeiramente então que volte para a terra.

É bom lembrar que, na sua primeira intervenção, o agora secretário-geral do PSD declarou que não temia ninguém e como garantia de qualidade invocou a sua condição de transmontano, como se o ser desta  ou daquela região lhe conferisse qualidades, raras noutras regiões. Bem, se não se importa de envergonhar o PSD talvez não fosse má ideia pedir desculpa aos seus conterrâneos.


Fonte aqui

4 pensamentos sobre “Silvanices

  1. Transformar este caso num escândalo político, é olhar para a árvore e ignorar a floresta.
    Como David Justino hoje disse na SIC, constata demasiados casos diários a serem notícia ao longo de várias semanas, tendo como actores Rui Rio e/ou seus apoiantes, o que não são coincidências. Sem o afirmar, sugeriu que tudo isso não são mais do que ataques intestinos à liderança do PSD.
    A própria Emília Cerqueira lembrou que um print screen foi feita por um colega de bancada, sugerindo que a denúncia sobre José Silvano partiu do partido e da sua bancada.
    Houve duas faltas de facto de José Silvano, que assinara a sua presença? As duas faltas foram documentadas pela SIC, quando Silvano se deslocou a Vila Real e outra localidade, em claro trabalho partidário, que por isso tem falta justificada. Então para quê iludir com a assinatura da presença? Não faz sentido, não é?
    O que faz sentido é que desde a eleição de Rui Rio, Big MAC, Esteves e companhia decretaram guerra, começando logo pelo Grupo Parlamentar.
    É claro e notório que a trupe apoia Pedro Passos Coelho, e odeia o PS, tudo o que Rui Rio não faz. Não apoiando o PS, Rio não o odeia e vê nele um parceiro sempre possível para governar, assim como todos sabem que Rui não aprovou a política levado a cabo por Passos Coelho.
    Luís Filipe Montenegro Cardoso de Morais Esteves de seu nome total, é invulgarmente conhecido por Luís Montenegro. E invulgar porque não é vulgar adoptar o apelido da mãe, mas sim do pai. Será o chique do nome, que lhe dá um estatuto que não tem? Será qualquer questão com o pai? Isso não é relevante a não ser para medir a ambição da personagem. Já big MAC está profusamente analisado neste trabalho da Visão http://visao.sapo.pt/actualidade/portugal/como-cresceu-o-big-mac=f824432
    Qual a influência dos media nestes casos de que David Justino fala? Tudo! Escudando-se nos critérios editoriais para definir o que é, e não é notícia, publica todas elas e produz sempre uma imagem profundamente negativa de todos eles, sempre com a tónica na ética, uma das primeiras frases de Rio ao chegar ao poder, apelando à censura dos cidadãos a todos os casos.
    Já quanto aos casos de big MAC,nem uma linha. Por coincidência ou não, as notícias têm todas origem no Expresso ou na SIC, títulos do PSD Balsemão.
    E ainda existe quem fala de Silvanices, ou será só a crítica apressada, habitual no facebook da maralha, mas dispensável nos blogs de referência.
    Se calhar sou eu que estou a ver mal, mas isto não é mais do que um episódio a acrescentar à guerra entre os apoiantes de Passos Coelho e Rui Rio, quiçá a preparar a reentrada dele na corrida ao poder no PSD.

    • Claro que é uma guerra intestina no PSD, mas eles que se “esfolem”. Não acho que “favorecer” Rui Rio seja bom para a esquerda. Apenas pode despertar os “instintos” mais baixos dos do PS. alavancados nos Assis, Santos Silvas e quejandos para a ressureição de um Bloco Central, take 2. 🙂

    • Resposta à posteriori depois de ler o Expresso de sábado: a minha intuição não me enganou. Não há mesmo nada de jeito a defender no que toca às acções do Silvano. Leia: são trapalhadas a mais. Pode-se dizer que o Expresso não dá ponto sem nó mas, desta vez, não há “inventonas” no horizonte, só mesmo trapalhadas…:)

  2. “todos sabem que Rui não aprovou a política levado a cabo por Passos Coelho” mas todos sabem que iria fazer pior do que a Maria Luís Albuquerque.

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