(In Resistir, 29/10/2018)
No Brasil, a eleição dia 28 do sr. Bolsonaro foi consequência do nível de cultura política da sua população. A classe dominante (capital financeiro, agrobusiness, grande empresariado, …) apoiou o sr. Bolsonaro porque tem consciência de classe e sabe quem melhor serve os seus interesses. As camadas médias que votaram pelo sr. Bolsonaro também têm consciência de classe – mas uma consciência equivocada pois identifica a ascensão dos mais pobres como uma ameaça aos seus interesses e acredita nos que acenam com bandeiras “anti-corrupção” (como se não fossem eles próprios corruptos).
Muitas análises certamente se seguirão ao fenómeno Bolsonaro, mas deve-se assinalar desde já que estas eleições de democrático pouco tiveram. O candidato mais popular foi impedido de concorrer por manobras de law fare ensinadas nos cursos da USAID; o poder judicial posicionou-se na generalidade em favor do candidato fascista; os mass media de referência e as redes sociais (What’s App) actuaram intensamente contra o opositor do sr. Bolsonaro; a violência das turbas bolsonaristas manifestou-se por todo o país (ainda na véspera das eleições jagunços de latifundiários incendiaram um acampamento do MST em Mato Grosso e no Ceará fascistas assassinaram um jovem democrata). |