O capitalismo, a justiça e a liberdade

(Carlos Esperança, 16/10/2018)

capitalismo

O capitalismo descobriu a liberdade, mas desinteressou-se da justiça e da igualdade. Há avanços que só o capitalismo permitiu, mas há retrocessos da liberdade que são fruto da genética capitalista. O fascismo é filho natural do capitalismo.

Um modelo condenado a crises cíclicas, e a superá-las através de guerras, consegue pela força a sobrevivência, indiferente ao sofrimento que produz, aos anticorpos que cria e ao desespero que gera nos pobres de que precisa para se perpetuar.

As empresas visam naturalmente o lucro, o que não parece errado, mas é a amoralidade que as torna cúmplices do sistema de que são filhas. Não interessa se o seu produto é ou não tóxico, basta que seja legal ou que esteja omisso no código penal.

O bando de Chicago, onde pontificou Milton Friedman, influenciou de tal modo esta fase do capitalismo, graças à devoção dos seus devotos Reagan e Thatcher, que o deixou à solta, tendo como aliado João Paulo II, papa reacionário cuja santidade, em vida, era o apanágio da profissão e estado civil, e, depois de morto, um brinde do marketing pio.

A derrota dos mineiros ingleses na sua reivindicação justa, nem todas são, abandonados por outros trabalhadores e pelas centrais sindicais, alterou profundamente a correlação de forças a favor dos empreendedores, como ora se designam os detentores dos meios de produção. A vitória da Sr.ª Thatcher foi a derrota dos trabalhadores à escala global.

Mal se imaginaria então que, uma geração depois, o novo salto dialético seria dado por Trump, May e uma quantidade enorme de pequenos títeres que chegam ao poder por via democrática, sem o mais leve respeito por direitos dos trabalhadores nem, sequer, pelos direitos humanos.

Estamos a assistir ao assalto ao poder por uma horda de fascistas que, país após país, já transformaram as democracias em autocracias de vocação totalitária, com o domínio das redes sociais da Internet, da comunicação social tradicional e o apoio que a insegurança dos povos lhes confia.

São pessimistas as previsões do futuro onde a expansão do modelo chinês, sob a égide do líder do partido, dito comunista, promove um despudorado capitalismo e a extinção das liberdades que moldaram a cultura europeia e a sua civilização ora ameaçada.

10 pensamentos sobre “O capitalismo, a justiça e a liberdade

  1. O Fascismo é a Ditadura terrorista do capital financeiro e resulta da incapacidade da burguesia em se manter no poder por meios democráticos e aparece pela primeira vez na Itália em 1922. Isto é o fascismo. O Capitalismo surge no Século XVI e desempenhou uma função progressiva no desenvolvimento da sociedade até à crise geral do capitalismo no início do Século XX.
    Actualmente o capitalismo está em decomposição, especialmente nos Estados Unidos, principal país do capitalismo moderno.
    O modelo dito chinês congrega todos os sonhos do socialismo só agora possíveis pelo abrandamento da pressão ideológica da União Soviética e permitiu reunir uma imensa força mundial cujos contornos só aos poucos se vão desenhando.
    Os traços da cultura têm de ter um carácter popular, concepção cientifica do mundo, humanismo, colectivismo, patriotismo e internacionalismo.
    .
    .

  2. Manuel G., tens a certeza absoluta de que A Estátua de Sal tem mais de quatro/cinco leitores (o Luís, o Filipe, o José e o Neves, nomeadamente)?

    Luís Filipe Luís Filipe
    2 bloggers like this.

    Nota. No Aspirina B, como não se sabe o que inventar mais sobre o Azeredo Lopes e o assalto de Tancos, há mais uma pirueta Valupiana (não se percebe sobre o que é, mas tens de a exibir na galeria). Coitado do tipo, deve ter acumulado afts atrás de drafts sobre o assuto e não pariu nada.

    • Off.

      […]
      XXXX já deve estar mergulhado nos dossiês que o esperam, pronto e preparado para o combate e para fazer um brilharete. Os bloquistas estarão de olhos atentos e gulosos nele, pensando num futuro governo, agora que já têm mais a noção do que se trata.

      LOLOL

      ______

      Nota. Quem escreveu este poema atrapalhado, Manuel G.? E quem é o ele (que já mergulhou)?

      • Salvador Malheiro, outro ‘vice’ do PSD, foi mais longe: “Saberá o novo secretário de Estado da Energia a diferença entre um kW, um kWh, um Joule (J) e um cavalo vapor (cv)? E conhecerá a 1ª Lei da Termodinâmica? Ou o que é a Termodinâmica? Não creio. A nomeação é uma vergonha!”.

        Hum.

        • É assim: A Termodinâmica é uma grandeza que mede a força com que o PPD e CDS (nas vertentes populares) se afundam. O Calor é a energia que a Direita (PPD+CDS) dispendem para não cair no abismo. A temperatura é uma resultante da pressão exercida sobre a Direita (PPD+CDS). O Volume é o total de votos perdidos pela Direita nas últimas eleições. Depois da Primeira Teoria da Termodinâmica o João Galamba vai teorizar sobre a Segunda Teoria da Termodinâmica em direcção ao vexame final da Direita em Portugal pois que a Resistência é igual à Tensão sofrida no interior do PPD.

      • OK, parabéns!, mas para eu ser um tipo completamente feliz (bem, tão feliz como tu mais a WordPress!) só me ficava agora a faltar uma resposta erudita do José Neves sobre as larachas dos direitóinos como o senhor Salvador Malheiro… A saber: saberá ele qual é a diferença entre um kW, um kWh, um Joule (J) e um cavalo vapor (cv)? E conhecerá a 1.ª Lei da Termodinâmica? Ou o que é a Termodinâmica? Achas que, para além do livro de engenharia mecânica, ele tem lá em casa algum sobre engenharia electrotécnica? Dependendo da qualidade da resposta, acho eu, pode vir a ser assessor do ajudante João Galamba, muito embora esteja prioibido de se falar no gabinete respectivo do José Sócrates (nem nas lagostas e tal, nem das outras vergonhas ou da oportunidade das vergonhas todas).

        José Neves, pá!

Deixar uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.