Joaninha voa voa! Acho que não voltas a Lisboa!

(António Neto Brandão, 15/09/2018)

JOANINHA1
A urdidura tecida por esse maquiavel à moda de Celorico, que alberga os ossos pr’ós lados de Belém, tendente à recondução da D. Joana – com a ajuda prestimosa de uma sua agente, não em Havana, mas mais provincianamente junto do espesso jornal, o tal pasquim semanal que sobrevive á custa do prestígio que merecidamente recolheu no passado -, por excesso de despudor vai falhar os seus objectivos.

Chega a ser confrangedora tanta ingenuidade, melhor se diria, tanta estupidez. A Direita costumava ser mais subtil, mais engenhosa nas suas maquinações. Vide caso Casa Pia ou o caso Freeport. Prescindiram do Portas e fizeram mal. Grão-mestre em velhacaria ele que se desenvencilhou com uma perna ás costas da Universidade Moderna e dos Submarinos facilmente lhes diria que ” quando a cera é muita as igrejas ardem…”

O bombardear constante do nome da Dra. Joana Marques Vidal, promovido por tudo o que de mais rasca existe ao nível da direita reaccionária, fez uma grande parte deste país interrogar-se sobre a bondade da indigitação. Tornou-se contraproducente. Porquê tanto alarido? Têm medo de quê? Que um novo PGR possa encontrar lixo nas gavetas ou esqueletos nos armários?

Todos os anteriores titulares do cargo fizeram apenas um mandato (sem contar com o meu colega e amigo Dr. José Narciso Cunha Rodrigues, o arquitecto arrependido (suponho eu) do poderio do MP) e toda a gente achou natural. Na minha opinião mesmo que o exercício do mandato de JMV tivesse sido isento de crítica – o que não ocorre -, nada justificaria a recondução pelo precedente que se abriria.

A independência do cargo só ganha com o mandato único por razões tão óbvias que me eximo de desenhar. Pena é que a Dra. Joana Marques Vidal não venha pôr termo á polémica reafirmando o que em tempos mais humildes assumiu: os mandatos dos PGR’s não devem ser renovados.  Pois é. O estupor do poder seduz…

Para mim tudo isto não passa de uma farsa montada pelo larachas de Belém. Ainda há pouco teve o desplante de dizer que sobre a questão da PGR ainda não tinha tomado uma decisão. Mas ele quer fazer de nós todos atrasados mentais? Não tomou decisão nenhuma nem tem que tomar. Tem é que estar quietinho e aguardar que o Primeiro-Ministro lhe leve a listinha dos três propostos para ele escolher um desses três!

Estou em condições de informar que é absolutamente falso que exista qualquer concertação entre Belém e S. Bento com vista à renovação do mandato da actual PGR. Digo isto com a mesma desfaçatez com que o Boateiro expressamente tenta intoxicar a opinião pública!

7 pensamentos sobre “Joaninha voa voa! Acho que não voltas a Lisboa!

  1. Então e a “notícia” sobre a Festa do Avante??? no espesso jornal…. UMA VERGONHA…não há palavras… Vejam até onde chega esta gente!!!

    • Gostava de saber o motivo da omissão do comentário que ontem enviei sobre este texto do Dr. António Neto Brandão. Manuel de Lima Bastos

    • José Carvalho, acho que a festa do Avante! com minis e couratos cheios de pó é uma cena do passado.
      Nós, agora, não acampamos na Atalaia, o Il Gattopardo no Hotel Dom Pedro parece-me que fechou (?), não temos pilim para mandar cantar um cego nem para frequentar o Gambrinus, Ritz Four Seasons, Yakuza e Solar dos Presuntos mas, apesar de tudo e é a prova de que Deus não dorme!, ainda temos uns euros para almoçar no Parque das Nações.

      O jornalista Luís Pedro Cabral esteve presente no mais recente almoço de apoio a José Sócrates

      “Ele está a chegar, está a chegar, meus senhores”, comunicou um indivíduo à entrada, sem retirar os seus Ray-Ban, modelo aviador. Já tinha passado o parque de estacionamento, já estava a amparar-se no corrimão, já estava a subir as escadas, o senhor engenheiro já subiu as escadas, já percorre a reta da meta, está neste momento a ser engolido pela imprensa, está neste momento a ignorar as perguntas do “Correio da Manhã”, já distribuiu a primeira beijoca, entregue a quem mais a merecia, Ana Lúcia Vasques, atenção que já desfizeram o abraço, o senhor engenheiro contorna ainda uma câmara de TV, desvia-se de uma esquadrilha de microfones fofos, atira para o ar uma bicada à SIC, colocou aquele seu sorriso dos bons velhos tempos, e irrompeu pelo restaurante como o dia a interromper a noite.

      […]

      [Festa do Avante!, e?]

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