A Joana é a nova TINA

(Por Valupi, in Blog Aspirina B, 10/09/2018)

TINA1

Não temos notícia de à esquerda se judicializar a política e de se politizar a Justiça, a caminho dos 45 anos depois do 25 de Abril. À direita, sim. Se esquecermos o período exótico e tão-só mediático de O Independente, em que uma direita instalada e omnipotente se viu beliscada por uma direita de franja e vanguardista, tal fenómeno começou de forma estratégica em 2004, com a invenção do caso Freeport, e não mais deixou de ser a principal arma da direita decadente contra o PS – tendo chegado ao ponto em que se espiou ilegalmente um primeiro-ministro em funções, com a intenção tentada de o abater judicialmente, e em que um Presidente da República lançou, ou assumiu, uma golpada mediática que alimentava esse clima de perseguição judicial a um Governo em cima de umas eleições legislativas.

Agora, com o alvoroço dessa mesma direita para explorar o final de mandato da procuradora-geral da República, estamos a assistir a uma jogada em que os pulhas acham que vão sempre sair a ganhar. Se Joana Marques Vidal for substituída, farão uma festa e mergulharão de cabeça na calúnia mais torpe e rancorosa. Se a senhora ficar mais 6 anos a mandar na PGR e a mandar recados para a Cofina, farão uma festa e, fatalmente, mergulharão de cabeça na calúnia mais torpe e rancorosa.

Neste último cenário, porque tal lhes possibilitará dizer que tinham razão ao ter acusado o PS de ser um partido essencialmente corrupto que dominou criminosamente a Justiça portuguesa na era pré-Vidal. Last but not least, igualmente virão repetir que foi essa corrupção socialista em auto-estradas, aeroportos, linhas de TGV e, não esquecer, as faraónicas fundações, que levaram Portugal à bancarrota. Em qualquer dos cenários, a festança da calúnia está garantida aconteça o que acontecer.

Há uma direita conservadora que prefere as instituições do Estado ao tribalismo e que sai a terreiro em defesa da lei. Há uma direita liberal que faz do Estado de direito o seu primeiro e principal tesouro civilizacional. E depois há a pulharia. A pulharia não suporta Rui Rio pois este resiste a ceder o palco aos videirinhos, aos hipócritas, aos broncos. Dizer que Joana Marques Vidal é insubstituível porque, no seu mandato, houve razões legítimas para investigar Sócrates e Salgado já seria absurdo o suficiente para não ligar mais a essas vozes. Mas fazer de Pinto Monteiro – escolhido por Cavaco e condecorado por Cavaco precisamente por causa do seu mandato como PGR, o que o deve ter enchido de azia – um alvo para acusações que ofendem a sua honra e a nossa inteligência é relevante pelo grau de indecência com que esta direita trata a República. O à-vontade com que responsáveis políticos e os impérios mediáticos da direita se permitem cobrir de infâmia um número indeterminado de magistrados expõe a violência que os anima e consome. Uma violência contra a liberdade.


Fonte aqui

4 pensamentos sobre “A Joana é a nova TINA

  1. Valupi, larga o tinto (que zerado és e está visto que, por aqui, também não te safas)!

    ______

    Nota, de Política pura.

    Quem andar com atenção pela blogosfera indígena ter-se-á apercebido de que a personagem Valupiana é, de quando em vez, açoitada nas suas costelas e obrigada a engolir as suas tangas pela prosa do Eremita, o tipo do Ouriquense.

    Há dias, porém, a dita personagem escreveu mais um longo lençol que exibiu depois, orgulhosamente, no varandim do Aspirina B. Viria aquele post, alegadamente, a propósito de um ensaio dado à estampa no Observador online, assinado por Carlos Guimarães Pinto, onde se perguntou se… A imprensa pode ser novamente sustentável?

    Postas as cartas assim na mesa (aparentemente, pelo menos), no entanto, a intempestiva e longa cerzidura postada no Aspirina B procurava provar definitivamente que, primeiro, nada sabiam o Manuel Carvalho e a Ana Sá Lopes, no momento seguinte a tomarem posse da direcção do Público, sobre o queé-e-será-isso-dos-jornais-no-tempo-do-digital; e, segundo, excercitava-se um pouco mais na prática diária do seu desporto favorito que, como sabemos, é o da caça aos jornalistazecos da praça, esses bandidos! Que não percebiam nada de nada sobre o negócio onde estavam metidos pois, dizia a personagem Valupiana, ao que o Eremita retorquiu vagarosamente que só se estivesse maluco (uma expressão recorrente da sua lavra, cito de memória…) é que iria dar ouvidos a alguém que, alegadamente, andaria pelo marketing em detrimento das opiniões abalizadas de dois… jornalistas seniores.

    Ora, o ponto é este: perdida a sua credibilidade no que às movimentações políticas diz respeito, enterrado que foi em vida após a carta de suicídio publicada por José Sócrates no JN; postas em causa, paciente e misericordiosamente, e feridas de morte, finalmente, as suas tangas e a auctoritas sobre o que é, hoje, o panorama mediático português, através do Eremita, a personagem Valupiana sentiu-se sem pé e reagiu longa e meticulosamente com o fito encoberto de procurar recuperar, através de um lon-guí-ssi-mo post alegadamente em torno dos “jornais”, a sua credibilidade perdida, definitivamente!, como observador inteligente e sério que se julgava ser do nosso teatro político.

    E é isto, por muito que lhe doa (e eu sei que dói).

    Observador protege o Ocidente dos tentáculos da Global Media
    8 SETEMBRO 2018 ÀS 14:22 POR VALUPI
    http://aspirinab.com/

    vs.

    10 SET18
    Um fanático do PS “travestido” de defensor do Estado de Direito
    Eremita
    https://ouriquense.blogs.sapo.pt/

    • Adenda, que vi agora.

      «Postas as cartas assim na mesa (aparentemente, pelo menos), no entanto, a intempestiva e longa cerzidura postada no Aspirina B procurava provar definitivamente [nota: a marretada anterior foi desnudada num post anterior, o link esta em baixo] que, primeiro, nada sabiam o Manuel Carvalho e a Ana Sá Lopes, no momento seguinte a tomarem posse da direcção do Público, sobre o queé-e-será-isso-dos-jornais-no-tempo-do-digital; e, segundo, excercitava-se um pouco mais na prática diária do seu desporto favorito que, como sabemos, é o da caça aos jornalistazecos da praça, esses bandidos! Que não percebiam nada de nada sobre o negócio onde estavam metidos pois, dizia a personagem Valupiana, ao que o Eremita retorquiu vagarosamente que só se estivesse maluco (uma expressão recorrente da sua lavra, cito de memória…) é que iria dar ouvidos a alguém que, alegadamente, andaria pelo marketing em detrimento das opiniões abalizadas de dois… jornalistas seniores.», adicionei por ali uns parêntesis rectos que iluminam acho.

      Apocalipse da imprensa escrita
      24 AGOSTO 2018 ÀS 16:07 POR VALUPI
      https://aspirinab.com/valupi/apocalipse-da-imprensa-escrita/ , o post que inclui o comentário do tipo do Ouriquense.

      • Manuel G, estive uns bons minutos a espreitar a lista ali em baixo dos teus “Blogs de outro sal” e tenho de te dizer duas coisas mesmo, mas mesmo!, importantes para a tua vida. Uma, que alguns dos nomes daqueles blogues pré-inumados constituiam, por si só, todo um programa (então o da vida breve, adorei!). Dois, que muita daquela gente já bazou e, dos que conheço, lá está a figura do Corvo Negro que, imagine-se!, afinal tinha mais juízo do que a personagem Valupiana que lá anda coitado, penosamente, a carregar a cruz do Aspirina B… à espera de Godot e a exibir as suas tristes misérias aos passantes.

        Mundo Cão
        terça-feira, 23 de agosto de 2016

        vida breve
        08-11-16

        Alerta Jornal
        August 30, 2017

        Pralixados
        Sábado, 17 de março de 2018

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