RIO, o “GRANDE EDUCADOR DA CLASSE POLÍTICA”!

(Joaquim Vassalo Abreu, 06/09/2018)

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E, três meses depois, “I´m back”

Os do meu o meu tempo, os de bem antes do 25 do quatro de 74 e que viveram o PREC, poderão pensar que estou a parafrasear o Arnaldo de Matos, o “Grande Educador da Classe Operária” como à altura o apelidavam os seus correligionários do MRPP, esse “grande” Partido Reorganizador da Classe Operária” e onde proliferavam “grandes” organizadores dessa mesma classe, como o Durão, o Saldanha, o Monteiro, a Gomes, o Lamego, a Maria José (também grande “organizadora” da Classe Judicial), o Garcia e tantos outros que por aí pontificam como grandes “organizadores” sim… mas de interesses vários!

Não, nem pensar, o Rio é outra coisa e de outra estirpe. O Rio era pouco mais que imberbe nessa altura e mergulhava mais na cultura calvinista do Colégio Alemão na Foz do Porto. Não pertencia, portanto, àquela classe de “durões”, mais tarde transformados, grande parte deles, em autênticos “cabrões”.

O Rio não! O Rio não pretende “reorganizar” a Classe Política: O Rio pretende “educá-la”! É sério demais, como se afirma, para se confundir com o resto da sua Classe e do seu próprio Partido, a quem apelida de uma cambada de interesseiros sem ética e de gastadores compulsivos, logo começou por dentro: Gastaste mais que o orçamentado? Tribunal e já!

Assim é que se educa! Habituados aos bons, usuais e estruturais nossos brandos costumes, os visados ficaram atarantados com tamanha ousadia e desataram a protestar. Que isso não faz. Que não pode ser. Tivesse ao menos avisado. Que os obrigasse ao menos a devolver o “guito” gasto a mais, mas a bem do Partido, agora…Tribunal? Onde já se viu?

É que o Rio, para além de tudo o mais também é o “grande” credibilizador da Classe dos Contabilistas, olhou para cima e quem é que viu? O Centeno, o tal que não quebra a mola nem que o diabo tussa e concluiu: eu tenho que fazer melhor e ser mais rigoroso ainda. E, para dar o exemplo, zás, começou logo por dentro! Mas, valha a verdade, começaria por onde?

Mas o meu maior espanto é que, não tendo lido jornais durante estes três meses (apenas, e não sempre, as capas no Sapo), e pouca TV ter visto (apenas o Mundial de Futebol, os Campeonatos Europeus de Atletismo, a Volta a França, a da Espanha e agora também o Open dos EUA, para além de tudo o que de Desporto der, menos os paineis que não vejo nenhum, não vá eu ficar a saber mais que os “paineleiros”…), indo vasculhar os Expressos Diário e Curto que os da Impresa insistem em mandar para o meu Mail e que eu, para memória futura guardo religiosamente, apenas vi ao facto uma pequena e inócua referência. E pasmei!

Mas pasmei sem mesmo assim abrir a boca pois, dando-me ao trabalho de passar por eles os olhos, constatei que factos políticos, mas políticos de relevância mesmo, só aconteceram três:

 1º – Depois do Costa ter decretado o fim dos incêndios com a suspensão do Verão eis que, contrariando-o, este veio mesmo em força, mas com ele apenas um incêndio: o de Monchique! E o Costa perguntou: Mas, morreu alguém? E eis que vejo na TV (e isto por acaso até vi) um senhor, assim sénior como eu, a desatar a fazer perguntas ao Presidente e a dar ele mesmo as respostas; assim tipo alguns jornalistas entrevistadores que a gente conhece, não deixando falar o Presidente que, em desespero, lhe ia agarrando as mãos e os braços pedindo-lhe encarecidamente para o deixar falar…E quando isso conseguiu que é que ele disse? Apenas: Mas, morreu alguém?

2º – O Santana resolveu casar mais uma vez e montou um Partido. E eu digo propositadamente “montar” pois, tendo-lhe chamado de “Aliança”, para esta ter aquele respeitoso significado que as boas práticas lhe atribuem, só com um casamento e o tradicional anelamento no dedo do cônjuge. Mas quem é o cônjuge, aquele ou aquela que lhe montou a aliança no seu anelar dedo? Segredo…Ou será que o champanhe é que veio das caves Aliança? Ainda ninguém percebeu, mas eu, à falta de facto mais relevante, ainda assim elejo este!

3º –  A Cristas foi andar de comboio! Oba, oba, oba! Assim do género de antigamente quando os putos do interior iam ver o mar, estão a ver? E não levou os filhos? Mal, muito mal! Só andam de Uber, disseram-me. Mas vi o Nuno Melo, desta vez não de blazer azul, lencinho a condizer, camisa alvíssima, calças bege e sapatinho de vela, como uma vez foi falar aos Pescadores das Caxinas, que lhe terão dito” Ó Tchó, olha-me este…”, mas de camisa e mangas arregaçadas, assim como que pretendendo dizer: vamos ao trabalho? Mas não, para mim foi para evitar lhe dissessem : “ vai mas é trabalhar”…

De modo que o estranho silenciamento não só do caso, mas mesmo do próprio Rio, apesar do próprio se ter dado também ao silenciamento, é para mim uma grande perplexidade. Será que a Comunicação Social, mancomunada com os seus críticos internos, o que pretende é abafar o “Grande Educador”?  Mas porquê, também me pergunto? Porque o tipo foge da norma, do estereótipo e é demasiado calvinista para quem não está na Alemanha?

 É certo que aquela malta, principalmente os da Jota, apreciam nele o gosto pelos popós e os outros uma certa sobriedade que eles não possuem, mas não aceitam tanta sobranceria!

Ir sentar os fundilhos num Tribunal? Era o que mais faltava! Ao menos com o Flopes é só champanhe, ora! Dizem eles…


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