Da política-espectáculo

(Joseph Praetorius, 14/07/2018)

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Joseph Praetorius

A mimetização da política-espectáculo pelo descerebrado funcionalismo, resulta nisto – entre outras grotescas desgraças – de haver uma polícia-espectáculo, uma procuradoria-espectáculo e tribunais-espectáculo.

Relembro o confinamento de 200 manifestantes perto das Amoreiras em Lisboa (improviso de campo de concentração, digno da Grécia dos coronéis), bem apoiado pelo falido Expresso – outro boletim da polícia – a noticiar, em grande excitação, o “desenrolar” da “operação” contra um bloqueio da ponte que nunca houve (ninguém consegue bloquear a ponte de Lisboa diante das Amoreiras, evidentemente).

Deixo-vos o link, para recordarem a coisa ( Ver)

A isto, se bem se lembram, respondeu a “Ordem dos Advogados-espectáculo” onde o candidato anti-Elina Fraga se exibiu na assistência às vítimas da arbitrariedade (como se a arbitrariedade alguma vez o tivesse incomodado, ou tivesse voltado a incomodá-lo depois disso).

Fica o link, também. ( Ver )

Tais incómodos foram pura diversão malsã da polícia. Aquilo foi tudo arquivado. Sem excepções.

E agora são os Hell Angels. “Longa maratona para identificar(…)”. Tudo maluco, evidentemente. Como é possível uma “longa maratona para identificar”? Só aqui, realmente. Até parece que “identificar” é tarefa complicada. “Especializada”. Um “grande esforço administrativo”. Os documentos estão em alfabeto georgiano? Vieram com documentos redigidos em Mandarim? Os detidos só falam Urdu? E os boletins da polícia mimetizam o “frisson”. Grande excitação. “Grande maratona”. Bandos sem fim de imbecis sem conto.

Mas muitíssimo perigosos. Não apenas pelos poderes funcionais de que dispõem. Não só porque as suas confabulações ecoam sem limites. Mas também porque, justamente, se trata da exibição muito colorida de bandos de imbecis. Convém não esquecer o bom velho Platão. A estupidez é homicida. (Nada há mais pacificamente demonstrado). Nenhum delinquente é risco maior do que uma tal polícia.

Admito sem dificuldade que os hell angels possam ter feito alguma asneira. Só que a polícia, pela imagem que de si própria faz difundir, só faz asneiras, por ser isso quanto resulta (sem apelo ou agravo possível) das imagens difundidas.

Uma vez perguntei por escrito ao director nacional da PSP se dirigia um serviço nacional de segurança, ou aprendizas de cabeleireiro sobre-excitadas. Os disparates ali em causa pararam. Está na altura de alguém repetir a pergunta, dir-se-ia. (Ver)

6 pensamentos sobre “Da política-espectáculo

  1. O espectáculo é permanente, basta ver a noticia da mega operação da apreensão de armas, 400 agentes da policia por todo o pais e ano e meio de investigação para apreender 27 (vinte e sete) armas. Penso que o dispêndio publico de recursos é enorme, bombeiros que danificam viaturas e material de combate a incêndios, policias afectos aos sindicatos (16) em regime de tempo total e parcial, o enorme absentismo que isto representa, magistrados do ministério publico a fazerem investigações por qualquer queixa anónima, porque a sua “independência”, não contempla um controlo hierárquico responsabilizante.

  2. Manuel G., com tanto ver-ver-ver e como sou bom rapaz ia VER as Obras Completas do Joseph Praetorius, mas não tive sorte nenhuma. Ou seja, fiquei a VER navos.

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    [Importam-se de VER o que se passa, …?]

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