Francisco Assis – viagem sem regresso

(Carlos Esperança, 24/05/2018)

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O eurodeputado Francisco Assis tem um passado político demasiado relevante para que as suas legítimas opções possam ser ignoradas, dentro e fora do PS.

Quem, como eu, se reclama social-democrata, não pode rever-se da deriva neoliberal que se acentua no velho militante do PS e, muito menos, na reincidência com que se identifica com as aspirações da direita portuguesa.

A entrevista ao Público desta terça-feira foi um serviço aos partidos que o usaram, quando da formação do atual Governo, e o dispensaram logo que deixou de ser útil. E não se arrepende do mal que fez ao partido e ao País, com o discurso catastrofista e anticomunista primário, ignorando a legitimidade do voto, igual para todos os partidos.

Contra o seu desejo, o BE, o PCP e o PEV pouparam o PS à chantagem da direita, de que estava refém, onde o PSD ameaçava ser a eterna charneira.

Se há uma dívida de gratidão, é do PS aos partidos à sua esquerda e não o contrário, mas Assis insiste em excluir da vida democrática os partidos que lhe apraz sem se dar conta do seu défice democrático, do benefício da atual solução governativa e dos malefícios do Governo anterior.

Inesperada é a insistência na disponibilidade para continuar eurodeputado de um PS contra o qual foi o mais ruidoso adversário, não ter uma palavra de condenação sobre o Governo dos partidos que prefere, e persistir no que é mais caro à direita para envenenar o funcionamento das instituições democráticas.

A insistência absurda na recondução da PGR, que a própria reiteradamente considerou função de um único mandato, desejo também antes manifestado pelo atual PR, é uma provocação de quem deseja ser satélite da concorrência. Na véspera do Congresso do PS é porta-voz do PSD.

Francisco Assis perdeu a visão política e o pudor, aliado aos trânsfugas que viajaram da extrema-esquerda para os braços da direita caceteira e miguelista, na política, no jornalismo e na opinião remunerada. Ao dizer que este governo tem um prazo de validade, não se limitou a dizer o óbvio, aliás com limites legais, revelou apenas que excedeu o seu.

É natural que mantenha ainda alguma influência dentro do PS, mas suicidou-se perante o País, ética e politicamente. É deprimente o fim, mas a direita costuma pagar favores com avenças.

10 pensamentos sobre “Francisco Assis – viagem sem regresso

  1. O ENERGUMENO “SOCIALISTA” QUE JÁ SE DEVERIA TER DESFILIADO DO PS COMO FEZ SÓCRATES
    MAS ESPERA APENAS SUA REFORMA DOURADA DE EURODEPUTADO DE UM PARTIDO QUE NUNCA REPRESENTOU

  2. Já escrevi no Face que só se perderam as que caíram no chão de Felgueiras. O povo, sim o povo, de quem ele nem deve querer sentir o cheiro, quando o surrou sabia bem o que fazia, de que natureza o exemplar era e é. Está gordo que nem cevado à conta de nós que pagamos a estadia em Bruxelas para que de vez em quando, a personagem bolse alarvidades. É assim esta democracia: pode-se dizer tudo de todos e cumprir uma missão antidemocrática. Benza-o Deus! Espero que não demora a chamá-lo à Sua divina presença, para alívio do Erário Público e nosso descanso. Ámen!

  3. Pergunta, 1 (actualização): Manuel G., deve-se esfolar também este (este-que-é-aquele, o Assis)?

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    Notas, várias. Alguém que anda no Face (?!) e que acaba de escrever «Benza-o Deus! Espero que não demora a chamá-lo à Sua divina presença, para alívio do Erário Público e nosso descanso. Ámen!» e cujo estilo literário primitivo é bastante conhecido no Aspirina B (és o Costa, pá?), outro leitor n’A Estátua de Sal que comprou aparentemente um teclado sem minúsculas (a prestações?) e outros ali ao lado, ainda, que têm um movimento da sociedade civil esteticamente designado Stop Eutanásia (!) de uma Sofia Guedes qualquer que discursou e foi a MC de um espectáculo ao ar livre com o padre Nuno Coelho, a enfermeira Sara Sepúlveda, que cuida de doentes em fim de vida, o psicólogo Abel Matos Santos, a jurista Sofia Galvão (pois), o juiz Pedro Vaz Patto e Gentil Martins. Este mundo está mesmo perigoso por onde se andar, de facto.

  4. Carlos Esperança (e Julieta Sampaio antes, Manuel G. e restante troupe), uma coisinha.

    Ouviu-se agora a intervenção do Francisco Assis, no congresso do PS, e o balanço é bastante simples de fazer: mais vale uma frase dele do que as suas obras completas mesmo que compradas em fascículos através das Selecções do Reader’s Digest, livra!

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    «É natural que mantenha ainda alguma influência dentro do PS, mas suicidou-se perante o País, ética e politicamente. É deprimente o fim, mas a direita costuma pagar favores com avenças.», …?

    Ah!, e a soberba desta frase é vergonhosa.

  5. Adenda, em tempo.

    Assis contra a “geringonça” mas a favor de Costa: “As minhas expectativas mais negativas não se confirmaram”
    O eurodeputado Francisco Assis, um dos militantes cuja intervenção era das mais aguardadas, começou por pedir tempo: “Ainda sou eu que vou fazendo alguma oposição…”

    Antes de entrar nas questões mais políticas, revelou a sua posição a favor da eutanásia. “Todos os homens públicos, todos os políticos, têm a obrigação de dizer o que pensam sobre a vida nacional. Por razões filosóficas profundas, que explicitarei num jornal, sou totalmente a favor da proposta que o PS vai apresentar na Assembleia da República”, afirmou o antigo candidato à liderança do partido.

    “Nunca fui a favor da solução da ‘geringonça’, mas não me afastou do PS”, começou por afirmar. “Não mudei de opinião”. Mas reconheceu que algumas das suas “expectativas mais negativas não se confirmaram” o que se deve “às capacidades de liderança de António Costa”. E elogiou: “Revelaste-te um bom primeiro-ministro.”

    Embora justifique já ter visto “o suficiente para saber que as coisas não são a preto branco”, no que respeita à solução governativa, Assis também acha que o PS não deve ter a sua “autonomia estratégica condicionada por partidos situados à esquerda ou à direita”. E acrescentou: “Temos condições para governar sozinhos e corresponder às expectativas dos portugueses”.

    Francisco Assis não pediu uma maioria absoluta, mas disse que o partido deve ganhar as eleições. “Já que não possa acreditar na solução, vou acreditar em ti”, disse Assis, dirigindo-se a António Costa.

    No Expresso online, há pouco.

    • Os políticos sem espinham muito rastejam pelas migalhas… então quando é Bruxelas a pagar a conta – aliás, é para isso que existe o parlamento europeu, que poder não tem nenhum.

  6. Paulo Marques, é sempre útil saber-se que por aqui se esconde disfarçado um discurso típico dos fascistas.

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    O jornalista Luís Pedro Cabral esteve presente no mais recente almoço de apoio a José Sócrates, com fotografias de Tiago Miranda.

    Fonte: E (Expresso), 26.5.2018, pp. 47-51.

    Expresso | O almoço de apoio a Sócrates, para assinantes.
    http://expresso.sapo.pt/sociedade/2018-05-26-O-almoco-de-apoio-a-Socrates

    “Ele está a chegar, está a chegar, meus senhores”, comunicou um indivíduo à entrada, sem retirar os seus Ray-Ban, modelo aviador.

    Manuel G, quem é o tipo?

    Mas quem era aquele rapaz? Fosse quem fosse, tinha envelhecido. Estava demasiado casual para a ocasião, com uma T-shirt gasta e umas calças de ganga relaxed-ft, mais sujas do que o Tejo. Ai, como é que ele se chama?

    E o outro é o famoso Humberto Bernardo, Manuel G.?

    #JoséSócrates
    #memorabilia, é do/s traste/s e dos tarecos.

  7. RFC;
    José Sócrates não só continua a despertar o interesse de muitas mulheres, como parece também despertar o falo de muitos comentadores. Ó homem, porque carga de água é que foi trazer para aqui o Sócrates, quando o texto é sobre o Assis?

  8. Maio 24, 2018 às 5:58 pm
    Maio 24, 2018 às 6:11 pm
    Maio 26, 2018 às 5:40 pm
    Maio 26, 2018 às 6:06 pm
    Maio 29, 2018 às 1:31 pm

    Amílcar, 1. Isto foi sendo escrito por um amigo meu, reparaste?

    Francisco Assis
    Paulo Marques
    Luís Pedro Cabral
    José Sócrates
    Desconhecido, vulgo “o paquiderme dos ray ban”
    Humberto Bernardo, o das Misses do CM
    Manuel G., o d’A Estátua de Sal

    Amílcar, 2. Cingindo-nos agora ao último comentário apenas, que aparentemente tanto te perturbou, onde está ali o teu nome?

    «José Sócrates não só continua a despertar o interesse de muitas mulheres (?), como parece também despertar o falo de muitos comentadores.», …?

    Amílcar, 3. O que sabes tu desse candente assunto sobre as “mulheres de” José Sócrates (!) que ninguém mais sabe e, ainda por cima tendo em conta o que o tal meu amigo escreveu supra, do que brejeiramente querias falar afinal?

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    bre·jei·ro

    substantivo masculino
    1. Pessoa que comete actos de libertino ou próprios de garoto.
    adjectivo
    2. Ordinário; agaiatado.
    3. Grosseiro.
    4. Malicioso.
    5. Tunante.

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