Pacheco, esse profeta da desgraça

(José Neves, 22/04/2018)

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(Publico amiúde os artigos que Pacheco Pereira dá à estampa, nomeadamente no Público e na Sábado. Não desconheço os antecedentes dele, mas há que reconhecer que, nos anos da troika foi das poucas vozes que, vinda da direita, denunciou a criminosa austeridade imposta pela governação pafiosa. A propósito de um texto de Pacheco que ontem publiquei (Ver aqui ), foi produzido por um leitor habitual deste blog, em comentário, o artigo abaixo.

Como o debate e o contraditório são sempre salutares, decidi dar-lhe especial relevo.

Comentário da Estátua, 23/04/2018) 


O caso, Pacheco, é que não fazes de Cassandra tu és a própria Cassandra mesmo no sentido em que os cristãos referem Deus sobre qualquer virtude. Claro, sobre maldades, Deus já não é a própria coisa em si como diria Kant.

Cassandrices tuas:

– Viste em Cavaco o melhor político e governante do país de todos os tempos e hoje é considerado o pior de todos de sempre e a maior desgraça que veio ao mundo no actual Portugal. E com a tua pronta e mui-elevada ajuda.

– Como disse o “Coelhone” foste conselheiro cultural de Rio no Porto e a Cidade tornou-se uma miséria cultural e em guerra aberta contra os agentes culturais e melhores artistas de teatro e música locais.

– Viste armas de destruição maciça no Iraque e deste o apoio a Bush e Durão para invadir o Iraque. Viu-se depois que, realmente, houve milhares de bombas terríveis sobre o Iraque mas foram as deixadas pelos teus amigos que apoiaste acerrimamente.

Na política tens sido sempre uma Cassandra por inerência e, novamente, voltas a sê-lo com Centeno. Sempre arengaste a língua contra o tal país sem emenda que não conseguia ter finanças certas e controladas e andava ao deus-dará ao mais pequeno abalo no mundo económico. Na tua inevitabilidade natural de ser Cassandra já vês desgraças e mortes aos molhos nos corredores dos hospitais e nem reparas que os teus camaradas PSD, das Ordens dos doutores e enfermeiros (e Rio e Cristas, claro, fazem política com isso), todos os dias põem uma notícia cá fora sobre qualquer queixa mixuruca que surja.

Também podias pensar que é preciso obrigar os administradores a gerir melhor os dinheiros ou achas que, como fazem os magistrados, que deve dar-se tudo o que cada sector pedir, à balda, sem estudar os casos? E como todos pedem, é fácil, lá se ia outra vez o bom controlo financeiro. Se se dá mais dinheiro para a Cultura ou outro ministério logo a azarenta Cassandra vem dizer que não é a lançar dinheiro sobre os assuntos que se resolvem os casos; se não se dá o gajo “vê” os hospitais sem uma bomba de oxigénio e montes de gente a morrer.

Para quem acompanha a tua carreira cada vez é mais visível o teu falhanço e desastrosa visão política pois, em tudo que pegas ou pregas sai merda quase de certeza.

Não há duvida a tua melhor ocupação é mesmo “andar aos papéis” porque já tens experiência e assim podes fingir de historiador.

8 pensamentos sobre “Pacheco, esse profeta da desgraça

    • Tem razão, Trata.se do verbo haver e não “houver”.
      Repare que é escrita feita no calor do comentário de momento.

      • Normalmente revejo os textos que publico. Não me pareceu mal o “houveram”, no sentido de “existiram”. Houveram é o pretérito perfeito do indicativo do verbo haver, terceira pessoa do plural: “Houveram milhares de bombas sobre o Iraque…”. Está correcto.

        • “houveram” milhares de : consulte uma Gramática e verá que “houveram” está errado. de facto, não dirá “Hão” milhares, a Gramática dir-lhe-á que deve dizer “Há”, é que no SENTIDO de “existir” o verbo haver usa-se somente na 3ª pessoa do singular. Realmnte, depois da sua justificação, estragou mesmo TUDO. Justificar com uma asneira, aumenta a asneira. Desculpe, paciência.

  1. Se o primeiro comentador só comenta o erro do verbo usado…quando o tema em questão é tão importante e “arrebatador”… então passemos ao lado…
    E eu venho aqui só para sublinhar que tenho a mesma opinião sobre o Pacheco Pereira, e que está bem descrita neste texto…Mas sobre o apoio sempre dado ao Prof Cavaco Silva, sobretudo no seu 2º mandato de Presidente da República, eu vi e ouvi (e não me esqueço!) em plena discussão sobre as escutas no caso “da Intentona de Belém”, durante um “Quadratura do Circulo”, o P.P. – que “carregava” na acusação à “conspiração do Governo de José Sócrates” contra o Presidente da República – dizer que ele (o P.R.), na intervenção que fez ao país, “…ainda não disse tudo…ainda tem muito mais para informar o país sobre o caso…esperem na próxima semana…” Ora nos dias seguintes o Diário de Noticias dava realmente a dimensão da falcatrua que fora montada…!
    A DIREITA, MEUS SENHORES, NÃO BRINCA AOS PODERES…SE NÃO O TEM, NÃO OLHA A MEIOS PARA O REAVER… E AS ESQUERDAS TÊM DE PERCEBER QUE OU SE UNEM – NO QUE HÁ DE ESSENCIAL NOS PRINCÍPIOS DE DEFESA DA DIGNIDADE DO INDIVIDUO E NOS SEUS DIREITOS FUNDAMENTAIS – OU AS SUAS PASSAGENS PELO PODER SÃO APENAS EPISÓDIOS TRANSITÓRIOS…

  2. Um erro muito comum, observado principalmente na
    comunicação oral, é a flexão do verbo “haver”. Esse
    verbo, no sentido de “ocorrer” ou “existir”, é
    impessoal. Isso significa que permanece na terceira
    pessoa do singular, pois não tem sujeito. Portanto, é
    errônea a flexão do verbo no plural. É provável que a
    origem do erro seja a associação da conjugação do
    verbo “haver” com os verbos “existir” e “ocorrer”.
    Estes têm sujeito e, portanto, flexionam-se de acordo
    com o número e a pessoa VER
    http://escreverbem.com.br/como-flexionar-o-verbo-haver-2/.
    Nota bene: aprovo o conteúdo do artigo. Mas “houveram”, não. O importante está nos pormenores.

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