Quo vadis, Pedro?

(Por Estátua de Sal, 13/01/2018)

COELHO_VIDA

Confesso que estou um pouco preocupado, por ti, ó Pedro. Afinal para onde é que tu vais?

Para o FMI não vais, como o Gaspar, porque não tens conhecimentos econométricos.

Para a OCDE, como o teu ministro, o Álvaro Pereira, ministro do pastel de nata, também não vais porque não tens curriculum nem projecção.

Fazer companhia à ex-ministra Albuquerque, na Arrow, vendendo informação privilegiada aos oportunistas da finança é demasiado secundário para ti e seria dares cabo do novo líder do partido, em três tempos, com mais um escândalo.

Para a Tecnoforma, para bem dos teus pecados, já faliu, paz à sua alma, houve uns milhões que voaram, mas não se passou nada e a Dona Joana Vidal acha que não deve ser nada investigado.

Para gestor de uma empresa do Tio Ângelo Correia também não deves ir, até porque ele se zangou contigo, já que não o trataste nada bem enquanto foste primeiro-ministro, o que revela o teu carácter de pobre e mal agradecido a quem te colocou na ribalta da grande política.

O que é mais estranho é que, mesmo sem todas essas hipóteses no horizonte, já deves ter alguma na manga pois também anunciaste que te vais demitir de deputado. Eu até acho bem, os deputados ganham mal, e aquilo é uma grande estopada e só tem piada para os deputados da primeira fila, de onde terias de sair para não ensombrar o novo líder com as tuas intervenções baritonais.

Claro que podes sempre fazer como o Santana e limitares-te a andar por aí. Se o teu amigo Relvas estiver certo, o líder hoje eleito é só para durar dois anos, já que será esmagado pelo Costa nas legislativas de 2019, podendo tu regressares em força, em resposta ao clamor dos militantes laranja que gritarão em plenos pulmões: volta Pedro, estás perdoado! Mas até lá, Pedro, até lá como vai ser?

Será que tens já apalavrada uma sinecura de comentador televisivo? Ou vais para facilitador de negócios, como o teu amigo Portas, profissão onde tens um invejável curriculum? Para comentador não me parece provável, mas quem sabe. Não foste às aulas de comentariado, do teu amigo catavento, até porque sempre foste meio relapso em ir a aulas, e o rei do comentário ocupa todo o espaço mediático, todos os dias e a toda a hora.

Também não creio que vás estudar para Paris, fazer um doutoramento como o Sócrates. Não tens jeito para queimar as pestanas e perder tempo com trabalhos académicos. Tens mais jeito para o canto e, estudar por estudar, sempre podes ir para o Conservatório e iniciar uma carreira operática de grande barítono.

No balanço de todas estas hipóteses, penso que vais regressar a facilitador, apesar de já restar muito pouco para facilitar pois vendeste todas, ou quase todas, as empresas públicas que havia para vender, aos chineses e afins.

Talvez por isso, deve ser para os lados do sol nascente que vai passar o teu futuro. Ou muito me engano, tu que sempre tiveste uma secreta admiração pelo oriente – querias fazer de Portugal uma Singapura da Europa -, vais ser salvo pelos bons ofícios do oriente. Os chineses são leais nos negócios e não precisam de escrever o que prometem para honrarem os compromissos que assumem.

Seja ou não seja esse o teu futuro, desejo-te muitas felicidades, Pedro. Vai lá tratar da tua vida, e faz boa viagem. Finalmente tomaste uma decisão de jeito. Os portugueses deixam-te tratar da tua vida à vontade. Coisa que não deixaste os portugueses fazerem durante os quatro anos em que a tua governação destruiu a vida de tantos deles.


(Ver artigo sobre as declarações de Passos Coelho aqui)

3 pensamentos sobre “Quo vadis, Pedro?

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