Do que me não conseguem desconvencer

(Por Sérgio Lira, in Facebook, 17/10/2017)

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No Domingo passado, logo pela manhã – ainda não estavam deflagrados os 530 incêndios do dia – já eu assistia a um clamor de “demita-se a Ministra, demita-se o Governo!”. Estava muito longe de Portugal… e, ainda assim, ele chegou-me. Claramente.

Cedo demais. Foram com muita sede ao pote. Foi, talvez, a única descoordenação desse dia: a máquina estava pronta para:

1) deitar fogo ao País;

2) criar uma situação de catástrofe inelutável e inevitável;

3) clamar a queda do Governo em função disso. Mas ter começado o passo 3 antes dos outros dois estarem em pleno andamento traiu as inconfessáveis intenções dos facínoras.

530 incêndios em menos de 12 horas – demos de barato, 24 horas. São mais de 20 incêndios por hora… Não lembra ao Diabo – talvez lembre aos seus seguidores.

530 incêndios… não se trata de uma catástrofe natural, como a erupção de um vulcão ou um tremor de terra, ou algo semelhante: 530 incêndios são fogo posto, com uma precisão cronométrica, com uma rede montada como uma operação militar e com um intenção (evidente no tal clamor que começou cedo demais).

530 incêndios são um puro acto de terrorismo, equivalente à colocação de uma bomba numa estação ferroviária, uma outra num aeroporto, outras em postes de alta tensão… ou algo de semelhante. E assim devem ser tratados. Nem mais, nem menos.

Nenhum País, por mais evoluído tecnologicamente e por mais meios de que disponho (humanos e materiais) enfrenta semelhante ataque sem perdas e sem mortos. O ataque foi concebido e executado exactamente para haver vítimas – sem elas o tal clamor (que pecou por precoce, qual adolescente excessivamente entusiasmado e que se não contém…) não colheria. As vítimas fazem parte do plano, que exige apenas uma coisa simples: a queda do Governo.

Poder-se-à argumentar que houve toda a casta de falhas possível e imaginável – mas, mesmo que não tivesse havido, mesmo que tudo tivesse corrido da melhor forma, sem falhas, teria havido mortes. Menos, eventualmente. Mas o clamor teria sido o mesmo – porque o ataque no terreno e a campanha de opinião pública estavam preparados em uníssono.

Trata-se – disso estou convencido – do maior ataque terrorista jamais ocorrido em Portugal, mesmo considerando as acções – todo o tempo de acções – do MDLP e do ELP em conjunto.

O que o Senhor Presidente da República veio fazer, das duas, uma: ou é de uma ingenuidade/precipitação suprema, ou tem pérfidas intenções por detrás. O tempo o dirá: se não teremos um novo golpe de estado constitucional, ao jeito do de Jorge Sampaio. A Direita continua sedenta de vingança e, pelos vistos, não olha a meios nem tem nenhum escrúpulo nem ético nem moral.

10 pensamentos sobre “Do que me não conseguem desconvencer

  1. Plenamente de acordo. É urgente uma investigação da PJ e de outras forças ligadas aos crimes de associação criminosa e terrorista.
    Os que eventualmente foram detidos poderão dar um enorme contributo para a descoberta da rede.
    Marcelo vai ter de tirar a máscaras… espero estar enganado !!!

  2. Também me dá o instinto para pensar que os fogos por cá começam a ter características de acto terrorista com intenções políticas.
    Se não conseguem abater o governo pelos resultados económicos e sociais.
    Se nem com a ajuda do pessoal de mão da plutocracia global instalada ao comando da UE abatem o governo.
    Se, mesmo, com o controlo dos media e manipulação total da informação não abatem o governo
    Se, até, com a criação do ultra bem pago e ultra direitista blogue digital “Observador” a pensar e trabalhar para dominar e impor um pensamento único que tape a realidade com aparências e falsidades não conseguem emganar o povo e derrubar o governo.
    Bem, então vai à bomba incendiária para incendiar paixões contra o governo, abaná-lo e fazê-lo tremer que, depois, para os “observadores” cá do sítio tenham fartos motivos de, também eles, incendiarem as notícias contra o governo.
    Fala-se de uma rede incendiária organizada em vários países. Quem tem arcaboiço financeiro para montar, instalar, manter e pagar uma rede de incendiários de dimensão à escala europeia assim como quem monta um jornal digital com a nata de jornalistas pagos a peso de ouro?
    Teremos de esperar pelo “verão de S. Martinho” para obter mais pensamentos pessimistas?

  3. Na Galiza, onde também se fala em terrorismo e onde também se fazem contas de x fogos/hora, foram encontrados artefactos usados , acreditam, para provocar incêndios !

  4. As operações de falsa bandeira, tão “normais” no tio Sam, começam a ter um papel muito importante na nossa Desunida Europa. Infelizmente, já demasiado bem estruturadas, com os seus agentes da comunicação social a dar-lhes voz…. e com os seus “believers” que tal como com o 11 de Setembro, só não vêem porque não querem. Muito preocupante.

  5. Pois que seja uma conjura.Que sejam operações de falsa bandeira.Que seja o que imaginarem. Essa gente já sabe ,se leu a História, o que lhe vai acontecer. Acontece-lhe o mesmo que na Baía dos Porcos,no Vietname,na Mauritânia,na Síria,no Iraque,no Irão,no Afganistão.em Volgogrado, em Kursk,etc.,etc..e no eterno 25 de Abril !!! Saibamos reconhecer o inimigo,para que o combate seja frontal e decisivo.
    Esta direita se precisar de uma tragédia em Portugal, tem-na debaixo do nariz repugnante! As vítimas do trânsito nas estradas portuguesas eram 288,desde 1 de Janeiro a 31 de Julho de 2017! Mais de 40 por mês! Ou seja,desde o incêndio de Pedrógão até o dia 15 de Outubro ultrapassam os 160 mortos! Mas os acidentes não passam tão bem na televisão quanto as chamas,as rubras labaredas por montes e vales! O espectáculo do fogo é mais apelativo! E assim temos este teatro,esta encenação,este deboche por cima dos corpos e bens queimados! Nojento,nojento,nojento!

    • «Saibamos reconhecer o inimigo»
      Meu caro, tenho para mim que o inimigo é o sistema capitalista!…
      E você, já o reconheceu como tal, ou ainda não?

  6. Talvez não tão longe como eu, que ao tomar conhecimento da segunda tragédia “Terrorista”, já que a primeira aconteceu há 4 meses passados, não fui surpreendido.
    O que aqui quero mencionar, não é a repetição das críticas já feitas a tão tristes acontecimentos, e embora estando de acordo com o que é foi dito, discordo simplesmente com o que está escrito: !!!
    Por que sou apartidário e intolerante à mentira e exploração Partidárias, não concordo com a nomeação de “Direita”, quando todas as facções políticas que sacrificam o País, (TODOS OS PARTIDOS E SEUS APOIANTES) assim como todos os Governos pós 25 de Abril, quando foi fundado o Oportunismo Desmedido e Desonesto, camuflado de Democracia, quero salientar apenas e simplesmente: VENHA O DIABO E ESCOLHA !

    • “Neste comentário, acima, não aparece o que foi por mim escrito, por motivo que desconheço. Assim fiz a repetição daquilo que escrevi, no comentário seguinte. Agradeço que seja tomado em consideração, e corrigido. Manuel da Costa.

  7. Talvez não tão longe como eu, que ao tomar conhecimento da segunda tragédia “Terrorista”, já que a primeira aconteceu há 4 meses passados, não fui surpreendido.
    O que aqui quero mencionar, não é a repetição das críticas já feitas a tão tristes acontecimentos, e embora estando de acordo com o que é foi dito, discordo simplesmente com o que está escrito: “A Direita continua sedenta de vingança e, pelos vistos, não olha a meios nem tem nenhum escrúpulo nem ético nem moral. !!!
    Por que sou apartidário e intolerante à mentira e exploração Partidárias, não concordo com a nomeação de “Direita”, quando todas as facções políticas que sacrificam o País, (TODOS OS PARTIDOS E SEUS APOIANTES) assim como todos os Governos pós 25 de Abril, quando foi fundado o Oportunismo Desmedido e Desonesto, camuflado de Democracia, quero salientar apenas e simplesmente: VENHA O DIABO E ESCOLHA !

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