A Justiça em roda livre

(Dieter Dillinger, in Facebook, 29/09/2017)

JUSTIÇA1

O julgamento do ex-Vice Presidente de Angola Manuel Vicente foi marcado para 22 de Janeiro de 2018 depois de um longo período de anos de espera e não se sabe que investigação.

Esta atitude dos magistrados é um gravíssimo atentado aos interesses da Pátria e, principalmente, às condições de vida de dezenas de milhares de portugueses que trabalham em Angola e por causa de um pequeno grupo de justiceiros reacionários não podem transferir um cêntimo para as suas famílias.

Muitas empresas portuguesas estão em vias de fechar e Angola deixou mesmo de ser um parceiro económico de Portugal.

As autoridades angolanas recusaram a entrega da notificação da acusação a Manuel Vicente devido ao seu estatuto internacional de imunidade.

Procupado com os interesses de Portugal, Antóno Costa pediu ao Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República um parecer sobre qual o estatuto de imunidade que goza o governante angolano em Portugal.

Segundo o Expresso, o pedido foi recbido com desconforto pelo referido Conselho.

António Costa reagiu assim por ter recebido uma nota de repúdio do Governo Angolano que considera que as “autoridades portuguesas estão a enverdar por uma via manifestamente política que se traduz num ato inamistoso, incompatível com o espírito e a letra de relações iguais, as únicas que podem pautar entre dois Estados soberanos”.

Manuel Vicente tinha comprado há anos um apartamento de luxo em Cascais e a Procuradora ou alguém em seu nome resolveu embirrar com facto e acusar o então ainda CEO da Sonangol de fuga ao fisco e branqueamento de capitais.

Depois, Manuel Vidente foi eleito vice-presidente de Angola, mantendo-se a magistratura portuguesa em roda livre sem cuidar que muitas dezenas de angolanos têm investido em Portugal, a começar pela Isabel dos Santos, e muito desse dinheiro veio de offshores e outro diretamente de Angola.

Manuel Vicente quis resolver o problema corrompendo o procurador Orlando Figueira, pelo que será julgado por mais um “crime”, o de corruptor.

Ora, a magistratura que não ligou ao caso dos 30 milhões recebidos por Paulo Portas da Ferrostal que levou à condenação por um tribunal alemão de dois dos seus administradores a dois anos de prisão cada uma, resolveu meter-se com um angolano de vulto que tinha o mais alto cargo de chefia na gigantesca e riquíssima empresa angolana de petróleos Sonangol, onde deveria auferir de um elevado salário.

O corrupto Portas é agora comentador televisivo, enquanto magistrados portugueses acusam um vice-presidente angolano que a ser condenado em tribunal português sem a sua presença acabará definitivamente com as relações entre Portugal e Angola, apesar das afirmações otimistas do ministro Santos Silva.

A chamada Justiça portuguesa está nas ruas da amargura e é gerida por gente sem o mais pequeno sentido dos interesses nacionais. Há magistrados que estão a acusar António Costa de interferir na justiça mesquinha e porca de alguns, mas o Governo é de Portugal e a sua missão é defender a Nação e os portugueses, não o protagonismo de alguns magistrados corruptos da fama.

A magistratura portuguesa tem de ter a consciência do que vale. Numas sondagens recentes só os procuradores e juízes tiveram nota negativa na opinião pública portuguesa e a previsível eleição de Isaltino em Oeiras será, sem dúvida, um violento murro na justiça portuguesa, significando que os eleitores não validaram a condenação de Isaltino, apesar não haver dúvidas que cometeu crimes de corrupção, mas de valor inferior aos de Paulo Portas e outros membros do CDS que estão livres e contentes da vida.

Portugal não pode ter uma justiça em roda livre em que uns fazem o que querem e ninguém respeita nada.

A inspectora que matou com 9 tiros a avó do marido foi condenada a 14 anos para ser ilibada por uma instância superior e agora repete-se o julgamento, provavelmente para senhora ficar de todo livre de culpas.

6 pensamentos sobre “A Justiça em roda livre

  1. “Manuel Vicente quis resolver o problema corrompendo o procurador Orlando Figueira, pelo que será julgado por mais um “crime”, o de corruptor.”
    Pois, e houve um senhor juíz que (sob que e qual investigação?) deu com imediata brevidade ordem de despacho, ao amigo magistrado, de encerramento do processo. E de seguida foi pedir dez mil euros emprestados ao amigo magistrado corrupto que recebera milhares para encerrar o dito processo.
    A grande piada da nossa justiça acerca deste manhoso processo é que ninguém, da muita gente “investigadora” super-espertíssima dos nossos media e opinadores mui conhecidos cá do nosso cantinho, tenha dado ou notado minimamente que alguém, neste caso, se “tenha pôs-to a jeito” mesmo perante um caso tão flagrante como o de Portas.

  2. Isaltino de Morais não cumpriu sentença de prisão por corrupção. Foram outros os ilícitos julgados e condenados.
    Repetir a acusação de corrupção sem prova ou fundamento, sem processo de inquirição e julgamento é optar pela “praça pública” não muito adequado ou sério nestas matérias.

  3. “A pior ditadura é a ditadura do Poder Judiciário. Contra ela, não há a quem recorrer”. Por : Rui Barbosa.
    O maior problema de Portugal é ter um poder judicial inoperante, tolhido por vaidades e invejas. manietado por “interesses discretos” e, principalmente, Não sujeito a qualquer escrutínio! Por: Prof. Dr. Carlos Paz.https://viriatoapedrada.blogspot.pt/2017/06/os-tres-poderes-legislativo-executivo-e.html

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