Bruno de Carvalho vai ser pai e anunciou-o nos ecrãs do Estádio de Alvalade — depois de, obviamente, o ter divulgado no Facebook

(In Blog, Um Jeito Manso, 21/09/2017)

Já lá vai o tempo em que eu, na minha santa ingenuidade, pensava que quem ocupava lugares relevantes nas organizações — nas empresas, nos clubes, nos partidos políticos… e mesmo à frente dos países — era o que havia de melhor. Os melhores de entre os melhores. Infelizmente, os tempos que correm provam que estava enganada. E ponham enganada nisso. Redondamente enganada.

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6 pensamentos sobre “Bruno de Carvalho vai ser pai e anunciou-o nos ecrãs do Estádio de Alvalade — depois de, obviamente, o ter divulgado no Facebook

  1. Um texto que subscrevo por inteiro… De facto é preciso ter-se muita persistência (e pele muito resistente) para se conviver com esta realidade… O que vale é que há mais mundo para lá destas «mundanidades».

  2. Como Sportinguista, eu só posso dizer que gostei do texto.
    Cresci com aquele preconceito, que me foi incrustado na mona, pelo meu pai, de que o Sporting era o clube das “elites”. Onde os militares e certas castas da “Lesboa” se reviam.
    O meu progenitor era um Portista ferrenho. Aliás, não conheço nenhum Portista que não o seja. E, dizia-me ele de forma sarcástica:
    O Sport Lisboa e Benfica é o clube do Povo;
    O Futebol Clube do Porto é o clube das Massas. (onde patrão e empregado se misturavam ao domingo para ver a bola, insultar o árbitro, e defenderem a Província abandonada pelos poderes da Capital)
    O Sporting Clube de Portugal é o clube dos gajos finórios, que dispensavam misturas com gente da plebe.
    Ora, este retornado como eu, nascido em Lourenço Marques, hoje Maputo, tem-me demonstrado como tudo isso é um monumental embuste. O homem até podia ser loiro como Trump, porque se é verdade que as loiras são mesmo burras, este fica-lhes a dever ainda muita coisa de racional!

  3. O que me espanta não é a figurinha ridícula do homenzinho. O que me preocupa é o proselitismo em relação a este tipo de gente. Vamos lá ver, alguém que não ande em tratamento psiquiátrico não consegue descortinar que está perante um doente, e não digo aqui doente em sentido figurado, mas efectivamente doente. Então se assim é como pode esta pessoa ter sido reeleito para presidente de um organismo que se presume de respeito. Pergunto: A massa adepta do clube revê-se neste sr.?. Se assim é, não é só o sr que está doente. Como se explica que pessoas presumivelmente ilustres tivessem apoiado e feito parte da mesa de honra da sua candidatura? Como se explica que psiquiatras vejam aquele olhar esgazeado, aquela voz cavernosa e não diagnostiquem qualquer tipo de lesão mental. O futebol chegou a isto: um grau elevado de alienação das massas que lhes tolda a visão relativamente a fenómenos tão comezinhos e que mesmo assim são espezinhados, são preteridos em nome desta loucura colectiva que arrasta tudo à sua frente. Portanto o homenzinho é um desses de facto, mas temos que admitir que está muito bem acompanhado.

  4. Porque não estranho que uma benfiquista perca o seu tempo a praticar a modalidade desportiva da moda, o tiro ao Bruno de Carvalho? Pouca aceitação e visualizações, podem ser a explicação para esta busca de popularidade.
    Perante a figura de Bruno de Carvalho, muitos falam que o seu cargo exigia mais recato e menos exposição, segundo o princípio que não é o cargo que define e prestigia o homem, é o homem quem prestigia e define o cargo.
    Essa é a regra, que naturalmente contempla excepções. Como exigir a alguém que desde o primeiro minuto é acossado, maltratado, humilhado publicamente, que se mantenha em silêncio, mudo e quedo, sem responder, por mais importante que seja o cargo?
    Quando Bruno de Carvalho assumiu a sua relação com a mãe da criança que vem a caminho, as páginas dos jornais, com o CM à cabeça, fizeram disso permanente notícia, com fotos em todo o lado, sempre com um toque que sugeria: vêem como ele não presta, é um mulherengo que se desfaz das mulheres como quem muda de camisa? Nessa altura não vi esta blogger dizer algo.
    Desta vez, Bruno de Carvalho pensou que dando a notícia de forma pública, matava novos ataques pessoais como no passado. Enganou-se numa coisa. Qualquer coisa é facto gerador de notícia negativa pela imprensa, porque o problema não é Bruno de Carvalho, mas o facto de ter recusado a forma cinzenta como as anteriores direcções tinham exercido o cargo, sem afirmar o Sporting.
    A guerra a Bruno de Carvalho começou após a sua reacção a uma afirmação de Vieira, que recusou publicamente aceitar que um sponsor pagasse ao Benfica, o mesmo que pagava ao Sporting, porque o Benfica era um produto, uma marca superior, que não se confundia com o Sporting. Bruno de Carvalho reagiu e afirmou que o Sporting era tão grande como o Benfica e que cada um faz o seu acordo.
    Foi quanto bastou para se iniciar a caça ao Bruno. Um presidente do Sporting não reage, como nunca reagira, pelo que reagir é fazer mau uso do cargo. Mais do que atacar o Benfica, Bruno de Carvalho limitou-se a defender o Sporting. Não é isso que se espera de um presidente de qualquer clube?
    Pior ainda quando um clube à beira do abismo, Bruno de Carvalho consegue estabelecer um acordo financeiro com a banca credora, abrindo-se um novo ciclo salvando o clube da falência.
    Temos que acabar com ele, proclamam os benfiquistas. Ele é mesmo perigoso.
    Saído da pior época desportiva, com um 7.º lugar no campeonato, Bruno, com Jardim, coloca o Sporting na Champions League. Alto lá, este homem é mesmo perigoso, está mesmo a devolver o Sporting à sua grandeza. E os ataques a ele e ao Sporting renovam-se permanentemente, enquanto se silenciam os disparates do vizinho do lado. Depois de uma época atribulada com Marco Silva, um treinador que manifestamente não respeitava o seu presidente, como todos pode ver no youtube, não garante o apuramento directo para a CL, por ter ficado em 3.º lugar.
    Entretanto, o vizinho do lado estava farto do treinador que lhes obteve o maior número de títulos em 10 anos, e tenta correr com ele. Sabendo do seu valor, tenta que não fique em Portugal, procurando várias soluções no estrangeiro em clubes de menor nomeada, mas que pagavam bem. É público e notório que o Benfica não quer renovar com Jesus, procurando apenas que ele não ingresse no Porto, nem pensando na hipótese Sporting. Bruno vê uma oportunidade de ter Jesus como treinador, aproveitando o facto deste sentir-se empurrado para fora do Benfica, chega a acordo com ele, e solta a maior bomba.
    Com os ouvidos cheios que o Sporting é um clube falido, os benfiquistas, com Vieira à cabeça, nem admitiram essa hipótese, só pensando no Porto. É demais, este tipo tem que ser espezinhado que já nos está a irritar com a mania de devolver o Sporting ao seu esplendor.
    Vieira tenta desesperadamente vingar-se da afronta e tenta contratar Marco Silva, que à data estava em negociações para um processo de rescisão com o Sporting. Percebendo a jogada de Vieira, Bruno decide rescindir com justa causa com Marco Silva. Isso foi chave para que ele não assinasse pelo Benfica, pois tendo a rescisão efeitos jurídicos imediatos, em termos de inscrição na Liga teria que passar por um processo moroso até à sua desvinculação produzir efeitos, não podendo por isso assumir de imediato o Benfica. Frustrados uma vez mais pela jogada de antecipação de Bruno, Vieira exige dos jornalistas que já colocara em pontos chave (Nuno Farinha no Record, e António Tadinha em O Jogo) o ataque sem sossego a Bruno, começando logo por Marco Silva, atacando com a acusação de ter sido deselegante e desprestigiante para o Sporting a forma como encerrou a relação com Marco.
    E acentua-se a guerra a Bruno.
    Primeiro porque levanta processos aos anteriores presidentes, por gestão danosa. Curiosamente silenciam que o Benfica fez o mesmo a Vale e Azevedo.Uns são aplaudidos por num cão ferido, todos lhe dão pontapés. Outros são ofendidos e caracterizados como arruaceiros. É a imprensa fiel e obediente a trabalhar para definir Bruno.
    Mas não acaba aqui. Nas vésperas da Supertaça, o CM ataca Jesus com uns supostos sms que ele teria enviado para jogadores do Benfica, tentando gerar mais guerra e destabilizar o balneário leonino. Prova-se mais tarde que era mais uma atroada, mas para a opinião pública a ideia já fermentava.
    O Sporting ganha a Supertaça e os ataques aumentaram.
    Vieira, agora com duas espinhas atravessadas na garganta (a ida de Jesus para o Sporting e a sua vitória na Supertaça) busca desesperadamente a vingança. Encontra um agente ansioso por dinheiro e encontra em Carrilho a vítima ideal, curiosamente quem dera a Supertaça ao Sporting.
    Nas anteriores direcções, era certo que seria vendido por tostões a um clube qualquer, ou até mesmo o contrato seria rescindido. Com Bruno, Carrilho foi afastado do grupo a que não queria pertencer (e foi Carrilho que decidiu partir, não foi o Sporting) e passou a treinar à parte. Com isso perdeu a Selecção e chegou sem ritmo ao Benfica. Parar um ano, para o futebolista é como acabar a carreira, pois dificilmente recupera de novo o andamento). Em termos de gestão, Bruno abdicou de um elemento que não garantia presente e muito menos futuro, e tornou a vingança num espirro. O pagamento dos salários foi um custo suportado conscientemente, que Bruno tenta recuperar com um processo civel colocado a Carrilho. E mais ataques, como se o Benfica não tivesse jogadores na mesma situação.
    A imprensa vai fazendo o seu trabalho de forma obediente a Vieira.
    Na eliminatória para o acesso à fase de grupos, o Sporting perde com o CSKA e os jornaleiros enchem páginas com a eliminação às mãos de uma equipa acessível, curiosamente a mesma que recentemente ganhou na Luz mas que já não era acessível, antes era complicada. Aliás, todas as equipas que jogam com o Sporting são acessíveis para a imprensa, o que só comprova afinal a grandeza do clube.
    E chegamos ao ponto de ebulição. Acordado em sede de Liga que esta encetasse negociações com os operadores de televisão um acordo centralizado para distribuição das receitas geradas pelas transmissões, o Benfica trai os clubes da Liga e viola o acordo, fazendo o seu próprio acordo com a NOS, dentro do princípio que o Benfica não tem que se meter nesses acordos por ser demasiado grande, manifestando um desrespeito total pelos adversários. A imprensa obediente e sabuja, aplaude a mãos ambas a esperteza de Vieira, não censurando a traição e a violação do acordo.
    Pouca mais de 24 horas depois, Bruno de Carvalho faz explodir o mercado dos operadores, com um acordo ainda melhor com a NOS. E logo a seguir é o Porto com a MEO. E a grande conquista de Vieira é esvaziada.
    Curiosamente, ninguém fala da grande conquista de Bruno.
    Tendo perdido o protagonismo, Vieira mais do por uma questão legal, tenta impedir os adversários de virem a beneficiar do acordo e usa benfiquistas para boicotar o acordo dos três. Fica prejudicado? Fica, mas o mais importante é que quem fez um melhor acordo, dele não viesse a beneficiar.
    O resto do tempo são os permanente ataques a Bruno de Carvalho, transformando-o no maior saco de boxe do mundo.
    É verdade que Bruno põe-se a jeito quando compra todas as guerras, mas não é fácil ficar calado perante tantos ataques. Parafraseando um programa da SIC “E se fosse consigo”?
    Já Vieira, pode dizer tudo que ninguém o coloca em causa.
    Pouco tempo depois de tomar posse, fez um ataque a Pinto da Costa, chamando-lhe ladrão, como podemos ver no Youtube. Ficou célebre a frase “Um ladrão é sempre um ladrão, mesmo que recite poesia”. E de ladrões percebe bem, pois foi julgado e condenado pelo furto de um camião.
    Mais tarde, após um Varzim-Benfica (0-0) na Póvoa, Varzim esse treinado por Diamantino Miranda (que todos podemos ver diariamente de forma servil no programa da TVI24 “Mais Bastidores”) fazer o maior ataque aos árbitros que já vi: “Depois do que vi aqui hoje, não me responsabilizo pelo que possa acontecer aos árbitros no nosso Estádio”. Onde estava a APAF que não reagiu a este vil ataque, a mesma que já fez duas greves a jogos do Sporting? E o CD da Liga? E os jornaleiros?
    Perante um resultado negativo, queixou-se da arbitragem e teve esta tirada que os caninos jornaleiros não fizeram eco: A culpa é de Vitor Pereira. Não foi para isto que o elegemos. Curiosamente, o apressado Meirim castiga Bruno por atacar Vitor Pereira, e fica sossegado perante isto, que só prova a razão de Bruno na acusação que fez a Pereira. O próprio Pereira ficou calado, mas de repente sentiu-se ofendido com Bruno. E assim se modelam imagens de pessoas, catalogando uns como trauliteiros e outros como grandes presidentes.
    Incapazes de calar e dobrar Bruno de Carvalho, tentam pela via de processos ridículos na justiça desportiva fazê-lo. Nem assim o dobram e calam.
    Que fazer agora? Deixá.lo e ignorá-lo não é possível, pois é demasiado perigoso para o Benfica. Que fazer então?
    Talvez entretendo a ralé com uns artigos na blogosfera, na imprensa servil.
    Olho e espanto-me. Um é alguém que como cidadão nada se lhe pode apontar, enquanto o outro é um cadastrado; um ataca a torto e a direito o Sporting e Bruno de Carvalho, o Porto e Pinto da Costa, e não se passa nada. Os outros mal abrem a boca e é um fartote a zurzir.
    Fernando Gomes vem agora apelar ao fim das guerras. Onde estava ele quando um adepto foi assassinado junto ao Estádio da Luz? Não o ouvi!
    Visto este longo, demasiado longo, texto, parece claro quem começou a guerra. Mas o culpado é o outro, porque essa tem sido a táctica usada pelo senhor da guerra, para impor o seu clube como o líder desportivo em Portugal, para o que conta com o apoio servil da imprensa e dos órgãos da Liga.
    Dava jeito reflectir nisto, antes de atirar pedras.

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