Sócrates: muita parra e pouca uva, acusação nem vê-la

(Dieter Dillinger, in Facebook, 22/08/2017)

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O “Observador” já recebeu do Amadeu Guerra a desculpa porque não vai ser cumprido o prazo determinado até 15 de Setembro para finalizar a “Operação Marquês”.

Dizem os magistrados ao “Observador”:

Porque não vai ser cumprido o prazo de 15 de setembro.

Por 2 razões essenciais:

Diligências que ainda não foram cumpridas, nomeadamente cartas rogatórias emitidas para diferentes estados europeus (Reino Unido e Luxemburgo) a solicitar o envio de informações bancárias e comerciais que ainda não tiveram resposta;
•Nova linha de investigação relacionada com o Grupo Espírito Santo que levou ao desenvolvimento de mais diligências.
A eterna desculpa das cartas rogatórias que foram enviadas no início do inquérito.

Mas, a despropósito, houve uma carta rogatória que foi respondida pelo “Serious Fraud Office” britânico que disse que o grupo Ferrostaal depositou 23 milhões de euros no BESCOM UK sem qualquer função que não fosse o pagamento de subornos a Paulo Portas e José Manuel Barroso pela aquisição de submarinos. Nem a Joana M. Vidal nem o Amadeu Guerra fizeram qualquer investigação, apesar de toda a gente saber que os dois nomes são mencionados por serem os únicos decisores respeitante à compra de material no valor de mais de mil milhões de euros.

O não cumprimento do prazo da “Operação Marquês”, que vai em mais de quatro anos e meios, contudo, já se adivinhava desde o final do ano passado.

Recordando — e contextualizando – diz o Observador como voz canídea dos donos da magistratura:

O prazo de 15 de setembro foi estabelecido a 30 de março por despacho de Amadeu Guerra, diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e devidamente publicitado por um comunicado da Procuradoria-Geral da República. Mas esse despacho do líder do DCIAP já deixava adivinhar um novo adiamento porque assumia que ainda estavam em curso diligências de cooperação internacional (“3 cartas rogatórias”) e admitia a fixação de um novo prazo mediante “razões excecionais, devidamente justificadas e fundamentadas”.

Acresce que este prazo foi fixado por Amadeu Guerra num clima de alguma tensão com Rosário Teixeira, procurador-geral adjunto responsável pela investigação da Operação Marquês, e Paulo Silva, inspetor da Autoridade Tributária que assume no caso o papel de órgão de polícia criminal por estarem em causa, entre outros crimes, alegados ilícitos fiscais.

Por um lado, Rosário Teixeira recordou em novembro de 2015 que, naquela altura, ainda tinha de ouvir 20 testemunhas, ler mil documentos e analisar 5.540.127 ficheiros informáticos. Agora já são ou foram 9 milhões, devendo ter sido adicionados mais por haver mais arguidos.

Por outro lado, existia uma divergência profunda na estratégia a seguir. Joana Marques Vidal, procuradora-geral da República, e Amadeu Guerra queriam um despacho de encerramento de inquérito mais rápido, concentrado nos crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais imputados a José Sócrates, cujo valor era muito baixo por se cingir a empréstimos particulares do amigo de Sócrates, entretanto pagos. Rosário e Silva insistiam em incluir as imputações de corrupção para terem uma acusação mais global. E para isso necessitavam de tempo.

Curiosamente, Paulo Silva chegou a apontar no final de 2015 a data de setembro de 2016 como dead line desejável — prazo do qual o diretor do DCIAP discordava abertamente, conforme escreveu num despacho datado de 11 de novembro.

Amadeu Guerra mudou de ideias em março quando fixou então o novo prazo — 15 de setembro — que agora é alargado. E Joana Marques Vidal mostrou estar em consonância com a equipa de Rosário Teixeira ao autorizar (e assumiu) a prorrogação da investigação por mais 6 meses.

8 pensamentos sobre “Sócrates: muita parra e pouca uva, acusação nem vê-la

  1. Esta desgraçada direita parece ainda não ter visto que o seu mais letal inimigo já não é o Sócrates… que tristes,que desfocados…

  2. E quando já ninguém falar nisso, arquivam o processo. Pelo caminho assassinaram politicamente uma pessoa, divertiram-se imenso, provavelmente teremos de pagar alguma indemnização e nada lhes acontece.

  3. “Atão, que raio, esta m**** só serviu para alargar o arco de governação? Estou bem arranjado com vocês, c******. Mexam-me esses c** e arranjem-me qualquer coisa de novo, que este gajo já não aquece nem arrefece”
    “Talvez uma insinuaçãozinha? Uma coisa leve, em crescendo, levada pelo vento, pelos habituais…que tal? Algo com classe…”
    “F****-se, quem é o gajo?”
    “Ainda não escolhemos, mas temos umas ideias”

    Será assim que a coisa começa?

  4. AINDA NÃO SE APERCEBERAM QUE ESTAS PESSOAS ESTÃO COM UMA IDEIA FIXA PERIGOSA???QUREM FAZER PERDER O JUÍZO A sócrates ,perdem o tempo não conseguem e eles ficam cada vez mais loucos e vão acabar nas mãos de um psiquiatra. não me lembro de um caso destes………………………………………..

  5. Esta história merecia um filme…tipo burlesco ao modo do falecido Jerry Lewis… ou um bom “desenhos animados” satírico… vá lá quem terá coragem para se pôr ao trabalho… nem que seja uma curta metragem …

  6. Este caso de José Sócrates certamente irá ficar nos anais como uma das acções mais estúpidas e caricatas efectuada pela magistratura portuguesa. Embandeirados em arco invadem o aeroporto, com banda e fanfarra, e sacam à força o ex- primeiro ministro que vindo a entrar ia a fugir de Portugal. Nesta rusga patética não poderiam deixar de levar com eles o pasquim difusor das carradas de patetices publicadas. Crentes que o pasquim já tinha preparado o terreno para que o zé povinho aceitasse como bandido José Sócrates e confiantes de que o material que já possuíam era mais que suficiente atiraram-se ao homem como cão a bofe e numa tresloucada embriaguez rejubilaram por terem caçado o maior vilão português. Era para eles uma soberba vitória. O problema começa a complicar-se quando se aperceberam que tinham pela frente um osso duro de roer, que desmontava uma por uma todas as acusações que lhe faziam, provocando nos senhores da justiça uma tal perturbação que os levou a saltitar de “caso” em “caso” acusando o homem de ter perpetrado todos os crimes cometidos em Portugal e só faltou afirmar que Sócrates foi o primeiro homem a chegar à lua. Mas o que não escapa a ninguém, que não é de direita, é que o objectivo, o móbil era arrastar Sócrates pela lama de modo a emporcalhar o PS, pois o PSD foi ungido por Deus apenas para ser poder.
    Depois de quase cinco anos de acusações inconsequentes, em que magistrados usam uma linguagem de pastores da serra da estrela (que me desculpem os pastores) : “quem cabritos vende e cabras não tem”, de avanços e recuos o que vemos é que Sócrates já está mais que condenado pelos folhetins do pasquim muito do agrado de certos intelectuais jornaleiros. Posto isto, com sucessivas prorrogações, com invenções de novos crimes, com a espera de novas provas é inevitável que mais hoje mais amanhã será deduzida sentença condenando José Sócrates, pois como pode sair deste imbróglio em que se meteu a magistratura portuguêsa? Certamente não irá arquivar o processo, o que provocaria um terramoto na sua estrutura, cairia o Carmo e a Trindade, com consequências inimagináveis. Não, isso é impensável, daí, repito, Sócrates terá de ser condenado. Mas atenção, e é aqui que a porca torce o rabo, como soe dizer-se. Reconhecendo a tenacidade do homem acredito piamente que Sócrates irá de recurso em recurso até às últimas consequências, e aqui refiro-me aos tribunais internacionais, não me repugnando acreditar que pudesse ser ilibado, não tanto por se não provar os crimes de que é acusado, mas sim pela inépcia, pela incapacidade, pelo amadorismo e sobretudo pela tendência política subjacente ao processo. Se assim fôr é natural que Sócrates venha a exigir uma soberba indemnização para, pelo menos, amenizar todo o vexame a que tem sido sujeito. Como qualquer contribuinte terei de pagar a parte que me toca, mas rejubilarei ao ver os senhores magistrados terem de abrir os cordões à bolsa para indemnizarem o homem a quem tudo fizeram para humilhar.

      • João Pereira da Silva já lá vão quatro anos em que o ministério Público e seus pares se fartam de ganhar dinheiro à custa de um caso que não vai ter fim, um caso com tantas afirmações que ao fim de tanto tempo não se encontra afirmação de nada, tudo não passou de uma estúpida ideia que tiveram de denegrir uma pessoa que sempre trabalhou para bem das pessoas mais desfavorecidas, coisa que não agradou aos grandes senhores que se julgam superiores a tudo e a todos, serviu para as televisões aumentarem as audiências, serviu para denegrir a justiça Portuguesa porque todos ficaram a saber que tipo de justiça temos, tudo é feito não a pensar no bom censo das pessoas, mas sim no dinheiro que cada cidadão pode gastar para encher os bolsos de jornalistas advogados e juízes e no fundo quem paga sou todos nós, com o dinheiro do nosso trabalho, eu já há muito tempo que afirmei que este caso só terminava quando o Senhor José Sócrates falece -se ou então quando este grupo que existe no Ministério Público terminasse o seu mandato e pelo que vejo vai ser mesmo este o fim.

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