Todos os fogos, o fogo

(Por José Luís S. Curado, in Facebook, 18/06/2017)

fogos

Peço muita desculpa se é desagradável o que vou dizer.
Não gosto de o fazer, mas tenho que o dizer.

Está tudo escrito há anos, décadas.
Não é a tecnologia, é o ordenamento do território, com a demografia, os sistemas de vigilância assentes nas capacidades comezinhas de pastores, agricultores, vigilantes florestais, se não puderem instalar-se nas incontáveis torres de operadoras de telefone detectores cuja sofisticação tem custos de aquisição e de manutenção infinitamente inferiores a todos, todos sem excepção, meios de combate, dos humanos aos mecânicos, terrestres ou aéreos.
O paradigma da guerra é perfeitamente aplicável: gaste-se o necessário para a prevenir porque todas as guerras se perdem.
Além disso, pode não passar de imaginação minha, mas eu levaria a pente muito fino a pesquisa dos sinais de fumo de fogueiras políticas.

O que está a funcionar é, substancialmente, o mesmo que estava no ano passado. Já então, ante a escassez de tempo que os novos responsáveis tinham tido para a preparação da campanha de 2016, eu, por exemplo, escrevi que era então tempo de lançar a de 2017 e os morosos procedimentos de médio e longo prazo.

Que se fez?
Inspecções às “tropas”, manutenção das “forças armadas”, terrestres e aéreas, vistosos exercícios humanitários no Chile…
Impõe-se na verdade a assumpção de responsabilidades políticas, doa a quem doer. Ministros da administração interna, da economia, do ambiente, das finanças, primeiro-ministro. Depois, só depois, os secretários de estado, as altas autoridades, os administradores dos helicópteros… A tropa fandanga dos negócios.
Porque, não tenhamos dúvidas, tal como há o negócio da guerra, há o negócio do fogo.

3 pensamentos sobre “Todos os fogos, o fogo

  1. Mas como poderia sobreviver o capitalismo se não houvesse negócios: na guerra, no fogo, na banca, nos mídia, nos tremoços, nos amendoins, nos colégios, mas farmácia, mas grandes superfícies comerciais, na electricidade, no gás, na água, na droga, na imagem das elites dos (diferentes generos), nos …., nas…. ????
    Lamentem-se e indignem-se (aqui o amigo Estatuadesal também tem uma palavra a dizer) com as consequências e não alterem qualitativamente as causas, e verão os queixosos e os indignados onde o capitalismo nos vai levar!….

  2. É verdade,os economistas fazem contas e,quanta maior for a quantidade de pasta para papel oriunda do eucalipto.tanto melhor….Mais proventos há para dividir. Quanto ás aeronaves para combate aos incêndios e seu mentor até ao princípio dos anos 90,era melhor queimar de vez os cavacos deste país…O lucro fácil e rápido em ambos os casos é facilitado pelo desconhecimento das consequências a médio e longo prazo duma espécie vegetal que é uma infestante e que arde como pólvora,suga toda a água que pode e,ao diminuir o grau de humidade. contribui para o aquecimento local e global…Tomem-se as medidas de prevenção que forem tomadas,se houver mais aquecimento ambiental e menos humidade,o universo tornar-se-á, a curto prazo, num enorme braseiro—O motor de explosão tem os dias contados ….Foi principalmente o motor de explosão que determinou o aquecimento global e os gases com efeito de estufal…Até quando podemos adiar o inevitável? Mobilidade eléctrica,Power Banks.Tesla…Transformação de energia fóssil minimizada,incremento exponencial de energias limpas tais como hídrica ,.eólica e fotovoltaica.Estas últimas são o certificado de adiamento do inevitável…Tudo o resto é especulação e,levar dinheiro para os bolsos dos lobbies da energia..

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