Ovelhas negras, lobos e toupeiras

(João Quadros, in Jornal de Negócios, 17/02/2017)

quadros

Domingues, que era tão cuidadoso com a sua intimidade e não deixava ninguém ver a declaração de rendimentos, deixa Lobo Xavier vasculhar os seus SMS. Muito estranho. Será que o Lobo Xavier foi ao telemóvel do amigo enquanto ele foi à casa de banho?


Centeno deu uma conferência de imprensa e lá se tentou safar como podia e pedia o presidente Marcelo. Com pouca habilidade, e com aquele ar de quem está aflito para ir fazer chichi, o Ministro das Finanças transformou a sua chico-espertice numa chico-tolice e pronto. Há quem prefira passar por cordeirinho que ser ovelha negra. E assim ficou despachado o assunto, até porque havia 2,1 razões para que a demissão de Centeno fosse uma idiotice.

Já todos percebemos o que aconteceu, de tal modo que usei o eufemismo para “menti, prometi, mas afinal não me dava jeito cumprir” e evoquei o “eventual erro de percepção mútuo na transmissão das nossas posições” para justificar não ter aparecido no jantar do dia dos namorados e ficar em casa a ver o PSG-Barcelona.

Parecia que finalmente a novela das cartas de amor entre Domingues e Centeno tinha chegado ao fim quando surge a notícia: “o conselheiro de Estado António Lobo Xavier, amigo de António Domingues, deu a conhecer ao Presidente da República o conteúdo das SMS entre o ex-presidente da CGD”. Agora sim, isto está ao nível das vinganças de namorados. Que bom! Revelar SMS, acho o máximo. Nestas coisas da Caixa Geral de Depósito e do sistema financeiro em geral sou uma porteira. Adorava espreitar as SMS dos banqueiros. O do Horta Osório deve ter nudes.

É um volte-face surpreendente. Domingues, que era tão cuidadoso com a sua intimidade e não deixava ninguém ver a declaração de rendimentos, deixa Lobo Xavier vasculhar os seus SMS. Muito estranho. Será que o Lobo Xavier foi ao telemóvel do amigo enquanto ele foi à casa de banho? É a explicação mais lógica. Até porque, se bem me lembro, Domingues quando se demitiu dizia ser: “vítima de turbilhão mediático politicamente instrumentalizado e frequentemente a resvalar para a demagogia populista”. Ou seja, o Lobo está a envolver o Domingues num turbilhão mediático, não é coisa de amigo. Logicamente, chego à conclusão que Lobo Xavier andou a bisbilhotar o telemóvel do Domingues. É a única hipótese. Quer dizer… há outra hipótese.

Nos media, em relação a este caso, Lobo Xavier é descrito como amigo de Domingues e conselheiro de Estado, mas fica sempre esquecido o facto do Lobo ser administrador executivo do BPI. Parece estranho ser um administrador do BPI, concorrente directo da CGD, a ter acesso aos SMS de um ex-presidente da Caixa e a fazer o papel de defensor da ética. Parecendo que não, o indivíduo que traçou o plano da CGD e que trabalhou no BPI, troca e revela SMS sobre a Caixa com Lobo Xavier, administrador do BPI. Já vi toupeiras com menos dioptrias.

Tenho a curiosidade aos saltos e gostava de saber durante quanto tempo o doutor Domingues andou a trocar mensagens com o administrador do BPI, desde quando e o que lhe revelou. O meu ADN de porteira começa logo a latejar e fico cheio de vontade de conhecer as SMS trocados entre Domingues, ex-administrador da CGD, e Lobo Xavier, administrador do BPI, ex-banco de Domingues. Aposto que há smiles.


TOP 5

Deixa-me ver os teus SMS

1. Expresso: “Marcelo sentiu-se traído quando leu SMS de Centeno e Domingues” – e foi comer uma vichyssoise.

2. Madeira Rodrigues afirma que Sporting tem sido alvo de gozo – mas não tanto como a candidatura de Madeira Rodrigues. Parece uma promoção – despedir o JJ + mudar as cadeiras + tapar o fosso = 1,5 milhões, só no Continente.

3. Polícia francesa diz que violação com cassetete não foi “intencional” – ao próprio polícia já lhe aconteceu uma centena de vezes ao sentar-se à pressa.

4. Cordão humano contra Acordo Ortográfico em Lisboa – dão as mãos à antiga portuguesa, não há cá “hi five” nem essas cenas.

5. “No fim de semana o conselheiro de Estado Lobo Xavier, amigo de Domingues, deu a conhecer o conteúdo das SMS ao PR” – Marcelo devia ter dado voz de prisão ao Lobo: “Então você é administrador do BPI e tem SMS privadas do, na altura, presidente da CGD com o ministro?!”

8 pensamentos sobre “Ovelhas negras, lobos e toupeiras

  1. Aproveitou mesmo a ida do Domingues à latrina e teve todo o tempo livre para coscuvilhar porque o homem estava de diarreia!!!
    Conclusão: resumindo, tudo isto é uma Trump , perdão, uma trampa!

    dcmbf

  2. Bom, tanta coisa, tanta coisa, para se esconder uma outra coisa, que é uma coisa já a tornar-se banal, designadamente desde que até no luso Corpus Normativo já está plasmada essa outra coisa de se poderem casar pessoas do mesmo sexo!… dantes, quase que nem se dava por elas, mas as coisas evoluíram, a liberdade tem vindo a conquistar-se e com o tempo tudo são novas qualidades, tal como já há séculos o saudoso iluminado Luís escreveu, naquela outra coisa onde disse que «Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança, Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades!»
    Para mim, provinciano, ribatejano de gema, e com redobrado orgulho (neste caso até mais ainda do que redobrado), pois na minha terra canta-se o fado, bebe-se do carrascão, adoram-se as mulheres e pegam-se toiros à unha, sendo que todos eles têm nome e se chamam pelos seus (deles, os toiros, claro) nomes.
    Então, nesta «sanha de esganar a burguesia» (obrigado Zeca, mais logo, num jantar luso aqui em Bangcoque, espero voltar a reviver-Te, se houver cabimento) que eu alimento há mais de 52 anos [os restantes cerca de 20, andei pela igreja, essa outra seita de malfeitores onde a minha querida e saudosa mãe Maria me inscreveu ainda em bebé, mas eu perdoei-lhe, porque ela, coitadinha, não o fez de forma consciente e premeditada, ao contrário desta paneleiragem que, afinal, e ao que tudo indica, nasceram homossexuais (uma coisa tão natural e que acompanha o ser humano muito provavelmente desde sempre, e disso os progenitores é que são os responsáveis, e contra isso não há nada a fazer, porquanto a coisa é genética, está provado, como provado está que a dita igreja, que exclui as mulheres do sacerdócio, já, e mais uma vez e como sempre, “por obra e graça do Espírito Santo” – mas, claro, não aquele que se orientou como um nababo desde que foi convidado a regressar do seu voluntário e facultativo exílio político-financeiro, pela mão de um charlatão da política, o maior que eu conheci até hoje e que, infelizmente, já não está cá para prestar contas dos crimes que cometeu contra este Povo Luso que eu adoro, e que o mentecapto do Vitor Louçã Gaspar teve um dia o arrojo e a pouca vergonha de classificar como «o melhor povo do mundo», mas que o meu querido e saudoso Mestre Guerra Junqueiro já em 1896, dizia deste mesmo Povo: «Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.», e que levou o BES à falência, e que é o sogro de um escriba da lusa côrte, de seu nome Miguel, e que, com essa falência pôs o país de pantanas e muito “boa” gente à rasca, alguns até foram presos, e etc., etc., e ai o Zé é que «aguenta aguenta» –, por obra e graça, escrevia eu, do divino ES que, em conversa de pé-de-orelha sempre sussurra ao ouvido das eleitoras eminências cardealísticas dizendo-lhe em quem votar, essa dita seita, escrevia eu, já elegeu uma Papa, isto é, uma mulher conseguiu fazer-se passar por homem e chegou a Papa, no Vaticano, esse Estado mais pequeno mas também o mais rico do mundo terreno, depois pela escola onde tinha religião e moral como disciplina semanal obrigatória, depois no liceu onde continuei a ter aulas dessas mesmas coisas, e também fui porta-estandarte na famigerada mocidade portuguesa, pelo que só acordei muito mais tarde mas, felizmente, curei-me de vez e nunca mais tive quaisquer sintomas], nesta sanha de esganar a burguesia, escrevia eu, devo chamar a estes 2 – o xavierzito e o dominguezito – também pelos nomes, e lá prás bandas do Cartaxo, a este tipo de gente, a gentalha da raia miúda (os de baixo, parafraseando o saudoso Miguel – e vem a propósito de O recordar, sim, com um O maiúsculo, porque o Miguel, se ainda andasse por aqui entre nós, não seria, por exemplo, lacaio do Balsemão, esse psedo-democrata que não passa de mais um triste burguzote de gema e que vai dando dinheiro a ganhar a escribas e oradores, que lho recebem porque esse pilim constitui o AVATAR dos seus estômagos e dos estômagos dos familiares, como, por exemplo, um tal Daniel, uma tal Clara, dois Marques – então o Mendes é o máximo…. –, um Pacheco – este já não tão proletarizado pois soube adaptar-se com o tempo, é mais pró intelectual (parece que tem a maior biblioteca privada neste jardim à beira mar plantado) que quer passar por lobo sem lhe vestir o xavier, oi, desculpem, agora saiu-me esta mas o que eu queria escrever era, pois claro, a pele, até porque já vestiu algumas peles diferentes na sua pendular trajectória política –, e quejandos) chama de paneleiros ou panascas, com idêntico significado ao de homossexual.
    Sim, depois de me ter esforçado por procurar perceber a razão de ser de tão triste quanto lamentável folhetim, que revela bem a desorientação a que esta estúpida, vil e vampirescsa direita lusa chegou (ó Senhor Presidente, olhe que se não retirar a Sua Presidencial e Constitucional confiança política a este lobezito xavierzito enquanto Conselheiro de Estado, V. Exa. pode acelerar, na populaça lusa que o ajudou a eleger com dispensa dos apoios partidários – nem “out-dors”, porque, afinal, o Senhor sabia que era, já há uns bons anos um autêntico “in-dor” – a ideia de que, afinal, aquela coisa de o Senhor «vir da esquerda da direita», não passava de boato ou, lembrando o que um putozito da política que gira sob a designação de joão almeida – assim mesmo e de propósito, com minúsculas no início, pois este “enfaint terríble” nada tem a ver com os saudosos Zeca e Miguel antes referidos – o Senhor teria mentido na sua campanha presidencial para ganhar os votos da populaça. Sim, da populaça iletrada e despolitizada ou até politicamente analfabetos, como V. Exa. sabe, até melhor do que eu, que são estas modestas gentes, simples, humildes. honradas e trabalhadoras, que, nesta dita “democracia”, ou democracia burguesa e capitalista como eu lhe chamo (este meu velho hábito de ribatejano de preferir chamar os bois pelos nomes, sabe) e contra a qual me vou batendo com as armas (bem reduzidas e escassas) que eu, como qualquer não “in-dor”, tenho à disposição, mas que, parafraseando um correligionário, apoiante e defensor do padrinho de V. Exa., vou pensando que «…não seremos muitos, mas se formos todos, seremos os bastantes…».
    Por isso, Senhor Presidente dos afectos, não esqueça que a justiça (obviamente que não me refiro aqui ao miserável e degradado sistema judicial luso, de que da cuja dita situação V. Exa. não estará totalmente incólume, enquanto político e homem do Direito – do direito burguês, é certo, e de inspiração kelseniana, porquanto V. Exa. sabe muitíssimo melhor do que eu (só que eu, por ser como sou, digo e chamo as coisas pelos nomes, à ribatejano, portanto, de que tanto me orgulho) que em Portugal prevalece o regime do chamado “Direito Positivo” burguês, com base no qual, governos, programas de governos e leis ordinárias, são do foro EXCLUSIVO da AR, tendo em conta o consignado na “Lei das leis” que, na teoria kelseniana se chama CONSTITUIÇÃO, a qual, no Direito Positivo burguês a que estamos sujeitos, constitui o vértice da pirâmide de todo o “corpus normativo”. Assim como também sabe bem V. Exa. que, no início, os teóricos deste direito burguês tiveram que apresentar um argumento, a partir do qual se deveria elaborar (de preferência na forma escrita) uma teoria do direito. E começaram pelo conceito do que designaram por «norma fundamental hipotética», para assim justificarem a existência do “primeiro legislador”, ou seja o órgão “criador” do Direito, fundamentando, «logicamente» todo o sistema jurídico estadual. Estamos aqui perante uma norma jurídica – a CONSTITUIÇÃO – mas, naturalmente, em sentido “lógico-jurídico”. De todo o modo, em Portugal também vigora este “direito burguês”, pelo que existe uma “Lei das leis” que se designa por Constituição da República, para a qual também V. Exa. teria dado contributos importantes, e que, após promulgada em 1976, passou então a ser uma das mais, se não a mais, progressista das constituições do mundo terreno. Depois, com as sucessivas revisões, e ainda aqui também com preciosos contributos de V. Exa., o que era brilhante e incutia esperança, vontade e gosto de viver sob, passou a ser “sol de pouca dura” e hoje temos a CR que temos, que tem permitido fazer do país o triste país que somos, que nos permitiu empobrecer porque vivíamos acima das nossas possibilidades, que permitiu continuar com o miserável sistema de justiça que temos, que permitiu levar aos resgates que experimentámos desde então, que permitiu a falência e a ridicularização deste «Heróis do Mar, Nobre Povo Nação Valente e Imortal…», enfim, recordando ainda o meu saudoso Mestre G. Junqueiro, lembraria a V. Exa. Senhor Presidente da República Portuguesa que, afinal, continuamos a ser ou a ter: «Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro. Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo(1); este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País. A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas. Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar.» (1) Com a geringonças estas coisas sofreram fortes modificações, diga-se em abono da verdade.
    Ó Senhor Presidente dos afectos, veja bem que, a uma distância de 121 (cento e vinte e um anos) o nosso GJ já vislumbrava o país a que Portugal chegou!?!?!?!?!!?… e esta hein!….como diria a não menos saudoso Fernando…
    Por isso, Senhor Presidente, não permita homossexuais destes no Conselho de Estado, e substitua de imediato o xavierzito, pois a ser verdade o que este articulista escreve «Agora sim, isto está ao nível das vinganças de namorados. Que bom!» e mais adiante «É um volte-face surpreendente. Domingues, que era tão cuidadoso com a sua intimidade e não deixava ninguém ver a declaração de rendimentos, deixa Lobo Xavier vasculhar os seus SMS. Muito estranho. Será que o Lobo Xavier foi ao telemóvel do amigo enquanto ele foi à casa de banho? É a explicação mais lógica.», quererá dizer que um dos visados, enquanto namoravam e durante intimidades, teria ido à casa de banho, o que é naturalíssimo, e o outro aproveitou a ausência do amigo, ou namorado então, pelos vistos, para “vasculhar” os ditos cujos.
    Mais ainda, Senhor Presidente, eu não sei muito de direito positivo, o tal que eu designo de burguês e o mesmo que V. Exa. até há muitos anos anda a ensinar, de forma brilhante, aos alunos, mas assim num raciocínio à ribatejano, se na lei está, que todos os cidadãos, nas circunstâncias do dito namorado do xavierzito, DEVEM (aqui em maiúsculas de propósito, para destacar) entregar a declaração, o facto de este miserável banqueirozeco ter, eventualmente, negociado, ou até só sobre a forma tentada, uma fuga à dita lei, isto não será passível de uma denúncia? Não será, por acaso, até um crime? Ficam as perguntas…
    Eu sei, e muitos dos que andamos, ou procuramos andar, informados, que, uma vez, um outro banqueirozeco (é que esta canalha foi-se abotoando com o pilim, a banca afundou-se e o Zé, onde me incluo, é que tem andado a comer o pão que o diabo amassou para pagar os desmandos desta canalha, e já são tantos mil milhões que faz doer o coração, ó Senhor Presidente, pois não é só V. Exa. que reage aos afectos, não é verdade?!?!!?…) cometeu umas ilegalidades, o atento BdP apanhou-o nas malhas da teia que ele foi urdindo, espetou-lhe com uma bruta multa de 1.000.000,00 euros, que o dito cujo se viu à rasca para pagar, andou ao tio ó tio durante uns anitos e, por fim, coitado, lá beneficiou daquelas janelas de esperança que o referido (meu) direito burguês permite, ou o (de V. Exa.) Direito Positivo aceita, sendo tudo uma questão de saber como dar a volta.
    Mas é pena, Senhor Presidente, que assim seja. Digo eu claro, porque o que a direita (espero bem que sejam só aqueles e aquelas que vieram do lado direito), regozija com estas cenas tristes e, à falta de melhores argumentos para voltarem a poder meter a mão no pote, esquecem os 2,1%, as lições de política orçamental que o Centeno deu em Bruxelas até que aquelas bestas quadradas (correligionários dos rangeis e dos assis que por lá andam a sacar o deles e a preparar as suas reformazitas) muito amigos do Vitor Louçã Gaspar e até seus admiradores, percebessem que a austeridade só interessa à Alemanha, e que a Geringonça, com a sua nova política, já no primeiro ano: o desemprego desceu, o PIB cresceu, não se cortaram salários nem reformas, repuseram-se feriados, subiram-se salários pensões, morrem menos doentes nos hospitais, um “democrata” do INE está dentro, o outro “democrata” dos visto dourados está acusado, deve ser condenado e vai dentro, a paz social é um facto que até um pafista pafioso bolorento que em 1974, curiosamente ou não tanto assim, militava na estrema esquerda (tal como o intelectual Pacheco, e o criminoso de guerra ainda à solta durão, para só citar estes dois) já se lamenta no Observador (último refúgio de uma elite empresarial ainda endinheirada que teima em manter a alienação das massas, designadamente pregando o anti-comunismo primário, tal como salazar e caetano faziam) que tem saudades das greves do Metro e da Carris, enfim, quando se batem recordes como os que as geringonçadas vêm batendo, as cristas e os coelhos, legítimos representantes destas elites miseráveis que por aí vegetam, tendo como coro toda uma media que já vai agonizando às claras ao mesmo tempo que evacua as mais aparvalhadas teses, vão-se masturbando intelectualmente durante o dia para, à noite, na intimidade, poderem alimentar os egos e… viverem….
    E assim vai o hediondo sistema capitalista, Senhor Presidente. Mas até quando e com que custos sociais, e não só?!?!!?…é que esta crise já leva quase 10 anos, a nova teoria económica não surge, o descontrolo dos yankees, agora tendo ao leme um parolo vaidoso e endinheirado, é um facto e não vai dar bons frutos, a globalização está posta em causa, a «U»E cada vez é menos união (e o “porreiro pá” parece estar a finar) e caminha mais rapidamente para o precipício económico do que se julga, na medida em que a Alemanha não prescinde do seu excessivo superavit na balança corrente que já em 2016 atingiu o inacreditável valor de 8,7% do PIB, enquanto a ainda maior economia do planeta apresentará, para o mesmo período, um défice na ordem dos 2,7%, etc., etc….pelo que, na minha modesta opinião, o que faz falta, Senhor Presidente, é pormos termo a este hediondo sistema capitalista e experimentar o que, historicamente, se lhe vai seguir, onde, por exemplo, não será necessário mergulhar em quaisquer águas turvas e poluídas para ganhar eleições, nem onde haverá lugar a pessoas “sem abrigo” para jantarem com o Chefe do Estado aumentando-lhe a popularidade, … mas antes todos vivermos em harmonia e animados para dar, voluntariamente, à sociedade o máximo das nossas possibilidades e receber dela a satisfação de todas as nossas necessidades. Eu acho. E Você, Senhor Presidente?…

      • Meu caro,
        Creio que em Outubro de 2016, na sequência da condecoração que o dr. Rebelo de Sousa (à vidente de Massamá) teve a coragem de dispensar ao seu correlegionário de Boliqueime (que teria vindo da direita da direita, mas abissalmente mais inculto), você escreveu um artigo e publicou aqui na Estátua criticando o triste do sr. Silva, bem como a atitude do Presidente, ou, pelo menos o tempo escolhido – logo no início do mandato – e esse seu texto mereceu um comentário de um boliqueimezeco qualquer, pafista mas dos pafiosos belorentos, acusando-o de escrever disparates e de entrar em contradições mas sem concretizar e mesmo convidado a concretizar não o fez – o que revela bem da “raça” deste figurão -, tendo até insinuado que você teria escrito o texto na ressaca de mais uma noitada. Mas o que me levou a citar este caso agora, foi o facto de um outro comentador ter aplaudido e seu texto e, perante a crítica do arraçado e a sua respota, este segundo comentador ter sugerido que a “coisa” estava a pedir era “sal do grosso”.
        Foi uma pitada deste sal que eu tentei trazer à Estátua, com toda aquela prosa que escrevi no meu comentário. Sal grosso e porrada na corneta é o que a canalha mais precisa, porque, meu caro, eu aprendi com o Karl que 《em última análise, quem tem o capital é que ganha/vence》na luta entre o capital e o trabalho, pelo que, com sal fino, até sem sal, e falinhas mansas, bem escritas intelectualmente falando, carregadas de lógica (quase sempre a mais elementar que o Aristóteles deixou), com a sempre indispensável harmonia interna de toda e qualquer tese que se pretenda impor/incuntir nos destinatários/receptores, enfim, com estas aburguezadas prosas que por aí, aqui e por tudo quanto é lado luso, de fachada liberal, social democrata, socialista em liberdade e quejandos, com tudo isso, escrevia, não se cumpre a sugestão do meu saudoso camarada, Mestre e 3° ídolo (já agora permita-me esclarecer que o 1° foi o meu velhote, e depois, imagine o meu amigo, foi o Jesus, o Jesus de Nazaré, assim conhecido por ter nascido nesse lugar chamado Nazaré, e não o Jesus Cristo como a seita o passou, a certa altura, a designar, por malandrice e aproveitamento, dado o significado do vocábulo “cristo” na origem), que deixou escrito que: 《…até agora os historiadores limitaram-se a interpretar e descrecer a História da humanidade, mas o que urge é transfirmá-la!》.
        Pela minha parte, ainda que me acusem de imodesto, tendo este ensinamento sempre presente, não me cansarei de dar os meus contributos visando a transformação.
        Retribuindo o abraço, vamos todos salgar e avinagrar mais a tinta com que escrevemos contra a seita alcateada e matilhada…
        aci

        • Vamos embora, anticapitalista! Vou fazendo o que posso, mas convém não “assustar” os mais cândidos. Há que também ter esse cuidado e eu tenho-o porque também é preciso contar com eles. 🙂

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