O DR. ANTÓNIO COSTA É UM SANTO

(João Mendes Fagundes, in Facebook, 15/02/2017)

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Veio o Dr. Centeno à babugem, de estadão, trazendo a equipa toda atrás (tudo altos crâneos), para anunciar aos videntes a Boa-Nova. O défice é o mais baixo de toda a nossa história democrática, e a ele se deve o milagre. Comovente, e até me fez lembrar o saudoso Dr. Salazar, que tinha um ponto de vista semelhante. Mas eu nessas coisas não me meto, que de finanças não pesco boi. E se o genial Centeno o diz (sim, porque já aparece por aqui quem o apode de génio) é porque se trata provavelmente de qualquer coisa aproximadamente verdadeira (que as verdades do Mário são para ser tomadas à colher de chá). Adiante.
Ora há sempre gente despeitada a querer estragar a festa, caso do defunto Passos Coelho ou do seu empregado, o atirador furtivo Marcantónio. Mas a estes falta-lhes substracto, são criaturas que não dão nem para a caixa das esmolas. Adiante pois.
Quem tem substracto, na verdade, é a menina Mortágua, que se meteu nas suas tamanquinhas e veio pôr os pontos nos ii. Diz a piquena que não senhor, que isto do défice não lhe interessa. Que muito mais porreiro seria se o Centeno Mário não fosse um unhas de fome, e, ao invés, tivesse gasto o graveto todo a dar milho aos pombos.
Não concordo com a senhorita. A gente sabe muito bem que, aos portugueses, dá-se-lhes o pé e eles agarram logo a mão. Além de que têm o terrível vício de gastar tudo o que se lhes dá na taberna. Andou, pois, muito bem o Centeno, porque no poupar é que está o ganho.
E assim me vejo remetido para uma sentença célebre do deputado João Oliveira, cuja foi, mutatis mutandis: anda o Centeno a juntar com o bico para vir a Marianinha espalhar com as patas (salvo seja).


Pois não desejava eu, nem ao meu pior inimigo, ser prior de uma freguesia destas. Nem ao Dr. António Costa o pesado fardo de ter de carregar esta cruz pela Rua de São Bento acima (ou abaixo, para quem vem do Rato).

2 pensamentos sobre “O DR. ANTÓNIO COSTA É UM SANTO

  1. Óptimo, estátua de sal. Você tanto nos tece à maravilha um conto, como brinca a a falar connosco sobre coisas sérias, literariamente, num brinco. Grato pela elevação em que põe o Centeno e Costa, que o merecem, em hora de uma tal vileza aparente. Os seus textos fazem bem à noiva, ao pai dela, ao corno e alcoviteira não sei, não mudam, mais certo, mas ainda assim, eu creio, ajudam a toda a gente. Ps. Aquela de Marianinha, mutatis mutantis, está óptima. E repare como Joao Oliveira tem tento de tecendo a crítica, dizer a Marianinha, tem jeito .

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