O “TEDx” MONTEIRO!

(Joaquim Vassalo Abreu, 14/01/2017)

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Eu uma noite destas tive um sonho. “I had a dream”, para ser mais correcto. Não um daqueles tipo Martin Luther King, nada disso, nem muito menos um comparável ao dos Abba, que só queriam “a song to see”. Não, os meus sonhos são mais prosaicos, assim do género o que fazer se me sair o euromilhões, ou assim mais modestamente o totoloto ou o jocker. Ou o milhão, pronto. Mas este foi diferente.

O sonho começava em versos, porque os meus sonhos, às vezes, são em versos! E era assim: Vou-vos contar uma história, uma história de encantar e quando acabar esta história, ninguém vai acreditar…É a história do Novo Banco, cuja venda o iria salvar, e para se vender, o Carlos foi a um TEDx o Monteiro buscar…O sucesso foi tamanho e tanta a valorização, que depois de tanto dinheiro ganho, só restava a nacionalização…É tão edificante esta história, que por isso a vou narrar, mas tenham lá paciência, porque pode demorar…

Vejam lá pois, o que são os meus sonhos. Sonhei que o Sérgio Monteiro tinha ido a um, ou  uma, confesso que não sei bem, “TEDx”, aquela coisa em que vão lá uns tipos explicar em quinze minutos como se vende este mundo e o outro, assim como antigamente nas feiras havia os “vendedores da banha da cobra” que tinham remédio para todos os males, para todas as bichas e até mesmo para as solitárias, e o povo embasbacado ouvia e comprava. Falar mais depressa e repetir sempre a mesma coisa? Impossível! E o Sérgio coiso foi lá explicar “tim tim por tim tim” como é que era essa coisa de ser vendedor e do que fazer para ser o Melhor vendedor!

E tendo em consideração que houve um tipo que num desses TEDx conseguiu falar tanto e tanto, até mostrou uma chave de parafusos e tudo, que foi convidado para ir para uma secção do governo anterior chamada de “emprendorismo”, não achei estranho. Achei estranho foi ele só lá ter estado pouco mais de quinze dias…o chamamento do Sérgio coiso para vendedor oficial do governo, do anterior, pareceu-me normal, tendo em consideração a coisa.

E o tal coiso vendeu que se fartou. Tudo ou quase tudo: desde a TAP à ANA; desde a EDP à REN; dos ENVC ao porto de Sines (nem sei bem se foi ele, mas é igual); desde a Carris ao Metro, e tantas mais que seria fastidioso enumerar, que só faltou uma: O Novo Banco! O Banco BOM!

O Costa (o Carlos) confiava nele e dizia-lhe: Sérginho, nós só temos um patrão. O Passos, o Portas, a Maria Luís? Nada disso: o Draghi! O resto não conta, percebes? Compreendido? Compreendido, chefe! Então devo obedecer ao Costa, não é? É, mas nunca obedecerás ao António. De modo que, tal  foi o seu sucesso na TEDx, correu mesmo o mundo até, que ele foi imposto pelo Draghi ao Carlos que, por seu turno, o impôs ao Coelho.

E depois de tanto e tanto trabalho, desde a ANBANG inicial à APPOLO, que ofereciam a bagatela de dois mil milhões, do GIO GUANGCHANG à FOSSUM, até ao parceiro BNP PARIBAS, se conclui pela paragem da venda. Mas para depois receber o conforto de Passos, que afirmava: O Novo Banco será vendido pelo melhor valor que o Banco de Portugal (o coiso do TEDx, portanto) conseguir. Sem custos para os contribuintes, é essencial frisar.

Mas os tempos foram passando e o meu sonho definhando, até que acordei. E quem me acordou? O José Gomes Ferreira. É que a TV tinha ficado ligada! E ele manda a bomba e ainda me lembro da data, 16/02/2016: “Atenção que isto tem risco de derrocada”. Quem não acordaria?

O novo Governo toma conta do caso BES, o António chama o seu amigo Diogo Lacerda Machado, mas quem continua o vendedor e mais tarde com contrato renovado? O coiso, o Monteiro!

E em 22/02 do mesmo ano da graça de 2016 já se começava a falar em nacionalizar e, no dia seguinte, outro “oraculista” o Ricardo Costa, anuncia que a Banca foi o grande falhanço do governo (do anterior) e da Troika! E eu pensei, agora em modo Grego: Hellas!

E o Carlos, enquanto sorridente, ele está sempre sorridente (como não estar se ganha mais que o presidente do FED?), diz que “é preciso um consenso nacional sobre a sustentabilidade da dívida…” e coisas assim, mantinha o coiso, o TEDx. Vinte e cinco mil aéreos por mês!

Entretanto novo governo tivemos, fomos até campeões, abalou o “Camarão” com o seu Brexit, entrou para o seu lugar a May que era filha do vigário, o Dylan foi Nobel, realizou-se o SUMMIT e o caraças, só sucessos, e o Banco Bom por vender…E o Sérgio, o coiso, a receber…

Até que à conclusão se chegou que, para vender, tinha que se pagar. Quem? Deveria ser o Passos, que sempre disse que ia ser de “borla”! Também à de que todas as soluções eram, afinal, más. Que quanto mais demorar, menos dinheiro vai dar e mais o coiso vai ganhar. E o Carlos a contemplar…

Conclusão final: já ninguém quer um Banco Bom, que fará um Mau ou assim assim… Ninguém? Há sim senhor! Foi a última coisa de que me lembro no meu sonho: O Ricardo Salgado!

Estão admirados com o que sonhei? Eu não! Eu estudei Freud, caramba! Ora sigam o raciocínio, o do meu sonho, e vamos lá puxar pela memória: Quanto é que pedia o Salgado de garantias do estado para salvar o Bes, lembram-se? Mil milhões! Se vendermos à “Estrela Solitária” temos que pagar dois virgula cinco mil milhões e, coisa não despicienda, todos aqueles devedores, aqueles todos que o Salgado bem conhece, vão acabar a rirem-se e saírem limpos, limpinhos da coisa. Já repararam?

O Ricciardi veio dizer que, não sendo possível vender à HAITONG, se deve nacionalizar. Ora eu que já há muitos anos perdi a virgindade, vejo aqui unicamente um acinte ao primo e mais nada. Nacionalizar temporariamente para depois pagarmos na mesma? Não, antes ao Salgado, que conhece a casa e vai aparecer regenerado. Está preso? Não! Foi condenado? Não! Recebe a sua choruda reforma? Recebe, mas deixará de receber. É só poupanças!

Mas Ricardo soa mal? Muda-se o nome para Godofredo! Ou melhor: para Ribeiro. Ribeiro Salgado! Assim é que está bem, Salgado! Volta Salgado! É que isto de ver uns certos e determinados tipos da direita, e cada vez mais, serem pela nacionalização…cheira-me a esturro. Até o PML no Eixo do Mal disse hoje que aquilo da “Resolução” foi o maior crime, disse ele repito, feito pela Troika e seus parceiros…

Mas olhe Sr. Dr. Engº Comendador e não sei que mais Salgado, isto tudo tem uma condição, aliás duas: Tem que mudar de contabilista e o seu filho tem que se divorciar da filha do Tavares. Aquela coisa do conflito de interesses, está a ver?

Agora para terminar, para finalmente terminar dirão muitos, e todos aqueles que falam de “pós verdade”, de “desfragmentação” e coisas assim esquisitas, sabem qual é a conclusão do meu sonho? É uma pergunta:

Quem é que, finalmente, pode dar um pontapé no traseiro do Carlos, mais no do TEDx Monteiro? O Salgado!

Quem diria, não é? Mas foi só um sonho, coisa inverosímil e, sejamos realistas, nem perante aquele parecer do Calvão, o da misericórdia e do bem fazer, o Draghi aceitaria….

Só me resta dizer Amen! Quer dizer: estou por tudo, em Português!


Fonte aqui

Um pensamento sobre “O “TEDx” MONTEIRO!

  1. Interessante. A espécie humana dá para tudo1 Veja-se a reportagem no FB mostrando um denominado «sacerdote» da iurd no brasil ressuscita uma mulher dada como morta! Milagre! Abre os olhos! Levanta-se molemente! Depois até dança como «sacerdote«! Espantoso! Horripilante!
    Na governação nada nos garante que espécimes «sacerdotais» deste jaez não surjam convencidos e prontos a convencer!
    O que é isto? É assim? Somos assim? Parece que sim… Mudar? O quê e como?

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