Suponhamos que sou terrorista

(Por Estátua de Sal, 21/12/2016)

atentado

De acordo com a imprensa alemã, as autoridades encontraram no camião que abalroou um mercado de Natal em Berlim, causando 12 mortos, documentos de identificação de um novo suspeito. Indivíduo em causa, de nacionalidade tunisina, viu recusado pedido de asilo…

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Suponhamos que sou terrorista. Há duas hipóteses: ou sou um killer solitário e quero deixar o meu legado de malfeitorias para a posteridade ou estou enquadrado numa organização qualquer com quem tenho afinidades e solidariedade operacional. Parece que é esta última hipótese que está sobre a mesa porque o atentado foi já reivindicado.
Preparo a acção e chega o grande dia. Levo, claro, o armamento, revejo os planos de fuga, se possível, e aí vou eu sabendo certamente que pode correr mal. A primeira pergunta a colocar é esta: será que levo documentos de identificação que possam permitir às polícias chegar aos meus amigos, admitindo que pertenço a uma qualquer organização? Não acham que seria uma estupidez?

O que acontece é que há em todos os atentados recentes, Bataclam, Nice, Berlim, sempre um traço comum: os terroristas são sempre extremamente cuidadosos e nunca se esquecem de levar o cartão de cidadão e mesmo quando conseguem escapar, como é o caso agora, deixam sempre o dito cujo no local do crime!!

É por estas e por outras que eu acho que estas histórias estão sempre muito mal contadas, desculpem lá. Há alguém que quer fazer dos terroristas estúpidos ou, pior ainda, que quer fazer de nós todos estúpidos encartados.

Não sei porquê mas fico sempre com a suspeita vaga de que estes atentados, se calhar, não são cometidos por aqueles que supostamente os reivindicam e que supostamente os cometem.

Como dizia Alexandre Dumas, pai: “Il y a une femme dans toute les affaires; aussitôt qu’on me fait un rapport, je dis: ‘Cherchez la femme’.”.
Traduzindo: “Há sempre uma mulher envolvida em todos os casos. Assim que me trazem um relatório, digo logo: ‘Procurem a mulher’.”
Eu já estou como o Dumas. Quando houver um atentado já sei o que fazer. Não direi, procurem, procurem a mulher, mas sim: procurem, procurem o cartão de cidadão… 🙂

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