Queriam os papéis do Panamá? Tomem lá um chapéu…

(Por Estátua de Sal, 10/12/2016)

Afinal, do Panamá, não vem papéis nenhuns com revelações bombásticas, que revelem que, cá na urbe, há muita gente importante com muito dinheiro oculto numa qualquer caverna do Ali Bábá. Sim, porque do Panamá, não vem papéis mas apenas um chapéu que torna o cromo que o usa muito mais apessoado, como se pode avaliar pela imagem:panama_chapeuDiz a Wikipedia que, o chapéu do Panamá, afinal é fabricado no Equador, coisa estranha, já que me lembrei que o Julian Assange – que raio de coincidência -, está há vários anos asilado em Londres na Embaixada do Equador, com polícias e agentes secretos à porta, à espera que ele saia para lhe deitarem a mão. E revela ainda a Wikipédia que o chapéu do Panamá, se chama assim porque o Roosevelt o usou numa visita que fez a Canal do Panamá em 1906. (Ver artigo na Wikipédia aqui).

Ou seja, quando julgávamos que os ditos papéis nos iam trazer políticos, empresários e jornalistas servidos numa bandeja de prata e nos dessem algumas pistas sobre as maquinações financeiras das élites, eis que o Expresso, que durante semanas tanto prometeu, afinal em vez de papéis manda-nos um chapéu para que os futebolistas não se constipem durante os treinos. Podem dizer que é pouco, e eu concordo. Mas já viram a pinta com que o Ronaldo não ficava com um chapeuzinho do Panamá? O rapaz, que já de si é esbelto e espadaúdo, aí sim, ficava um verdadeiro Adónis.

E sempre podia fazer uma campanha publicitária, de chapéu, e mandar a massa, não para os offshores do costume, mas para auxiliar a Wikileaks e o próprio Assange. Ficava-lhe bem e em vez de vir dizer que quem não deve não teme, passaria a ser mais apropriado dizer que uma mão lava a outra.

Quanto ao Expresso, só me resta perguntar que raio de mal é que o Jorge Mendes lhes fez, para que não tenham perdido os papéis da bola tal como perderam os outros. Não tenho qualquer pista concreta. Será que o Balsemão anda incomodado por os futebolistas lhe andarem a disputar o mercado publicitário e a engordar as comissões que o Mendes encaixa, à grande e à francesa?  É uma hipótese.

Só lamento que o Expresso se tenha enganado nas estações do ano. Um Panamá, em plenoumbrela dezembro, não é lá muito útil. Dava-nos mais jeito um chapéu de chuva. É que, pelos meus cálculos, ainda há-de vir aí chuva, e da grossa. E se nos querem provar que os putos da bola são uns sortudos porque ganham milhões – coisa que estamos todos fartinhos de saber -, deviam era dizer então que, quem lhes paga tanto, ganha seguramente muito mais, e nem sempre de forma transparente.

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Um pensamento sobre “Queriam os papéis do Panamá? Tomem lá um chapéu…

  1. Também já eu tinha pensado o mesmo, só que sem tribuna para o difundir. Tanto alarido, há um ano: políticos, empresários, jornalistas e afins; um ano depois aparecem os senhores da bola que, ganhando muito e por vezes demais, sempre nos vão dando umas alegrias e às vezes tristezas (dependa do clube). Vão-se catar, senhores jornalistas, sejam sérios para que nós os pensemos como sérios. O Expresso já não é um jornal: é o prostíbulo do jornalismo, ainda por cima mal escrito em acordes.

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