Um tempo fascinante

(Miguel Sousa Tavares, in Expresso, 19/11/2016)

AUTOR

                                           Miguel Sousa Tavares

1 Li dezenas de análises, de portugueses ou estrangeiros, sobre as razões e consequências da vitória de Trump. Não apenas por dever de função, mas por verdadeiro interesse cívico e político: é preciso tornar compreensível o incompreensível. Eu sei que nos tempos que correm, nas nossas sociedades de informação superficial e opinião instantânea, ler é um luxo, reflectir é uma perda de tempo e tentar entender o outro é um exercício inútil. E, todavia, no meu tempo de vida, nunca tal foi tão necessário, nunca a política terá sido tão importante. A grande política: a que exige tempo, reflexão, informação, contradição. De tudo o que li, a análise mais lúcida, mais focada no essencial, foi a de Augusto Santos Silva, no “Público”. Cito-o: “Quando o credo básico de uma democracia simultaneamente liberal e social deixou de ser óbvio, é preciso explicitar o óbvio.”

Assim, discordo de Jorge Sampaio, quando ele diz que é preciso “reinventar a democracia”. É uma afirmação típica de Sampaio, que adora as palavras começadas por ‘re’. Não é preciso reinventar democracia alguma, é preciso é explicá-la às criancinhas e aos ignorantes. A democracia funciona há mais de dois mil anos, sendo tão somente um sistema de organização política e social das sociedades — o melhor que se inventou até agora. Mas não é um programa de governo ou um catálogo de respostas para todos os males do mundo e para todos os novos desafios dos tempos. Não está escrito em lado algum que a democracia tenha ou deva ter resposta para problemas novos, como o envelhecimento das populações, as migrações em massa, as consequências, boas e más, da globalização do comércio mundial, do regresso aos nacionalismos, do fanatismo religioso de vários credos, da captura da economia pelo sistema financeiro ou do terrorismo em nome de Alá. A democracia não promete a riqueza das nações nem o eterno bem-estar dos povos, ela apenas propõe que aceitemos viver como homens livres e respeitando a liberdade dos outros, protegidos contra a tentação dos abusos, que sempre existe no exercício do poder. Mas, mesmo assim, as nossas sociedades devem à democracia 70 anos de paz e de prosperidade e um património comum de direitos e liberdades, hoje consensuais, mas jamais vividos.

2 A ameaça que hoje enfrentamos, e de que a vitória de Trump é o expoente máximo — (porque não vem de fora, como o terrorismo islâmico, mas de dentro, com o voto da “nossa gente”) —, só pode ser derrotada pela crença na superioridade dos valores democráticos e pela sua constante afirmação. Não há maior erro do que pensar que a democracia é inata à natureza humana. Não é: ela resulta de um processo de educação, pedagogia constante e informação. Quando oiço alguém, em sociedades democráticas, falar contra “o sistema” — como o fez Trump para cativar os eleitores — já sei que o discurso é, de facto, contra a democracia. Os erros, os abusos e as malfeitorias que sempre existiram e existirão resultam da natureza humana e não do sistema democrático. Mas a democracia, precisamente porque é o mais justo e o mais livre método de organização política, é também o mais exposto aos demagogos, aos populistas, aos aldrabões e aos simplesmente não-democráticos. Tanto o ‘Brexit’ como Trump são o resultado de campanhas assentes em factos falsos que os seus aderentes não se deram ao trabalho de confirmar, na exploração de medos irracionais, na demagogia de promessas irrealizáveis e no simplismo de soluções propostas para problemas de uma complexidade nova e infinitamente mais complicada. Como escreveu Martin Wolf, a democracia não é imune à estupidez. Mais: é, como se viu, vulnerável, e por vezes indefesa, face à estupidez.

3 Mas também constatei, nas análises de algumas vozes da direita portuguesa — a tal que era caracterizada como a mais estúpida do mundo e que está de volta das catacumbas —, uma euforia mal disfarçada com a vitória de Trump. Alguns saudaram o seu nacionalismo isolacionista, destinado a proteger um mundo que já não existe e cuja memória não se recomenda, como um saudável regresso à “nação”, como símbolo da soberania nacional recuperada — um discurso, não por acaso, coincidente com o neofascismo emergente na Europa e o comunismo museológico. É inacreditável constatar que quase cem anos decorridos, se possa regressar, sem um arrepio, às teorias que conduziram a Europa às tragédias do fascismo e do estalinismo! Outros acham que a receita económica de Trump — um keynesianismo despesista que aumentará brutalmente a dívida pública (coisa que sempre criticaram à esquerda), a baixa de impostos para os mais ricos, a desregulação financeira e empresarial (a que devemos a crise de 2008), a aposta no regresso de uma indústria sem qualquer preocupação ambiental e a protecção estatal contra a concorrência externa é uma receita de sucesso garantido, agora e no futuro, ali e em qualquer lado. Outros ainda não pensam nada digno de registo, apenas estão felizes porque acham que a vitória de Trump representou a derrota da “esquerda arrogante e bem pensante” e do “politicamente correcto”. Estes últimos são verdadeiramente dignos de dó: não percebem ou fingem não perceber que o que estava em causa era muito mais do que um clássico combate entre a direita e a esquerda, mas sim entre a civilização e a boçalidade. Permitir que os estudantes vão armados para as universidades, devolver os doentes sem dinheiro às ruas, perseguir pessoas pela sua fé religiosa ou a sua origem étnica, fazer da “supremacia do homem branco” uma política de governo, voltar a criminalizar o aborto 70 anos depois, nomear fanáticos religiosos para administrar a Justiça, e tudo o mais, não tem que ver com ser-se de esquerda ou de direita, mas apenas com ser ou não ser uma pessoa decente. É uma questão de maneiras, de educação, de cultura, de valores éticos, que, tanto quanto sei, não são exclusivo da esquerda. E se não ficam preocupados com a amizade política entre Trump e Marine Le Pen, se não lhes soa a nada de familiar ouvi-la dizer que está em marcha uma nova ordem mundial, é porque, de duas, uma: ou são de extrema–direita ou de extrema imbecilidade. Qualquer das doenças é incurável.

4 Paradoxalmente, acredito que estes tempos perigosíssimos são também tempos politicamente fascinantes para a Europa. É a hora da verdade para um projecto europeu que terá de se afirmar por si, sem a Inglaterra e sem os Estados Unidos, ou morrer de vez. Acabou o tempo de discutir mercearias, de adiar sistematicamente decisões incómodas, de aceitar o governo da pequena gente. Vamos ter de discutir a sério a defesa europeia além da NATO, mas simultaneamente também deixaremos de ter de estar dependentes das operações da NATO levadas a cabo no exclusivo interesse americano, como sucedeu no Iraque, no Kosovo, no Afeganistão. Podemos ter uma política externa comum apenas baseada nos interesses da Europa, visto que os Estados Unidos vão fazer o mesmo. Podemos aproveitar a oferta de Trump e esquecer de vez o Tratado de Comércio Euro-Atlântico (TTIP) que os americanos nos queriam impor segundo as suas regras. Podemos aproveitar o isolacionismo e o proteccionismo económico de Trump para ocupar os mercados que, em retaliação, serão fechados aos produtos americanos. Podemos tirar partido da retrógrada política energética anunciada por Trump para investirmos cada vez em alternativas limpas, abundantes e baratas, infinitamente mais concorrenciais no mercado global do futuro. Podemos voltar a ser a vanguarda da cultura, da investigação, da justiça social. Podemos, em conjunto, procurar soluções novas para problemas novos, em lugar de querer regredir cem anos.

E podemos e devemos reafirmar os nossos valores, quanto mais ameaçados nos sentirmos. Podemos, enfim, recuperar o orgulho e a esperança da cidadania europeia. Pior do que tudo, será a fraqueza de ir cedendo a Trump, passo a passo. Deixemos a América dormir o sono dos imbecis. Quando voltar a acordar, a Europa tem de estar cá, porque eles vão precisar de nós.

(Miguel Sousa Tavares escreve de acordo com a antiga ortografia)

41 pensamentos sobre “Um tempo fascinante

  1. Sim Miguel, são tempos fascinantes. Acabei de ver um programa francês de debates “on n’est pas couché”, e ouvi uma discussão super quente entre Natacha Polony e Yann Moix, (este último a defender o seu ponto de vista) e Natacha atacando e responsabilizando o “politicamente correcto” da situação aonde chegamos actualmente em todas as democracias do ocidente. Ver em : youtube.fr …on n’est pas couché
    Para mim, há um facto que você nunca denuncia: economicamente um fosso imenso se instalou entre ricos e pobres com uma classe média a estagnar e a tomar consciência de que o futuro dos seus filhos será cada vez mais precário. Que fizeram os governos de 20 anos atrás para cá? Ninguém tentou a sério meter a alta finança nos eixos regulando por exemplo a separação dos bancos de negócios dos bancos de depósitos. Ou contra a existência de grandes monopólios que por cima não pagam impostos! François Hollande dizia que o seu inimígo era a Finança ! ah ah ah! daqui a 6 meses vai para o desemprego e pronto! Marine Lepen bem poderia ganhar desta vez, e a responsabilidade recairia sobre Chirac, Sarkosy, Hollande, e afins, “gauche et droite confondues.” Responsabilidade que poderia ser dividida com um jornalismo que perdeu toda a sua independência por causa da chegada da internet e pela concentração dos média na mão de negociantes e financeiros!
    Mesmo assim não creio que Lepen passa porque a Europa não é a América ! Mas a Europa deveria reagir e, se calhar, irá reagir positivamente …por vezes há males que vêm por bem…

  2. «Não há maior erro do que pensar que a democracia é inata à natureza humana.» Miguel Sousa Tavares.
    Frase lapidar! Mesmo duvidando da existência de tal «natureza» é admirável a tentativa de superação na busca de «cura» das doenças/ fenecimento de que enferma. Mas, contradição: são elas as doenças/ fenecimento que perenizam o ente. Assim, procura-se a cura/ medicamento/ sistema que permita encontrar «aquela» formula de existir mais «saudável». Ou seja, a caraterística fundamental do humano é, aparentemente, a capacidade de fantasiar. E daqui parte a noção democrática de felicidade. Procuremos, pois, ser felizes!

  3. ” Como escreveu Martin Wolf, a democracia não é imune à estupidez. Mais: é, como se viu, vulnerável, e por vezes indefesa, face à estupidez.”
    Enfim…e parece que não aprendem…As pessoas que não se identificam com a politicas defendidas pelo sistema são imediatamente etiquetadas ou apelidadas de xenófobas, racistas, fascistas…ou ESTÚPIDAS…e isto é o que lhes provoca a indignação e a revolta, as afasta do sistema e que, no final, deu a vitória ao temido “monstro” Trump. Meus amigos, a maior parte das pessoas está farta…farta dos média vendidos ou em conluio com as elites do sistema, dos “cabeças falantes”, da globalização, do politicamente correcto…fartinhos de todos vocês e de todas as lavagens cerebrais e de tudo o que nos tentam enfiar pelas “goelas” abaixo…A “carneirada”, os “estúpidos” estão a acordar…

    • Não compreendo porque se classifica o outro de estúpido. Como e de que forma alguém está em condições de avalia-lo? A categoria estupidez não existe na Natura. Então em que baseou o humano para a definir? Numa hipotética grelha cientifica de QI? Num sistema de governação não inclusiva? O exemplo do farmacêutico João Almiro de Campo de Besteiros, Tondela, demonstra à evidência que todos os nascidos humanos podem ser e são detentores de competências próprias válidas para a comunidade. O importante e provavelmente o maçador aos olhos dos ditos auto considerados não estúpidos é que não querem incomodar-se com as necessidades dos outros, logo, privam-nos das oportunidades de se identificarem com as tarefas correspondentes às suas melhores capacidades. Esta recusa de adequação parece ser a causa profunda para as diferenças sociais. Em suma, dentro de um esquema pré-concebido a avaliação é feita em termos de lucro ou melhor a pessoa é avaliada pela sua capacidade de obedecer e fazer o impossível para executar as ideias mais absurdas do dominador sem que este se incomode ao esforço de fazer e ou pensar. O mais sábio é aquele que absolutamente não pensa que o é. Nicolas Boileau-Despréaux

  4. Parabéns pela clarividência da sua opinião Miguel Sousa Tavares, é uma analise bem estruturada e com pontos importantíssimos de reflexão e analise. Gostaria de lhe dizer que embora concorde com as preocupações implícitas no caminho que se está a trilhar nas sociedades Ocidentais, não consigo vislumbrar uma saída fácil para esta situação. Na realidade faltam “Novos Homens”, que quebrem de uma vez com toda esta realidade que nos trouxe aqui. Quando refere, e cito, “Outros acham que a receita económica de Trump — um keynesianismo despesista que aumentará brutalmente a dívida pública… “, gostaria de lhe lembrar, que não é só Trump que insiste nesta politica económica Keynesiana, responsável por todo este afundar das sociedades contemporâneas ocidentais desde à pelo menos 80 anos a esta parte, afinal Trump é um dos beneficiados dessa mesma economia enquanto empresario do sistema. Ainda hoje se vê, em todos os governos, a aplicação destas mesmas medidas económicas Keynesianas, António Costa insiste na mesma receita, Merkel, François Hollande,Mariano Rajoy,Matteo Renzi; e todos os restantes, utilizam a mesma formula económica para responder aos problemas.
    Ninguém consegue perceber que o grande peso dos estados nas economias e nas sociedades tem sido o grande problema, ninguém consegue perceber que quanto maior for o peso dos estados na vida das pessoas, menos desenvolvimento económico, social, humano teremos, mais desequilíbrios vamos causar, maior será o fosso entre classes e maior será o reflorescimento destas franjas populista, nacionalistas, xenófobas ameaçadoras das sociedades. A escola Austríaca de economia por Ludwig von Mises, previu e prevê tudo isto e diz-nos claramente qual é o caminho a seguir. Nos Estados Unidos da América o Nobel da economia Milton Friedman, respondeu a tudo isto, só não entendo como não se divulga.

  5. Enfim!!… Autor e comentadores passam por cima do capitalismo como cão por vinha vindimada! Do autor conheço os motivos e não estarei sozinho neste meu conhecimento, dos comentadores nada conheço!.
    Mas lá que o capitalismo existe, eu não tenho dúvidas!
    E o autor também não! Quanto aos autores, pela douta prosa e brandos costumes evidenciados, ouso supor que também não terão dúvidas!
    Mas denunciar que estamos a viver e a suportar as consequências de um sistema que há mais de 400 anos invadiu, ocupou, roubou, explorou, escravizou, deportou, matou, dizimou, dividiu países contra a vontade dos povos,fez duas guerras mundiais e tantas regionais e idolatrou o deus dinheiro ao ponto de 1% deter tanta riqueza quanta a detida pelos outros 99%, denunciar, escrevia eu, este sistema – que não é eterno – está quieto ó mau, na medida em que a manutenção do dito cujo lhes é favorável! Então falam da democracia (que já existe há há mais de dois mil anos como afirma o muy Douto Autor), este iluminado quanto imaculado sistema que pariu Ricardos Salgados (não é, ó MST????), Cavacos, Duartes Limas, Isaltinos, Dias Loureiros, Relvas, Macedos, Marios Soares, Sócrates, Passos Coelhos, Portas & Cia, e que vai continuar de vento em popa!
    Enfim, diz o Zépovinho que cada um chora por onde tem mais saudades!…e enquanto o Autor e os Ilustres comentadores escreveram, quantas crianças morreram de fome e ou subnutrição????

    • Sendo o meu caro senhor, um Anticapitalista declarado, quero antes de mais dizer-lhe que sou um Capitalista Liberal confesso e seguidor de uma escola económica conhecida como escola Austriaca de Ludwig von Mises, não doutrinado e sim elucidado. Sou um confesso anti capitalista Keynesiano e gostaria que tivesse em conta alguma celebres obras escritas por Milton Friedman, Nobel da Economia e líder da escola de economia de Chicago. Conhecendo a Sociedade em que me insiro e estudando um pouco todos os ciclos económicos da Humanidade até aos dias de hoje, gostaria de lhe perguntar o seguinte, Não conhecendo eu outra corrente Social, Económica, que tenha arrancado mais pessoas à pobreza, que tenha criado melhores condições de vida, bem estar, saúde, educação e esperança de vida, que o Capitalismo, qual é a solução que o meu caro preconizava para alterar as coisas? O Socialismo? O Comunismo? Capitalismo Keynesiano falhado?
      A minha solução é claramente explicada por Milton Friedman e Ludwig von Mises na escola Austriaca de economia e na de Chicago. A solução é ” Menos estados, mais Mises”

      • Se quer discutir coisas sérias e tiver formação teórica e económica para tal, na análise ao pensamento da dita Escola Austríaca, podemos começar já por aqui: https://mpra.ub.uni-muenchen.de/6067/. Posso estar enganado mas parece-me que a sua postura teórica é mais uma fé de adepto, inseminado por uma otite de clubite aguda, do que uma posição devidamente sustentada.

        • Vamos a isso então meu caro, parece-me que para alem de economista entendido é perito em doencas da area da Otorrinolaringologia. Diga-me lá então qual é o modelo económico social que defende? Trostkiano, Marxista, alguma variante destes, como o Socialismo, Comunismo, Social Democracia Keynesiana. Quer falar de quê? De clubite partidária? Nao pertenço a esses clubes da esquerda à direita politica. Sou um defensor de liberdades economicas e sociais, nao acredito no estado. Isso para si resume em síntese ou quer esmiuçar algum tema em especial? Espero não ter feito muitos interrogações e provocar no meu caro algum efeito desruptivo.

          • Nem por isso. Mas quem não “acredita no Estado”, só pode ser a favor da selva e da anarquia. Ora, nesse sentido, não há nada mais a discutir, porque eu sou a favor da ordem, seja ela qual for. Sobre as virtudes do Von Mises e do Hayek, mandei-lhe um texto que os põe de rastos no plano científico. Podia ter começado por aí. Como nada disse, estamos conversados. Bem me pareceu que era mais clubite que outra coisa. Continuação, e muita saúde é o que lhe desejo.

            • Bem, razão tinha Ludwig von Mises ” O AntiCapitalismo só se mantém em evidencia à custa do Capitalismo”
              O AnarcoCapitalismo, não é o Caos nem a Selva, a Selva e o Caos foram as mortes do Comunismo de Estaline, da fome e desgraça de Mao, da opressão do Totalitarismo de Kim Jong, de miséria de Fidel, da falência de Chavez, da desregulação do Keynesianismo económico das sociedades ocidentais actuais, que tanta gente tem marginalizado e mantido nas camadas sociais mais baixas. Fala o meu caro em textos que arrasam Mises e Hayek, quantos textos quer que corroboram o que atrás aludi. O meu caro é defensor de um estado assistencialista, pesado, cheio de “manigâncias” corporativas para perpetuar a máquina partidária e monopolista, não deseja a verdadeira liberdade individual e económica das sociedades, quer manter o Status Quo da decadência Social e Politica que se assiste diariamente, dos interesses politico-empresariais, dos Monopólios Estatais e Empresariais e depois vem queixar-se das Marie le Pen e dos Trumps deste mundo, dos Brexit, da falência de um estado social que a única saída que preconiza é a escravidão dos mais desfavorecidos, mantendo-os numa eterna subserviência e dependência das esmola de um estado corrupto. Se isto é clubite, muita falta fazem sócios para este clube, e olhe que não pagam quotas. Saudações cordiais.

              • É curioso. Você baralha tudo. Diz que o Estado é assistencialista, mas pela sua lógica, nem isso devia ser!! Alias é essa a filosofia de Friedman e quejandos. Se é a favor de maior igualdade na repartição do rendimento, qualquer pessoa de boa fé, não deve preconizar um “estado mínimo” como você pretende. Isto porque, uma das funções das políticas públicas é o efeito redistributivo (impostos progressivos) e sistemas de protecção social. Ou seja, menor regulação do Estado sobre a economia, isso sim, gera pobreza e maior desigualdade, como se tem visto nos últimos anos. O trabalho não pode ser considerado uma mercadoria cujo preço é fixado pela lógica da oferta e da procura como propõem os economistas que você parece que coloca no pedestal. Alias, eu acho graça aos liberais de pacotilha: são todos a favor da liberdade dos mercados e do Estado mínimo. Mas quando os negócios correm mal, como ocorreu no sistema financeiro deixado à solta na sua “liberdade”, aqui-d’el-rei, venha o Estado para nos salvar!! Nessa altura já são todos a favor de Estados fortes, tão fortes que consigam impor impostos às populações para virem salvar os banqueiros. Se o seu sistema de “amplas liberdades para os mercados”, à Fridman e à Hayek fosse tão bom, a crise finamceira de 2008 nunca teria existido, a crise de 1929 nunca teria existido, e nenhuma crise do capitalismo teria existido. Mas não, quando a crise aperta, só as políticas públicas conseguem salvar o sistema. Nesse semtido, as provas empíricas parece que são irrefutáveis: o neoliberalismo é uma falácia contada às crianças e aos crentes, incapazes de lhe fazerem a critica. Nesse sentido, acho que já tem idade para não acreditar no Pai Natal. Fique bem.

                • Minha nossa senhora dos Liberais, livarai-nos da confusão. Acabo de ler a maior e mais completa parvoíce sobre economia que alguma vez pensei ler de um intelectual, pensador e filosofo de economia. Então o meu caro, acha que eu defendo um estado assistencialista em que parte dos meus comentários? Onde é que o meu caro me vê defender o Keynesianismo económico das sociedades Ocidentais? Friedman e Mises não defendem nada disso meu caro, muito pelo contrário. Parece-me que o meu caro está todo baralhado e não percebe nada do que está a dizer. Eu ajudo-o se me permite: https://youtu.be/oW9wGdfjcG4 veja por favor, se estiver interessado em aprender alguma coisa.
                  Em relação à crise de 2008 e de 1929 deixo-lhe esta pérola didática de um jovem Liberal. https://youtu.be/jYliiRSEuD4

                  Saudações cordiais.

                  • Começo a duvidar que saiba ler. Eu não disse que você defendia o Estado assistencialista. Disse que você disse que o Estado era assistencilista, ok? Mas que você ainda queria que fosse menos! Sobre as minhas posições políticas dispense os rótulos. Penso pela minha cabeça e não com base em etiquetas. Se você conseguir perceber, sou a favor de uma economia de Mercado regulada quanto baste para evitar os desmandos da “mão invisivel”, que não é nada invisivel porque toda a gente sabe quem puxa os cordelinhos da mão e lhe movimenta os dedos. A questão essencial, policamente, é esta: você é a favor ou contra a diminuição da desigualdade e no equilibrio na repartição dos rendimentos? Se disser que sim, coneversamos de uma forma. Se disser que não, de outra. Eu esclareço-o: pela parte que me toca sou a favor de uma sociedade mais equilibrada. A bola fica do seu lado.

                    • Et voilá , aqui nos deixou uma mao cheia de nada. Eu comentário vazio, sem conclusões nenhumas, defendendo ninguem sabe o quê e criticando apenas porque sim. Tentou passar uma ideia de que era um excelente conhecedor das suas convicções Anticapitalistas e depois diz-nos que defende um capitalismo mas regulado, ok. Estamos conversados. Aproveite e veja os videos qye lhe recomendei, acredito que o vai ajudar.

                    • A bola continua do seu lado. Eu disse ao que vinha. Sobre o progresso que eu defendo na repartição do rendimento e no decréscimo das desigualdades, e mesmo aqueles que se reclamam do capitalismo mas “de rosto humano”, defendem, você nada disse. Era de esperar. A sua matriz é outra, a liberdade que diz defender é a liberdade para as élites. Mas não tenha vergonha: assuma-o. A partir daí o debate passa para outras baias. Só lhe recordo que, essa postura, sempre esteve associada historicamente, aos maiores genocídios e catástrofes sociais e bélicas de que há memória. Talvez seja essa a sua dama de estimação. E a ser, the talk is over.

                    • Rsrss, não sei me ria de si, ou para si meu caro, acho que ainda se enterra mais cada vez que se tenta defender. Procure a definição de Anarcocapitalismo, aquilo que defende, quais são as suas teorias e conceitos e logo perceberá que o que acabou de dizer é tão absurdo quanto a ideia que tenta transmitir de que não passa de um Socialista camuflado, libertador das classes oprimidas. O Anarcocapitalismo defende a liberdade individual e económica das pessoas, defende o direito à propriedade privada e ao livre comércio, é contra qualquer tipo de opressão ou guerra, não defende a um Estado que interfere e rouba a liberdade social e económica das pessoas em nome de uma falácia doutrinadora que invoca o direito de alguém decidir por si. O meu caro é apenas mais um, dos que ataca e critica baseado nas retóricas que ouve sem questionar. É mais um pobre doutrinado que nao consegue investigar, procurar saber, informar-se, ler, conhecer as outras realidades existentes. Limita-se a papaguear o que ouve e lhe doutrinam a dizer. Já lhe disse para ver e ouvir uns videos que lhe enviei, caso isso nao lhe chegue procure no Youtube um jovem numa pagina que se chama “Ideias Radicais”. Saudações

                    • Só tenho uma resposta para si: “Pai perdoai-lhes porque não sabem o que fazem”. Ou se preferir, uma mais leve: “Grande poeta é o povo”… Fique bem. Já agora e para finalizar: mais igualdade na repartição do rendimento ou menos? É que eu sou leigo sobre esse sistema, mas se for esclarecido até posso aderir…:)

                    • O meu caro amigo está com alguma carência afetiva? Tem alguma lacuna que necessita de preencher na sua vida? Sente-se sozinho e sem ninguém para falar? Não encontro outra explicação para insistir na questão, Já lhe expus a minha visão e a minha posição, diz-me que nao entende, já lhe coloquei por intermédio de outras pessoas a visao que defendo, mesmo assim insiste em perguntar novamente. Faz-me lembrar as crianças na idade dos porquês, qualquer resposta que lhes demos, dizem sempre, Porquê?

                    • O seu problema é que parece um ventriloquo, fala por interpostas pessoas. Queria era ouvi-lo a si, mas pelos vistos não desembucha. Assim sendo, concluo que não deve haver nada para “desembuchar”, além do recurso ao “copy past”. Ou seja, muita parra e pouca uva. Era expectável. A minha intuição continua em alta.

                    • O meu caro é um homem muito intuitivo de facto, intui e disserta com tal clarividência que consegue enganar esse ego egocêntrico.
                      Então o meu caro começou por me aconselhar a ler o texto que aniquilava por completo a teoria económica da escola Austríaca ( aí a sua exposição baseada em apresentação de textos de outros, não é considerada de ventrículo), por sua vez, quando lhe digo que sou um Anarcocapitalista e apoiante do Libertarianismo, da escola Austríaca de Mises, da escola de economia de Chigago de Milton Friedman, aí já não posso me socorrer de imagens e textos de outros autores sem que o meu caro me intitule de ventríloquo. Você é a coerência em pessoa, de facto, só passa vergonhas porque quer. Ainda nao me disse como é que um Anticapitalista confesso e elucidado como o meu caro, utiliza a Internet, os smartphones, os computadores e afins? Olhe que está a alimentar os malvados capitalistas de SiliconValley.

                    • De facto, você confunde tudo. Tecnologia para si, é o mesmo que capitalismo. Mesmo desse “anticapitalismo libertário” de que se reclama, parece que só leu as gordas. Está tudo dito. Daí não vem parra, e muito menos uva. Dou por encerrado o debate.

                    • Tecnogia para si não é obra do capitalismo? É obra de Marx e do Socialismo quer ver? Você parece a Odete Santos a Comunista que defende os pobrezinhos e é dona de um patrimonio invejável fruto do Capitalismo que ela combate tão fervorosamente. A Mariana Mortágua queria acabar com os ricos, nao com os pobres, você quer acabar com o Capitalismo, mas nao com o Mc Donalds, Aplle, Microsoft, Tesla, … Ai valha-me nossa senhora da propriedade privada e da liberdade económica.
                      Porque é que nao vai viver para a Venezuela, Cuba,Coreia Norte? Lá os malvados capitalistas são perseguidos sem piedade e a sociedade vive feliz e prospera.

                    • Depois desse seu escrito, é a última vez que lhe respondo: ficou claro, mas consegui o que queria. Você desmascarou-se. Não passa de um tipo de extrema-direita, com arrufos de intelectual libertário para disfarçar. Em suma: um reacionário dos tempos actuais. Vá para a toca do seu amigo Coelho e para o colo do Portas. Pode ser que os dois juntos fiquem mais libertos das provações “estatistas” que não permitem dar largas vossa “liberdadezinha” de tentar explorar os outros e viver à custa deles. Game over.

                    • Quem se mostrou finalmente foi o meu caro. Sentiu-se finalmente a sua veia esquerdista que tanto queria esconder. Esta semana deve estar a ser dificil para si, teve o 25 de Novembro e agora a morte de um dos seus idolos Fidel Castro.
                      Quero que o Pedro Passos Coelho o Portas a Mortágua e a namorada Catarina, o Jeronimo Sousa e o Costa, passando por Soares e Cavaco e até se quiser Socrates e Louça, toda a corja política da esquerda à direita e todos os seus amigos e defensores tenham o fim que merecem, julgados e condenados por todo o mal que fizeram ao País. Todos sem excepção são coresponsaveis pelo estado do país. Sou um Libertario um Anarcocapitalista com convicção, entendo que o Estado é uma corja de ladroes e malfeitores engravatados que em nome dos falsos interesses das pessoas, apenas se querem perpetuar no poder e para isso estão dispostos a tudo para se renovarem infinitamente nas suas cadeiras. São corporações de homens fardados que jogam no poder os pseudo interesses de sectores e classes e em nome dessas falaciosas defesas se cristalizam numa retórica, para dizerem apenas aquilo que o povo quer ouvir. O meu caro é mais um dos que quando confrontado com a fragilidade das suas convicções, ataca o seu apositor, com frases feitas que colam a tudo e a todos como Ketchup. Lembro-o que o fascismo, o nacional socialismo/nazismo, a luta do proletariado e o Marxismo/Comunismo deram o mesmo resultado pelo mundo todo.
                      Por um mundo melhor, com respeito pelo individuo e suas liberdades sociais e economicas, pelo direito à propiedade privada e ao livre comércio entre as pessoas sem intervenção do Estado, por um mundo sem guerras e que respeite os valores da vida e do ambiente.
                      Menos Estado, mais Mises!!!

                    • E para lhe dizer apenas mais uma coisa, Não sou nem de extrema Esquerda nem de extrema direita, sou de extrema paciência para lhe dizer que o meu caro é um tonto, doutrinado e de mente fechada. Eu fui criado numa familia de Comunistas, consegui ao longo dos anos observar o mundo apenas pelos olhos deles, fui crescendo e à medida que observava a realidade fui me colocando a par do Socialismo e da Social Democracia, hoje felizmente libertei-me dessas visões e olho para o mundo nao pelos olhos dos outros que me querem doutrinar.
                      Se me permitir o conselho, nao se feche, permita-se a ver o mundo de outros ângulos diferentes, questione tudo.
                      Um grande abraço para si, acredite que nao lhe guardo nenhuma magoa, gosto apenas de debater com o mundo.
                      MENOS ESTADO, MAIS MISES!!!!

                    • Disse radical? Quase que choro de tanto rir, conhece Kim Jong il, Chavez, Fidel, Estaline? Conhece as mortes dos regimes Comunistas e a miseria e pobreza que provocaram? Em nome de uma sociedade de matriz Socialista cometeram-se as maiores atrocidades que a história da humanidade ja viveu. Você disse radical? Repito disse que sou radical?
                      Meu caro você é fraco na analise, eu nao sou radical, eu sou realista, soy conhecedor de história e quando vejo pessoas como o meu caro defender estas ideologias, fico com a sensação que gostaria de viver na Coreia do Norte por certo.

                    • O Equívoco dos Anticapitalistas
                      por Nicholas Leviski

                      Você certamente já ouviu alguém criticando o capitalismo e talvez você mesmo já o tenha feito. Porém, muito do discurso anticapitalista se dá por uma compreensão incorreta do que é o capitalismo. Antes de entendermos o que é o capitalismo, precisamos entender o sistema que os anticapitalistas costumam criticar. O economista Murray Rothbard utilizava os termos “capitalismo de estado” para se referir ao corporativismo e “capitalismo de mercado” para se referir ao capitalismo de livre mercado. Neste artigo vamos entender melhor o que é o capitalismo de estado; o corporativismo.
                      O corporativismo é um sistema político em que o poder legislativo é atribuído a associações de classe representantes de interesses econômicos, industriais e profissionais, através das quais os cidadãos participariam da vida política. Neste sistema, apesar de ser mantida a existência do mercado, a propriedade privada não é mantida de maneira absoluta, pois todos os meios de produção se agregam ao estado, moldando artificialmente o mercado para responder aos interesses do estado, das grandes corporações e dos grandes sindicatos.
                      O corporativismo atingiu seu completo desenvolvimento teórico e prático na Itália Fascista, O sistema de sindicatos nesse contexto chegou a ter mais de 4 milhões de filiados em 1935. Os fascistas controlavam o mercado através de corporações intimamente ligadas ao estado, constituindo uma “ditadura dos representantes”: “Tudo no estado, nada contra o estado, e nada fora do estado.”
                      Nesse sistema, os empresários mais ricos e com mais contatos políticos conseguem privilégios e ao mesmo tempo fazem lobby por mais burocracia e impostos aos concorrentes, dificultando a entrada e permanência de novas empresas. De acordo com Mussolini: “O fascismo é absolutamente oposto às doutrinas do liberalismo, tanto na esfera econômica quanto na política.
                      Keynes forneceu a argumentação pseudo-científica contra o liberalismo e em prol de uma nova forma de planejamento social em seu livro Teoria Geral, onde ele próprio admitiu na introdução da edição nazista da obra que o nacional-socialismo era muito mais favorável às suas ideias do que o livre mercado.
                      Assim, podemos concluir que corporativismo não é livre mercado. No ranking de liberdade econômica da Heritage Foundation, os países de mercado mais livre são Hong Kong, Singapura, Nova Zelândia, Suíça, Autrália, Canadá. Enquanto os países com menos liberdade econômica são Coreia do Norte, Cuba, Venezuela, Zimbábue e Turcomenistão. O Brasil está na posição 122 dos 178 países avaliados. Você consegue perceber a relação entre mais liberdade econômica e mais riqueza?

            • Em relação ao texto que atrás referenciou, como sendo para si um começo de discussão, lembro-lhe que, tanto Karl Raimund Popper e Pierre Maurice Marie Duhem, são de factos excelentes Filósofos e Físicos respectivamente, talvez quase tão bons Filósofos e Físicos, como Ludwig Heinrich Edler von Mises era Economista. Nos 3 casos excelentes pensadores.
              Milton Friedman, será por certo o maior economista da segunda metade do seculo XX, Nobel da Economia e talvez o que tinha as explicações mais racionais e aplicáveis à sociedade actual.

  6. Já agora se me permite, ainda não disse qual é a sua posição, o que defende com alteração ao paradigma actual, ou a sua manutenção, qual é a sua corrente de pensamento, ou ainda, se quiser,o seu enquadramento politico. Acho que assim todos neste forum, percebíamos o que defende concretamente, sem arranjar chavões esquerdista consecutivamente, como ” Liberais de pacotilha” e outras! Isso é discurso ou argumento de quem não tem nada concreto para dizer senão banalidades.

  7. Grande dissertação sobre o momento da política global.
    Miguel deixo-lhe o seguinte dado histórico que gostaria que comentasse:
    Não sei como se chama o ministro dos negócios estrangeiros da Fed. Russa nem o secretário de estado da USA mas podemos estar à beira de um acontecimento que replicando o Pacto Molotov/Ribbentrop de Agosto de 1939 nos poderá levar a mais um conflito de proporções inimagináveis.
    Espero estar errado

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