Não havia necessidade

(Por Estátua de Sal, 10/10/2016)

“O Presidente da República homenageou hoje o seu antecessor no cargo, sublinhando a “sensibilidade social” demonstrada por Cavaco Silva há dez anos, quando elegeu a inclusão como uma prioridade política.” Ver notícia complete em:

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marcelho

Meu caro Marcelo. Se Cavaco tinha essa sensibilidade toda, qual a razão para que tivesse saído de cena com a popularidade mais baixa de que há memória num Presidente da República cessante?

Como pode ter sensibilidade alguém que veio dizer que a reforma não lhe dava para sequer para os lanches, quando a pobreza e a miséria aumentavam de forma galopante no país?
Achas tu também que a sensibilidade é dar uma sopinha de água lavada aos pobres para que não feneçam à míngua? Não será sensibilidade, isso sim, lutar para que haja empregos dignos e salários justos que se evitem situações de pobreza extrema?
Mas essa sensibilidade, Cavaco não teve, e parece que tu teimas em ir pelo mesmo caminho. Como devoto seguidor do pior do catolicismo, aceitas que a pobreza e a indigência fazem parte do estado natural do mundo e das coisas, que nada se pode mudar, e que bastam umas sopinhas da D. Jonet para que a tua “boa consciência” fique pacificada e te absolvam os pecados.
É pena que, lá no fundo, não passes de um cristão de aviário. Olha para os discursos do Papa, a quem foste beijar o anel mal subiste à Presidência, e deves fazer de imediato “mea culpa”.
Devias ter vergonha. O Francisco dá-te lições, pregando contra a desigualdade, a corrupção, o sistema financeiro, pregando contra a soberba dos 1% mais ricos e tu, em vez de ouvir o teu pastor, vais elogiar um tipo que sempre esteve ao lado daqueles que o próprio Papa critica.
Se pensas como o Cavaco não te auguro grande futuro, mesmo com todas as encenações em que és mestre. Sabes, como diz a bíblia, a verdade é como o azeite: vem sempre ao de cima.
E se não passas de um lobo com pele de cordeiro, um fariseu disfarçado de bom samaritano, os portugueses, pode demorar, mas irão descobri-lo. E quando o descobrirem não irão ter qualquer compaixão por ti e vão punir as tuas farsas de ilusionista da palavra.

Se não pensas como o Cavaco, não percebo porque te prestas a tanto salamaleque perante figura tão execrável. Até aceito que queiras ser ecuménico e unir os portugueses num amplo desígnio nacional.
Mas há limites para tudo. É que, por este andar, um dia destes ainda vais condecorar os PIDES que ainda estão vivos e os que já morreram a título póstumo, para reeditares uma espécie de União Nacional do século XXI.

Sinceramente, não havia necessidade, como dizia o Diácono dos Remédios.

3 pensamentos sobre “Não havia necessidade

  1. Mas que peça tão mal parida. Não admira, é Segunda feira, as noitadas do fim de semana fazem o seu efeito.
    Releia o que escreveu e verifique as contradições e disparates do texto.
    E, a bem dos leitores, não publique mais m… desta !

    • Já agora, avance lá com as contradições. Lógicas? Não vejo. Deve ser você o iluminado da algebra de Boole, se é que sabe do que se trata. Que seja um cavaquista indefectível aceita-se em democracia. Que considere disparates denunciar o disparate maior da Presidência de Marcelo, até ver, na minha opinião, é no mínimo querer tocar a Quinta Sinfonia com uma mera gaita de foles. Se não gosta do texto está no seu direito, mas tem bom remédio: não leia este blog porque lhe causa azia. Não tem o direito é de querer falar em nome “dos leitores” como se toda a gente subscrevesse as suas posições. Fico a aguardar que esclareça onde estão as contradições e os supostos disparates.

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