Embaraços na chamada União Europeia

(Baptista Bastos, in Jornal de Negócos, 12/08/2016)

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Baptista Bastos

Estabelece-se esmerada confusão entre o propósito e o realmente tido como tal. O recente imbróglio, estabelecido na “União” Europeia, durante meses, a fim de apavorar Portugal e Espanha, resultou numa coisa pífia, afinal conducente a um resultado nulo. Mas preocupou populações durante meses. O próprio presidente da UE alimentou esse equívoco, especialmente provocado pela Alemanha. O mal-estar desenvolveu-se durante meses. E criou embaraços insistentes em países como Portugal. Entendeu-se que esta Alemanha deseja, antes de tudo, criar um nivelamento com duas nações a dirigir e o resto a ser dirigido.

Nada disto é vital, nada disto é normal e escapa ao equilíbrio estabelecido pelos ideais fundadores da União Europeia, que desejavam um equilíbrio de forças impeditivo de qualquer hegemonia. A ideia, generosa, é antiga, e nunca deu resultado, acicatando, pelo contrário, as históricas tendências dominantes germânicas.

Quem manda e quem dirige a Europa actual? O duo Alemanha-França é falacioso. A importância dos alemães advém do seu poder económico, da sua necessidade de desenvolvimento territorial que explica e justifica o seu poder. França obedece a uma estratégia antiga, que determinou a sua minimização. A história da invasão alemã é suficientemente elucidativa. E os livros e os filmes dessa miséria moral são elucidativos das componentes vitais de um tempo e de uma época desastrosos.

A União Europeia é tudo menos aquilo que a expressão pretende enunciar. Constituiu para nós, portugueses, uma ignomínia. As comissões dirigidas por Sócrates ou Passos Coelho, cuja subserviência em relação a Angela Merkel assumiram, tiveram sempre as características de total sujeição. E as coisas não vão melhorar. Alguns países não escondem a incomodidade em submeterem-se às injunções alemãs, ameaçando abandonar a União. Esta, devido a circunstâncias especiais, tem sido dirigida pela gestão de Direita, com os resultados conhecidos e uma crescente incomodidade da parte de alguns recalcitrantes.

Isto, para assinalar que as coisas não correm no melhor dos mundos. As grandes questões são constantemente ocultadas ou dissimuladas, e a recente saída do Reino Unido assinalou os abalos que a União atravessa. As coisas estão seriamente ameaçadas, e não se trata, apenas, da supremacia alemã, mas sim das próprias debilidades da construção do projecto. As coisas estão à vista, e nem os discursos apaziguadores dos dirigentes europeus conseguem neutralizar o mal-estar que se vive na Europa.

Um pensamento sobre “Embaraços na chamada União Europeia

  1. Este é mesmo um comentário de quem não tem assunto nem capacidade intelectual para discorrer criticamente sobre um caso vulgar do quotidiano e tratá-lo com pensamento fundamentado religando-o à filosofia, à política ou à sociologia actual ou outra par que acha que caminhamos.
    Nada disso, pegou num assunto requentado para dizer coisas requentadas; estilo escrita de encher chouriços.
    E para tornar picante o requentado e já não assunto, mete uma à la mode do “cm” coisa que parece já se lhe pegou à pele porque, provavelmente, como aquele necessitado que alterava e escondia os esquemas de uma fábrica para seu domínio dela que dizia “Olhe, é que lá em casa os meus filhos pedem pão e eu tenho de comprá-lo”, assim também este velho sabido, tal como faz sempre o “cm”, mete sempre à história o deus diabólico do Sócrates.
    E com tal introdução manhosa do diabo no artigo manhoso do velho sabido, a sobrevivência fica mais macia.
    É a vida,pá!

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